Ódio
Gosto de acreditar na luz de uma justiça, que vence o ódio e a tristeza. A luz de uma justiça que guia todos os seres.
Anos de amor foram esquecidos no ódio de um minuto.
E eu ainda tinha esperança. Tinha amor. Tinha vontade. Agora tenho ódio. Tenho nojo. Tenho vergonha.
O oposto do amor não é nenhum ódio, é a indiferença. O oposto de arte não é a feiura, é a indiferença. O oposto de fé não é nenhuma heresia, é a indiferença. E o oposto da vida não é a morte, é a indiferença.
Eu já chorei de saudade, já fiquei com ódio por ser esquecido no meio da multidão de entre cinco pessoas – é, eu sei que multidão significa mais pessoas, só que pra quem vive na solidão, a sombra soma como companhia –, eu também já tive remorso por ter deixado pra trás algo que eu quis muito, algo que eu ainda queira e nunca terei. Já pedi á um colega pra ser meu amigo, pra uma ex-namorada também ser, e já recebi os mesmos pedidos, mas eu não tive a resposta tão esperada, e não respondo o mesmo. Meus amigos me deixaram parado lá atrás, e, se eu continuasse os esperando, eu ainda estaria por lá, mas não significa que eu os esqueci, não significa que eu não esteja os querendo perto, para rir, contar as novidades, chorar, e rir de novo do passado que tivemos e falar o velho clichê, bons tempos não é amigo? Tempos que não voltarão mais, tempos que nem daqui á quarenta anos teremos esquecido, e muito menos trarão de volta o presente que nos afastara. Um se foi por vontade de Deus, eu não o julgo mesmo tendo feito errado, e ainda sim, eu queria que ele estivesse aqui pra ver a minha vitória, porque ele deveria estar compartilhando comigo, -que Deus o tenha meu grande amigo, Yuri Gustavo-. Outros acho se foram porque quiseram, não ligam mais, não vão mais nos correios para enviar aquela carta com as fotos dos familiares no final do ano na cidade que a avó deles nasceram. Tem aqueles que se diziam meus amigos, esses sim, chegaram a me conquistar, ter uma parte de mim pra eles, mas não souberam cativar, -ninguém tem paciência quando se trata de mim-, mas que mesmo assim, eu não tenho paciência também, sinto raiva muito fácil, e tenho medo do abandono. Meus pais me abandonaram, meus irmãos me abandonaram, meus casos de amor, desistiram de mim, eu também desisti, e não me quero em muitas das vezes e em muitos lugares. Só não sinto pena de mim, mas ainda sim, me vigio pra não ter. Eu aprendi a viver na solidão, no escuro, no quarto vago á quem souber me deixar em paz. Eu me cuido, porque ninguém consegue, as vezes nem eu mesmo. Não corro mais atrás de amigos, de amores. Não peço abraço, muito menos beijo. Não cobro carinho, não desejo atenção. Sou carente, mas me sinto bem assim. Porque me acostumei, me acostumei tanto a viver assim, como optei, por querer que venham falar comigo e eu tratar bem quando, do que eu tentar contato e tratar indiferente, e brigar, xingar, chorar, e etc… Não quero desavenças, quero paz, a minha paz. Só, ou contigo. Porque eu tenho um anjo, e esse anjo me salva toda vez que volta, e esse anjo, tem nome, e se chama, saudade.
Eis o caminho para a felicidade: mantenha o coração livre do ódio e o espírito livre de aborrecimentos. Viva com simplicidade, espere pouco e seja generoso. Cerque a sua vida com o doce sentimento do amor. Derrame raios de sol. Esqueça de si e pense nos outros.
Não é o ódio em si que é errado, mas sim odiar a coisa errada. Não é errado ter raiva, mas estar com raiva da coisa errada. Dize-me qual é teu inimigo, e te direi quem és. Dize-me qual é o teu ódio, e te direi teu caráter. Odeias a religião? Então tua consciência te incomoda. Odeias os ricos? Então és avaro e queres ser rico. Odeias o pecado? Então amas a Deus. Odeias teu próprio ódio, teu egoísmo, teu temperamento irascível, tua maldade? Então tens uma boa alma, pois ‘Se alguém vem a mim... e não odeia sua própria vida, não pode ser meu discípulo.’
Sinta amor, sinta paixão, sinta tristeza, sinta alegria ou até mesmo ódio. Mas jamais deixe de sentir algo. Até mesmo uma pessoa com o pior dos sentimentos é melhor que uma pessoa vazia.
Ontem(s) e hoje(s), amores e ódio,
adianta consultar o relógio?
Nada poderia ter sido feito,
a não ser o tempo em que foi lógico.
Ninguém nunca chegou atrasado.
Bençãos e desgraças
vem sempre no horário.
Tudo o mais é plágio.
Acaso é este encontro
entre tempo e espaço
mais do que um sonho que eu conto
ou mais um poema que faço?
Quando o amor enche o coração, não deixa nele lugar para mais nada. Nem para o ódio, nem para o rancor, nem para o orgulho.
Menos dor, menos amor, menos ódio, menos vontade de fazer cortar. De sangrar pra fora pra poder ser menos. Por favor.
Dizem que amor e ódio andam de mãos dadas. Mas, será que é realmente possível transformar o amor em ódio? Se você respondeu sim é hora de rever seus conceitos.
Por expressar uma variedade de formas de afeto que diferem em nível e intensidade, este sentimento costuma receber milhares de rótulos: amizade, carinho, ternura, companheirismo, entre outros.
Porém, na realidade, o que costumamos constatar é que nem sempre a expressão do amor dá-se por vias saudáveis. Um exemplo disto pode ser visto em certos tipos de relações conjugais, onde encontramos o exercício da "posse" mascarada sob a roupagem do "amor". Aqui, diante das dificuldades de convivência, os cônjuges comportam-se como verdadeiros inimigos transformando suas juras de amor em desavenças dentro do próprio lar ou, em casos extremos, em incansáveis disputas judiciais.
Mas, será que isto realmente pode ocorrer? Podemos transformar o amor em vingança?
Diz-se que, enquanto no amor temos a expressão do afeto em sua forma positiva, no ódio encontramos o total desapreço por aquele que se tornou alvo da nossa ira.
Desta forma, quando alguém nos diz que hoje odeia aquele que um dia jurou amar, podemos afirmar com certeza, que o que ele sentia por esta pessoa era tudo, menos amor. Isto porque o amor é um sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem. Aqui o meu foco está voltado para o exterior, para o lado altruísta da relação e baseado na vontade que tenho de cuidar dos desejos e interesse alheio.
Como o amor não cobra, não exige, simplesmente flui incondicionalmente, a pessoa que ama verdadeiramente espera que o outro seja feliz, que tenha experiências que lhe propiciem o crescimento, mesmo que isto signifique abrir mão do desejo de estar em companhia do amado. Para estes indivíduos, a própria felicidade encontra-se atrelada ao bem-estar daqueles que eles escolheram ser o objeto de seu apreço, pois eles bem sabem que é impossível separarmos aquilo que nunca esteve unido de fato e que o amor pode se expressar de outras formas aquém da união física.
Certamente, aqui não quero dizer que não podemos ficar com raiva ou nos sentirmos magoados quando alguém, que julgamos amar, opta por outro caminho. Porém, se me decepcionei com esta pessoa é por que talvez eu tenha acreditado nela e não em sua essência.
Lembre-se que o tempo é um grande sábio e, como dizem, o melhor remédio para curar nossas feridas e enxergarmos com clareza a realidade que existia e não aquilo que havíamos criado frente as nossas carências internas.
Quando o amor se faz presente em nossos corações, conseguimos nos perdoar e aos outros também, entendendo que as pessoas passam por nossas vidas, para que possamos vivenciar lições úteis ao desenvolvimento de ambos.
Aprendamos, pois, a transformar a posse em amor, a olhar o que de positivo restou, pois sabemos que o que fica de uma relação é o que de verdadeiro existia nela: carinho, amizade, respeito ou, simplesmente compaixão pelo outro.
Mas, se o amor é isto como o ódio surge?
Para responder a esta pergunta, vamos primeiramente tentar entender o que significa odiar. Podemos descrever o ódio como uma paixão que nos impele a causar ou desejar mal a alguém. Ora, se ódio é paixão e esta um sentimento intenso que sobrepõe nossa lucidez e razão, o que encontraremos aqui é o apego, ou seja, o lado egoísta da relação. Neste caso, preocupamo-nos muito mais com a satisfação de nossos desejos pessoais, com nossas carências, com o controle do relacionamento afetivo, do que com a nossa capacidade de expressar o amor de forma incondicional.
Várias pessoas costumam acreditar que amam realmente alguém até surgir um obstáculo na relação. Quando o outro, por ação ou omissão, deixa de satisfazer seus desejos, muda seu padrão de comportamento, faz uma nova escolha, ou seja, começa a se afastar daquele modelo por elas idealizado, o sentimento de intensa frustração instala-se, levando-as a se fixarem no desejo de destruição daquele que julgam ser o grande culpado pela intensa dor emocional que atravessam.
Isto acontece porque costumamos entrar nas relações imaginando que o outro nos completará, satisfazendo nossos desejos e idealizações. Esquecemos, porém, que não podemos completar aquilo que só a nós compete: o preenchimento de nosso vazio interno. Que a relação envolve sentimentos de compreensão, companheirismo, troca, o saber ceder ou esperar. E, o mais importante, de que as pessoas não são nossos ativos, mas sim nós é que pertencemos ao mundo, tendo liberdade de vivências e escolhas, sejam estas agradáveis ou não para nós ou para o outro.
Sempre digo que, relação é conhecimento, é crescimento e que este pode se dar de inúmeras formas. Muitas vezes, quando nos relacionamos com alguém, costumamos ativar dinâmicas psíquicas não bem resolvidas em ambos, as quais resultam numa interação patológica. Isto pode ser facilmente observado nas situações onde a perfeição do outro se torna condição sinequanon. Nestes casos, quando nossas expectativas não são correspondidas, acabamos por gerar sentimentos de hostilidade que se transformam num jogo de culpas, cobranças e no aniquilamento das pessoas envolvidas.
Esquecemo-nos, porém, que enquanto nos "pré-ocupamos" em nos punir ou levar o outro à tortura, deixamos de viver novas experiências, de fazer novas escolhas, de aprender com o suposto erro, de nos respeitarmos enquanto seres merecedores de amor e compreensão e de encontrar o nosso verdadeiro caminho.
Cumpre-nos lembrar aqui também, que a dinâmica amor e ódio pode ser encontrada naqueles indivíduos que cultivam sentimentos de ciúmes. Isto porque o ciumento não consegue desenvolver o amor autêntico por confundir todas as relações com uma necessidade narcísica. Em outras palavras, estas pessoas não conseguem amar, mas sim precisam de um sentimento que são amadas, o que justifica que suas perdas sejam revestidas de uma posterior substituição. É diante da ameaça da perda que elas transformam sua paixão em ódio, sentimento este que reflete a baixa auto-estima e insegurança que as assolam.
Finalizando, lembre-se de que um verdadeiro encontro de almas só ocorre quando existe o real desapego e isto só é possível quando aprendemos primeiramente a nos amar, a nos respeitar e a nos valorizar, através do nosso autoconhecimento, ou seja, do contato com a nossa essência.
Em matéria de amor é importante ressaltar que as pessoas ficam juntas, não por necessitarem umas das outras, mas sim pela satisfação que sentem em compartilhar um mesmo sentimento, um mesmo ideal.
O amor não precisa de condições, ele basta por si só. Sendo assim, se apenas podemos refletir no mundo aquilo que temos dentro de nossa alma, que este algo seja o exercício do AMOR INCONDICIONAL, pois através dele o ódio nunca encontrará espaço para se manifestar.
Devagar, o tempo transforma tudo em tempo. O ódio transforma-se em tempo. O amor transforma-se em tempo. A dor transforma-se em tempo. Os assuntos que julgamos mais profundos, mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis transformam-se devagar em tempo. Mas, por si só, o tempo não é nada, a idade não é nada, a eternidade não existe.
Ódio?
À Aurora Aboim
Ódio por ele?Não…Se o amei tanto,
Se tanto bem lhe quis no meu passado,
Se o encontrei depois de o ter sonhado,
Se à vida roubei todo o encanto…
Que importa se mentiu? E se hoje o pranto
Turva o meu triste olhar, marmorizado,
Olhar de monja, trágico, gelado
Como um soturno e enorme Campo Santo!
Ah! Nunca mais amá-lo é já o bastante!
Quero senti-lo doutra, bem distante,
Como se fora meu, calma e serena!
Ódio seria em mim saudade infinda,
Mágoa de o ter perdido, amor ainda.
Ódio por ele? Não…não vale a pena…
Florbela Espanca - Livro de Soror Saudade
Existem dois mundos opostos.
Um conspira ganância, violência e ódio. O outro inspira fantasia, esperança e pureza.
O que define o mundo no qual você vive é a sua idade.
Deixe de ser adulto, volte a ser criança.