Ocaso
O Ocaso
O problema de se viver um amor,
É que não acontece só na vida,
Esta nos traz o cotidiano da dor,
Que junto com sentimentos, passa a ser sofrida.
A angústia da indefinição
De se saber qual a reação
Perante palavras, atos
Enfim, coisas e fatos
Aliando-se a isso todo o sentir
Encara-se um estranho porvir
Algumas vezes bem humorado
Outras tantas que há por vir
Melhor dizer um amor que vem do acaso
Faz de tudo para viver do ocaso.
Em Paz
"Muito perto do meu ocaso eu a bendigo, Vida.
Porque nunca me destes nem a esperança falida nem
trabalhos injustos, nem sofrimento imerecido.
Porque vejo ao final do meu rude caminho,
que fui o arquiteto do meu próprio destino; que se extrai
mel ou fel das coisas foi porque nelas coloquei fel ou mel saboroso; quando plantei roseiras, colhi sempre rosas.
...Certo, ao meu verdor vai seguir o inverno:
mas tu não me dissestes que maio seria eterno!
Achei, sem dúvida , longas as noites de meus sofrimentos;
mas não me prometestes apenas noites boas; e também tive
algumas santamente serenas...
Amei, fui amado e o sol acariciou a minha face.
Vida, nada me deves! Vida, estamos em paz!"
Cada manhã
Cada ocaso
Mostram que nada é por acaso
E que nem tudo é coisa vã
A chuva, o riso
O que te leva a orar
Agradecer de joelho no piso
Pela chance de se alegrar
Ser feliz depende de nós
O sucesso é para quem corre atrás
E reconhece que não estamos sós
Bênçãos são para os que ao bem mais um traz
Pode se iluminar o dia de alguém
Com uma simples saudação sincera
Vencer as batalhas e ir além
É a simplicidade que torna a vida próspera
No ocaso desta hora morta nossas almas recuam
__ figuras sinistras na neblina __
desdenhando-se nas sombras destes movimentos vãos.
AO OCASO À AURORA
Num abstrato sol que eu estranho
Reside a luz que emana de ti
E que me absorto por jatos de cores
Na temperatura dos teus olhos
Que se deslumbram.
Os homens preferem as noites densas
Por sobre a lua
E elas não são deles
Nem queima
Nem se origina de uma força eletromotriz
A luz avermelhada do sol
Destaca o fogo das caatingas
O maldizer de quem se amedronta e conta as horas
Face da lua toda branca e reticente
Em fases se distrai e passa
Do horizonte dividido em pedaços de estrada.
O sol tem uma estação na mesma posição
E como a velha locomotiva
Não se cansa e precisa de mais gravetos
E quem lhe alimente em sua fome voraz.
A lua renasce em partes por vezes se arremete
À terra por discos voadores.
E nós voamos também além horizontes
No dia pela amarelidão da luz
À noite pelo foco brando do luar.
No final da tarde,
mesmo laconicamente olhe o ocaso...
fique feliz, mas não muito,
não se jubilize tanto,
pense nos que não têm essa possibilidade,
a noite, olhe a lua, ame, mas não se derrame
o amor é salutar em doses homeopáticas,
o amor tem efeitos colaterais
seja feliz, mas não tanto,
é triste ser feliz, eu já fui triste um dia...
olhe a chuva e não se maldiga,
no nordeste chuvas são
gotas de diamantes e águas marinhas...
Ocaso.
Fim de tarde e a janela aberta,
Fingindo ouvir o falatório vazio,
Imitando cantoria das cigarras.
"VIVER À SOMBRA DO DESTINO E DO ACASO, É IR AO ENCONTRO DO OCASO; MAS, VIVER SOB A LUZ MERIDIANA DE JESUS, É IR AO ENCONTRO DE UMA ALVORADA FESTIVA E PERENE".
OCASO
São os fados
Fatos natos
De quem grita
Clama, chora
Pois por descaso
Algum relapso
Mero lapso de memória
Soltou cobras e lagartos
Presos em caixas de Pandora
E o que antes era estanque
Ficou volúvel, virou pó
O que foi doce e aprazível
Feito mel de ambrosia
Virou amargo, vasto, asco
Sorvível cálice de jiló
E passa o vento
Leva o tempo
Num descuido mui profundo
Chega o fim do ciclo, o ocaso
De uma vida inteira só
Olhando o ocaso cor de sangue
e de volúpia, penso: Amanhã a luz
do sol haverá de incinerar
toda essa escuridão que me aturde.
o sol se escondeu entre as nuvens no alento do espaço açoitado neblinando no ocaso da vida sem acalantos a vagar, a lua adormece entristecida e anoiteceu toda a lida de um sol esplendoroso querendo brilhar.