Obscuro
És o vazio, o nada, o abismo, o obscuro, PARE!
Não adiantas reclamar, tens que agir homem!
Saias não tormente o tormento apenas AJA!
Invade-me,possua-me,no deleito.
Assusta-me, devaneios,obscuro.
Inquieta-se,murmuras, lamentos, sustento vero.
Real?...natural?...ilusiona,retratual.
Emociona,agride,sarcasmo,espúrio.
Abrocha-te do limbo,desdenha-te das trevas.
Reconheça-te,e´temporal.
Inercia,volta ao crepúsculo matinal.
Aguça os turbilhoes, a aura lacrimal,
Atentos bocejar, pálpebras erguias.
Acalma-te,acorda-te foi um sonho mal.
Às vezes dentro do meu silêncio inspiro-me para que em meu obscuro desenhe o seu rosto e fique bem mais perto de você;
Guardo um lugar dentro de mim, um lugar profundo e obscuro. Tenho minhas censuras, é melhor esconder sentimentos do que sofrer por ser boa demais.
O obscuro era o meu lugar, em um canto silencioso, eu esperava pela morte.
De repente você apareceu e me fez acordar de um pesadelo real em que vivia.
Estava desacostumada de sorrir, de amar, de viver. Tudo isso novamente pude sentir com você amor.
[...] O natal obscuro
Era pra ser um clima mais feliz, mais não é. Era pra soar um ar de mais alegria, mas não soa. Era para as familias estarem completas e sorrindo, mas não estão. Era para os corações estarem mais leves, mas não estão. Era para parecer com uma véspera de natal, mas não parece.
Muitas vezes o mais intimo do nosso ser fica obscuro ao nosso olhar...ainda assim,continuamos a julgar o que vemos no exterior superficial das pessoas!
idade:
36
Tépidas
essas mãos
que divagam
devagar por meus relevos
óbvios
e demoram
fundo
no obscuro
ponto
onde o corpo
se abisma
e silencia,
absurdo
Que divagam
A vida vivida
Quem sou eu senão um grande sonho obscuro em face do Sonho
Senão uma grande angústia obscura em face da Angústia
Quem sou eu senão a imponderável árvore dentro da noite imóvel
E cujas presas remontam ao mais triste fundo da terra?
De que venho senão da eterna caminhada de uma sombra
Que se destrói à presença das fortes claridades
Mas em cujo rastro indelével repousa a face do mistério
E cuja forma é prodigiosa treva informe?
Que destino é o meu senão o de assistir ao meu Destino
Rio que sou em busca do mar que me apavora
Alma que sou clamando o desfalecimento
Carne que sou no âmago inútil da prece?
O que é a mulher em mim senão o Túmulo
O branco marco da minha rota peregrina
Aquela em cujos braços vou caminhando para a morte
Mas em cujos braços somente tenho vida?
O que é o meu amor, ai de mim! senão a luz impossível
Senão a estrela parada num oceano de melancolia
O que me diz ele senão que é vã toda a palavra
Que não repousa no seio trágico do abismo?
O que é o meu Amor? senão o meu desejo iluminado
O meu infinito desejo de ser o que sou acima de mim mesmo
O meu eterno partir da minha vontade enorme de ficar
Peregrino, peregrino de um instante, peregrino de todos os instantes?
A quem respondo senão a ecos, a soluços, a lamentos
De vozes que morrem no fundo do meu prazer ou do meu tédio
A quem falo senão a multidões de símbolos errantes
Cuja tragédia efêmera nenhum espírito imagina?
Qual é o meu ideal senão fazer do céu poderoso a Língua
Da nuvem a Palavra imortal cheia de segredo
E do fundo do inferno delirantemente proclamá-los
Em Poesia que se derrame como sol ou como chuva?
O que é o meu ideal senão o Supremo Impossível
Aquele que é, só ele, o meu cuidado e o meu anelo
O que é ele em mim senão o meu desejo de encontrá-lo
E o encontrando, o meu medo de não o reconhecer?
O que sou eu senão ele, o Deus em sofrimento
O temor imperceptível na voz portentosa do vento
O bater invisível de um coração no descampado...
O que sou eu senão Eu Mesmo em face de mim?
Obscuro
Mais um dia e eu aqui estou,
sem muito o que falar,
com medo de arrpender-me,
com medo de magoar,
com medo de descobrir a verdade.
Verdade essa que vive dentro de mim,
presa nos meus sentimentos,
nas minhas razões de viver.
Verdade que faz meu lado humano
falar cada vez mais alto,
e que me machuca,
que corroí, doí!
às vezes nos enganamos
com nos mesmos
e somos magoados por nossa alma!
Somos desprezados por nosso corpo
e subestimados por nossa mesnte!
Chegamos ao ponto de desespero,
pensamos em fazer uma besteira,
mas, a tão grande necessidade de CONTINUAR...
Não nos permite nada fazer,
E assim vamos prosseguindo
na grande batalha da vida!
Questionando-nos, e tentando responder,
o que os olhos não podem ver,
mas o que o coração sente!
O ESPERADO
Obscuro!
É o que se deseja.
O sonho não é um plano,
não há roteiro; às vezes muda!
Muda de cara,
de gosto,
de preço.
Mudam os caminhos!!!
O esperado.
Quando chega?
Chega...
Mas ai, já não é mais tão importante,
passa a ser só mais um acontecimento
fadado ao E S Q U e c i m e n t o . . .
Joaquim Fernandes
Antes do amanhecer
O início de um novo percurso
muitas vezes pode te parecer obscuro.
Pode não iluminar tua fronte,
nem trazer águas frescas para as tuas flores.
Pode deixar-te sentindo vazios,
sentimentos entrelaçados...
Mas vê, não é o momento antes do amanhecer o período mais escuro?
E não é o céu carregado de nuvens que
alivia a terra com suas chuvas,
limpando a poeira do dia a dia?
Tem paciência com o novo.
A dificuldade inicial é necessária para que o ovo se quebre, para que dele saia a ave e esta voe para o céu, para a sua liberdade.
Tem confiança para com o movimento
da vida que te cerca de bênçãos.
Se souberes usufruir, aprenderás que
não há folha que caia de uma árvore
sem a permissão do Criador.
Tem humildade para com teu crescer.
Não é a semente do carvalho a menor de todas as sementes? E não é desta mesma semente que nasce a grande árvore para que
tu descanses em sua sombra?
Tem alegria para com o que te é dado.
O grande sábio é aquele que vive com o mínimo, assim fortalece o seu desapego para com as coisas que não são realmente necessárias para que sua luz brilhe e
se estenda a outros que dela necessitam.
Tem gratidão para com o que és.
Acima de toda a separação que tu fizeste entre ti e o Criador, acima de toda dor e solidão, de toda miséria e pequenez, teu ser ilumina e é perfeito, isento de erros e culpas.
Tem amor para contigo e para com os teus.
Dessa forma fortaleces a ti mesmo e ensina aos teus que o único caminho para crescer aos olhos de Deus é compartilhar aquilo que,
em ti, atende pelo nome de amor.
de luto.
luto.
soluço.
luto contra o luto.
reluto.
um susto.
um apuro.
o escuro.
obscuro.
impuro.
o impulso.
avulso.
debruço.
noturno.
soturno.
o absurdo.
o aborto, o fim.
vago útero.
borboleta, esqueleto.
crisálida, esquálida.
casulo!
morada de mim.
saudade de ti.
Vivo num deserto obscuro
Onde lágrima não tem vez
Meu coração já perfurado
Por perder tantas batalhas
Neste nosso amor!
Autor: Nelson Martins