Ócio
MODOS DE VIVER O ÓCIO AFETIVO
Momentos de ócio afetivo, entre amantes, são aqueles em uma alma se permite contemplar a outra, mesmo que seja pelo encontro dos olhares que contemplam a mesma imagem do belo, o objeto invocado pelo sentimento que os une. Abaixo, algumas sugestões de como potencializar estas ocasiões:
1 – Cultive e demonstre a preferência por estar em companhia de seu par afetivo, deixando claro que tal lhe parece melhor do que se entregar ao ócio distrativo e recreativo com amigos e conhecidos. É com o seu par que você pretende estabelecer conexões duradouras.
2 – As emoções despertadas por filmes com temáticas existenciais são matéria-prima especial e podem estimular o surgimento de conexões mais profundas. Em casa ou no cinema, o compartilhamento de emoções cria a sensação de proximidade. O alinhamento emocional a partir de filmes pode significar aproximação das visões de mundo e da compreensão do outro. E isto é capital emocional de inestimável valor!
3 – Músicas também abrem trilhas emocionais para os amantes. Escolhas músicas cujas letras e melodias traduzam seus desejos e sentimentos de amante e ouça-as na companhia de seu par. Quietinhos, um no colo do outro, deixem surgir as emoções. As conexões que virão daí podem aumentar as sinapses do afeto.
4 – Dance com seu par. A linguagem corporal estimulada pelos sons e significados da música escolhida – inclusive naquele ambiente particular – pode induzir ao surgimento de desejos e percepções adormecidas. A dois, em casa, ou em ambientes públicos, a dança comunica e traduz sentimentos de que o outro vai adorar se ver merecedor.
5 – Aprenda a curtir seu ambiente doméstico. Sua casa é onde deve estar o seu coração. Divida-a com o seu par. Não deixe de experimentar a paz que somente um lar pode inspirar. Ao cultivar o convívio afetivo em seu próprio espaço, onde não há meios de fugir/distrair-se do outro, seu espírito se concentra no seu amado e a afetividade pode ser amplamente vivida.
6 – Divida serenamente a mesa na hora da refeição. Fique de frente para seu par. Olhe nos olhos. Desligue o smart phone. Desligue o periscópio. Aproveite aquele ser que se encontra ao seu dispor. Dividir um prato pode simbolizar a divisão da vida. Deguste o alimento como quem experimenta o próprio ser amado. Estar à mesa com alguém que se ama pode ser uma experiência única, que exige sensibilidade e dedicação: não banalize estar à mesa com seu amado.
7 – Aprenda a preparar, sozinho, refeições para o outro. Ou preparem juntos o alimento dos dois. É demonstração de zelo especial dedicar-se ao preparo de um prato, por mais simples que seja, para nutrir o corpo do outro, dando-lhe o prazer da degustação a dois. A arte da gastronomia a dois pode ser fonte de conexões especiais: alimento é vida; manipulá-los pode ser muito simbólico.
8 – Permita-se tocar o corpo do outro sem qualquer intenção sexualizada. Veja o toque como conexão pelo carinho, como exploração das sensações táteis que você dá e recebe. Uma massagem também demonstra e inspira cuidados. Afagos na cabeça – o popular cafuné – tem o poder de relaxar e de inspirar confiança.
9 – A leitura de um livro conhecido pelo outro, ou mesmo a leitura simultânea de um livro novo para ambos pode ser a ponte para conversas e trocas que preencherão aqueles momentos em que a mente pede explicações para a existência. Seu repertório de comunicação com o outro pode se expandir a partir dessas experiências.
10 – Atividades físicas feitas a dois podem ser um excelente momento para o encontro que pode estar faltando. Além das vantagens para a saúde, aumenta a cumplicidade que poderia estar sendo criada com outras pessoas não necessariamente importantes para a sua vida.
11 – Cultive o olhar para o outro. Deixe-se ver admirando o outro em seu silêncio, em casa ou mesmo noutros ambientes. Olhar para o outro pode ser olhar para si, já que o outro é nosso semelhante. Se nosso amante, mais semelhante se torna e mais observado deve ser. O olhar que sente multiplica as sinapses do afeto.
Minha existência transborda inconstâncias,
mergulha num abismo espectral,
jorrando lágrimas ociosas, involuntárias e dispendiosas
para a saúde do meu espírito teatral...
Indecisões, rebeliões, escassez de concatenações
jogando pela janela ideias embaralhadas,
o "tudo" que busco sendo tragado por um "crônico nada".
Se ao menos eu soubesse por onde anda o teu sorriso,
derrubaria as muralhas do meu orgulho,
desolaria o templo da minha esquizofrenia,
iria na tua direção, erigindo altares de um novo dia,
de paz centrada e razoabilidade esguia,
ainda que, de uma manhã de bruma turva e fria,
na cegueira dos meus sentidos confusos
e dos meus raciocínios obtusos,
umedecendo minha alma com alguns orvalhos de alegria.
Férias, ócio; a monotonia é tediosa e corruptora. Nada mais perigoso do que o não ter o que fazer. Nossos pais nos desejam o céu; o mundo, o inferno tormentoso.
Nos limites do ócio e do negócio
É difícil acordar para cumprir a sina do dia, quando não se tem vontade e disposição. É um impulso da cama a contra gosto. O cansaço desafia a fragilidade do corpo. Seus limites são testados e provados todo o dia. O corpo reclama, pois está sangrando por dentro. É por isso que anda faltando muita qualidade de vida. Há inúmeras vidas e raríssimas as que têm qualidade de vida. Há os que ignoram os limites da corporeidade em nome de uma estética que chame a atenção. O cuidado de si tem um efeito terapêutico, curativo, contudo é muito mais eficaz preventivamente do que quando se tenta apagar o incêndio. Isso aliado aos tempos digitais, virtuais, mecânicos e frios em lugar da presença objetiva, do toque e das afecções. Nas eras das ausências e exarcebações, Aristóteles nos ensina que a virtude não está nos extremos, mas na sua justa medida. Cuidar demais do corpo não é bom, cuidar de menos também não é boa pedida. Isso me recorda a tensão que temos que ter entre o Ócio e o Negócio. O negocio é aquilo que nega o ócio. O ócio é aquilo que nega o negócio. A parte começar definindo pela negativa, precisamos de um espaço e de um tempo nosso que possamos cultivar o ser pessoa. Precisa ser criativo, aberto ao lúdico, as surpresas e ao mistério. Isso eu chamaria de ócio. Está muito longe da perspectiva de ser um tempo sem fazer absolutamente nada. Longe de ser ausência de exercícios. O negócio é aquela caixa fechada, com regras bem definidas, que está situada no espaço do hoje que deve ser atendida no tempo do ontem. O negócio tem uma cronologia estranha para a lógica humana. É capaz de disciplinar quem tiver limites e capaz de transformar um indivíduo em um compulsivo empresarial. Nesse caso, nem tanto ao céu, nem tanto a terra, pois limites têm limites, ócios têm negócios e nos negócios, sempre há ócio criativo e lúdico a ser descoberto. Desejo que descubra e que seja bem feliz!
Estou submerso no abismo do ócio, é triste viver sem nada e melancólico notá-lo. Quando fecho meus olhos não há nada na mente e no momento em que os abro os móveis estão parados no mesmo lugar de antes. Tenho uma vontade de mudança, abajur na sala ou no quarto, quanta indecisão vestida de medo em sair do acúmulo criado por mim. Sinto que existe um refúgio que quebre as minhas barreiras, um botão verde de saída, estou preso dentro do meu próprio ser. A primavera se acalenta na minha janela e os ares de substancialidade me afogam a cada pétala de rosas que se desabrocha em meu negro jardim.
Máscara partida...
Nas fendas do ócio te esculpi...
Nas brumas do tempo vendaste meus olhos.
Chorar por mim não enobrece a lágrima vertida sob teu manto;
não anula o instante perdido frente aos escombros.
Agora, o que faço...
O que faço eu, sem a tua proteção?
Saber um pouco mais e viver um pouco menos
Há quem pense o contrário. Melhor é o ócio bem empregado do que o negócio. Tudo o que possuímos é o tempo, único bem de quem não tem nada. A vida é preciosa demais para ser desperdiçada tanto em trabalhos mecânicos quanto em excesso de tarefas sublimes. Não devemos nos sobrecarregar nem de ocupações, nem de rivalidades: isso é maltratar a vida e sufocar o ânimo. Alguns acreditam que também se deve evitar o saber, mas, se não se sabe, não se vive.
Eu sou um livro de enigmas do qual exige muito do ócio das pessoas para tentarem me decifrar. Eu sou o perigo em noites de lua cheia e o anônimo que vaga por ruas desertas. Eu sou a contradição, sou a revolta escondida dentro de um coração partido. Porém, admito que já tive vida, já tive brilho, mais de que vale tudo isso se não para ser desperdiçado com pessoas inúteis? Eis um pequeno detalhe a meu respeito; eu não sei me explicar. Eu me privo de desejos que possam me arrancar um sorriso, eu me previno de decepções. Olhe bem para os meus olhos ao me julgar, pois você enxergará seu reflexo e verá a quem realmente está julgando.
Porto Maior
O meu éden
O meu lugar de ócio, criativo.
O menor mundo
O mais vasto.
O que não atormenta
Não lamenta
Que sustenta a alma
Que faz viajar ao paraíso.
A cada segundo uma cor
Com as suas nuances loucas.
Histórias que nunca se repetem
Num movimento contínuo
Dando a cada instante
O início à felicidade.
E como melhor privilégio
Todos os caminhos levam
Ao Porto Maior.
Ócio
Sempre foi vigilante para o ócio
Para fazer o que bem queria
Ficar com a sua amada todo o dia
Viajar e viajar.
Grandes são os prazeres inicialmente
Com o tempo um repente
O ócio passa a incomodar
Todos os dias tudo sempre igual
Sem trabalho para realizar
Com pouca habilidade para criar.
As mesmas anedotas
Os mesmos diálogos
O senso comum
Discutindo novelas
Futebol e pouca aquarela
A mesmice de fartar.
O dinheiro ficando escasso
A vida passando ao acaso
Um enjoo de matar.
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