Observar
Um homem de poucas palavras entende o poder que elas tem.
Pois aquele que se abdica de falar muito e observa sempre, terá conhecimento maior que os demais.
Seja um bom observador, aprenda com as falhas alheias, assim não precisará cometer os mesmos erros pra ficar ciente das consequências, pois estas já serão conhecidas por ti simplesmente por ter o hábito de analisar o que se passa ao teu redor.
O tempo é tão vaidoso que quanto mais o observamos, mais devagar ele faz questão de passar, assim como quando o ignoramos, num piscar de olhos um ano se vai.
A felicidade nos abre janelas em todo momento.
Preste bem atenção, observe por elas e alegre-se com as paisagens.
É preciso entender que existem aqueles momentos para trocação de palavras - em que se protagoniza situações desgastantes para o repertório de paciência e sabedoria -, e outros somente a serem observados como um mero espectador que alimenta a inteligência emocional e o "No Stress" à la paz e amor - em nome da infalível (e velha) política da boa vizinhança.
Olhou até o ponto mais distante que pôde perceber da sacada, e considerou que teria em sua vida tudo até onde seu ponto de visão alcançasse. Seria tudo dele; até onde pudesse ver.
Saltar para um mergulho nas artes. Voar pela desorganização. Um peteleco sutil nas cartas dos costumes e tradições. Um sopro forte e gelado para dispersar o hálito de um preconceito estúpido.
O pressentimento como campainha, mas com o som abafado. A ansiedade do jogo em um tabuleiro onde faltam peças. A censura esquecida, e uma liberdade ensinada. O espaço para o novo, onde o estranho é a descoberta.
Os olhos... Lavavam-se em preocupações. Mas um ponto de luz não deixava de insistir, valendo-se da hora errada para aparecer. Entretanto, não dava mais para se esconder.
Esperou então, lúcido, pela hora de sair.
Naquele verão, ao ligar o ventilador, olhou o sol pela janela, enquanto as cortinas balançavam. Do céu da tarde, fez-se espontâneo a saudade... Tardes em que ficava no alto do telhado observando o brilho da cidade.
Mas a janela também se abria no sopro quente da noite abafada, quando o escuro era levemente banhado a energia estrelar, e sons de cigarra e ao cheiro de dama-da-noite... Ali, na proa da sua embarcação, ancorava toda noite ao abrir as janelas do quarto em que estava.
E era naquele último momento, quando passara o dia e terminava a noite, que o seu personagem estava inserido dentro daquela curta e doce trilha sonora, quando sonhos vibravam e a alma se fazia falar.