Ócio
mais um dia no ócio
deitado sobre a cama
pensando em diversas coisas.
lá fora o tempo
foge de mim
não percebo.
acordei
e ali mesmo fiquei.
deitado sobre minha solidão
fazendo planos futuros.
no dia seguinte a mesma coisa.
pura procrastinação.
Ter metas e objetivos de vida não significa deixar de existir. Sim, existe um ócio saudável, aquele que precisamos recarregar as energias das lutas da vida. Muitas vezes é necessário se dar um tempo e descansar, ver um filme, simplesmente não fazer nada. O corpo e o espírito pedem. Nem tudo é conquistas e vitórias, mas sim qualidade de vida.
Ápice do ócio emocional,
As pessoas se acham à tal,
Anormal,
No aço do ócio,
O ácido que corrói,
Onde alguém,
Que não é ninguém,
Tem a certeza do ser,
Sem saber,
Que o ácido no aço do ócio corrói.
O ócio não é apenas um descanso; é a base para um equilíbrio saudável. Ao se afastar das demandas e do stress constante, você dá ao seu corpo e mente a chance de se recuperar e se preparar para uma nova forma de engajamento criativo e pessoal. De preferência, de acordo com sua vocação e seu bem-estar geral.
QUANDO NOS AUSENTAMOS DO TRABALHO PARA PRATICAR O ÓCIO SAUDÁVEL, TAL ATITUDE RENOVA A FORÇA DA CRIATIVIDADE.
ÓCIO PRODUTIVO
Há meia hora, estava à toa. Agora estou sem fazer nada.
Pelo menos, há quase uma hora não atrapalho ninguém.
O Trabalho
Ninguém consegue viver no ócio,
Não que por isso carregue consigo o ódio,
Mas o viver não se torna prazeroso,
E no vai e vem dos dias, o gozo não se torna glorioso.
O que faz falta do trabalho,
Não é o requinte do exterior,
Porém, dele nasce um atalho,
Que nos conduz a um brilho interior.
Trabalhar não é vício,
Muito menos um sacrilégio,
Trabalhar é um benefício,
Que concretiza um lado magnífico.
Trabalhar é poder sentir a essência,
De toda a sapiência,
Das qualidades de eficiência,
Ditas pela ciência.
Nos limites do ócio e do negócio
É difícil acordar para cumprir a sina do dia, quando não se tem vontade e disposição. É um impulso da cama a contra gosto. O cansaço desafia a fragilidade do corpo. Seus limites são testados e provados todo o dia. O corpo reclama, pois está sangrando por dentro. É por isso que anda faltando muita qualidade de vida. Há inúmeras vidas e raríssimas as que têm qualidade de vida. Há os que ignoram os limites da corporeidade em nome de uma estética que chame a atenção. O cuidado de si tem um efeito terapêutico, curativo, contudo é muito mais eficaz preventivamente do que quando se tenta apagar o incêndio. Isso aliado aos tempos digitais, virtuais, mecânicos e frios em lugar da presença objetiva, do toque e das afecções. Nas eras das ausências e exarcebações, Aristóteles nos ensina que a virtude não está nos extremos, mas na sua justa medida. Cuidar demais do corpo não é bom, cuidar de menos também não é boa pedida. Isso me recorda a tensão que temos que ter entre o Ócio e o Negócio. O negocio é aquilo que nega o ócio. O ócio é aquilo que nega o negócio. A parte começar definindo pela negativa, precisamos de um espaço e de um tempo nosso que possamos cultivar o ser pessoa. Precisa ser criativo, aberto ao lúdico, as surpresas e ao mistério. Isso eu chamaria de ócio. Está muito longe da perspectiva de ser um tempo sem fazer absolutamente nada. Longe de ser ausência de exercícios. O negócio é aquela caixa fechada, com regras bem definidas, que está situada no espaço do hoje que deve ser atendida no tempo do ontem. O negócio tem uma cronologia estranha para a lógica humana. É capaz de disciplinar quem tiver limites e capaz de transformar um indivíduo em um compulsivo empresarial. Nesse caso, nem tanto ao céu, nem tanto a terra, pois limites têm limites, ócios têm negócios e nos negócios, sempre há ócio criativo e lúdico a ser descoberto. Desejo que descubra e que seja bem feliz!
O ócio inspira reflexão, e a solidão produz as mais profundas palavras. A felicidade e as ocupações minimizam essas possibilidades.