Obrigado por Existir em minha Vida
DEUS É BOM O TEMPO TODO
Tudo que nos retira da zona de conforto
no tocante a observar a dor do outro
pode significar uma belíssima viagem de navio, longas e deliciosas férias, mudança de rumo
e até mesmo um novo porto.
DEUS É BOM O TEMPO TODO
Vivenciando desafios, saltando barreiras
no trem, no ônibus, na fila do supermercado, sem ter um centavo, esmolando no transito,
fazendo malabarismos no semáforo, morando na marquise, sem banho, sem água, em meio a muitas guerras...
A moedinha que cai no prato é a
esperança em movimento e
no coração daquele que recebe
o lindo sonho de soerguimento.
DEUS É BOM O TEMPO TODO
Uma família pra chamar de sua
implica em trabalho, delicadezas e dores.
No equilíbrio destas e de outras cores
reside a sementeira que gera pendores
numa balança dinâmica que você regula
quase sem perceber no vão dos bastidores.
DEUS É BOM O TEMPO TODO
Das muitas luzes que a vida acende
todas que elevam sempre exige esforço.
Se me detenho em algum desconforto
paro pra descansar, não estou morto,
prossigo no mesmo avião no mesmo aeroporto.
DEUS É BOM O TEMPO TODO
Sem tempo para refletir perdas e ganhos
bastante sem paz neste final de ano
comprando o que comer, o que beber,
pra onde ir, roupas que me tornem bela,
sem condições de acessar o que se passa
na parte interna, por dentro da janela.
DEUS É BOM O TEMPO TODO
No universo de possibilidades que
um colar de dois milhões oferece, o de multiplicar-se
sendo doado a caridade, é a que rende
a melhor publicidade.
DEUS É BOM O TEMPO TODO
Tudo que ofereço, entrego em doação
me enriquece, as vezes dói por uns segundos e vejo no apego, paisagem agreste de desassossego, como um prego tamanho gigante que me prende a coisas, respiro
fundo e mando em descarrego.
DEUS É BOM O TEMPO TODO
Cada dia tem seu peso
e o que foco sempre cresce;
nas dores da disciplina
de viver juntando rimas
vislumbrando Walt Whitman
semeando Lin Yuntang
a procura de Jonh Keats.
eis o que me enternece.
DEUS É BOM O TEMPO TODO
A prudência como difícil atalho
que emerge do discernimento,
nos instintos que nos escraviza a existência,
na ansiedade que nos dificulta a convivência
e todas as situações da vida que signifique dependência
encontra na oração, na conversa com Deus
sua transcendência.
Quando Deus é colocado a prova, ele revela alguns mistérios que envolvem as nossas vidas para quebrar toda arrogância e incredulidade: “Antes que Felipe te chamasse, eu te vi debaixo da figueira” (Jo 1, 48).
A lei está vigente.
Na natureza há uma lei incontestável, a lei é mudar!
A mudança palpita, corre, lateja em cada ejeção ventricular.
E não há nada que a impeça.
No caminho tortuoso, na estrada íngreme, na chuva fina ou no vôo da andorinha, tudo que respira, pulsa, corre, sopra... tudo nos impulsiona a mudar.
Mudar nos faz crescer, nos liberta, nos move, nos transforma, nos re-cria...
Como o poeta já dizia, "...Prefiro ser essa metamorfose ambulante..., do que ter a aquela velha opinião formada sobre tudo..."
A lei da vida é mudar.
Não se deixe levar pela péssima qualidade da foto, o que vale é a imagem e o sentimento envolvido nesse momento. Era um daqueles dias que tudo o que você mais quer é deitar na cama e descansar. Estávamos em meio ao furacão de um propósito de 28 dias cumprindo tarefas que fizessem de nós pessoas melhores.
Minha mãe era uma mulher como qualquer outra: tinha uma rotina, morava em um apartamento próprio quase na área rural de Porto Alegre, tinha meia dúzia de amigos e mais sonhos do que ela mesma poderia contar. Tinha também um cachorro feio e um emprego ruim. Está bem, a parte do cachorro feio podemos ignorar, para os olhos dela, ele era bonito (bem, eu também sou, aos olhos dela, então, ela não tem altos padrões de beleza).
Eu, se quer tinha uma vida. Não gostava de sonhar e nem imaginava que o amor ia além daquilo que eu já vivia. Meu coração não andava nada bem e eu havia perdido muito na vida, apesar de pouquíssima idade.
Cortei laços com minha família “fábrica” pois precisava crescer, sair do ciclo.
Em um dia como qualquer outro, Deus olhou para minha vida com a mesma misericórdia com que olhou para a vida da minha mãe e decidiu nos unir.
Desde o momento em que cheguei na vida dela, perdi as contas de quantas vezes ela me montou e desmontou em laços de amor, deixei de contar as tristezas e planejar meu futuro pelo dia de hoje. Ela trouxe a bagunça que só uma mãe que não gerou no útero pode trazer.
Ela tinha medo de errar, e por essa razão, errou muito. Errou mais do que deveria, mais do que poderia. Errou mais do que qualquer outra mãe erraria, errou por não ter recebido nenhum manual de instrução de como lidar comigo.
De tanto errar, começou a acertar. Acertou em todos os abraços, mimos, cheiros, beijos, zelos e cuidados. Me deu além do que eu merecia, além do que eu precisava e não me deixou crescer. Ainda não me deixa. Ela me quer por perto, tenho a impressão de que, de tão perto que ela me quer, provavelmente, se ela pudesse, me colocaria dentro dela. Me engoliria só para que eu estivesse tão perto dela que seríamos uma única pessoa.
Eu, errei pela idade, errei por temer, errei por conta dos outros, errei por culpa-la e errei por exigir demais. Errei em cada noite que não lhe dei um beijo antes de dormir, errei nas orações em que pedia a Deus para que ela fosse uma boa mãe para mim. Eu deveria era ter pedido para ser uma boa filha.
Até que, após vários anos, atravessando nossos vales mais extensos, decidimos acertar.
Oramos, choramos, passamos fome, contamos moedas para pagar a conta de energia, vendemos nossas coisas e mudamos de estado. Sem grana. Tomamos banho direto do cano pois não tínhamos chuveiro, dormimos no chão e quando tínhamos grana, decidimos não investir em nada, deixamos de comprar até mesmo um prato para comer. Ao invés disso, compramos umas passagens de avião e fomos para a Argentina. Trabalhamos, sorrimos, brincamos, fizemos amizades, erramos. Passeamos muito e comemos mais ainda.
Trabalhamos freneticamente, juntamos muita grana e construímos um sonho maior do que todos os sonhos. LIBERDADE.
Juntamos muita grana e jogamos fora. Recolhemos tudo, dissemos adeus e partimos. Outra vez. Acertamos, dessa vez.
Mudamos de país, adotamos uma gatinha rançosa e bipolar, compramos um carro mais velho que sobrevivente do Titanic e mais enferrujado que prego contaminado com tétano. Aprendi a dirigir.
Construímos uma casa dentro de um carro, moramos nela. Odiamos!
Viajamos por muitos lugares, comemos coisas diferentes. Coisas ruins e conversamos com gente boa. Boa demais. Fizemos família ao redor de muitos lugares.
Perdemos, ganhamos. Ficamos enlutadas, ficamos longe. Mas, o coração é como um imã com polaridades opostas, sou atraída pela energia gostosa que minha mãe tem, e ela pela minha.
Reconstruímos pontes, vivemos em família. Fomos família.
Reconstruímos, gastamos dinheiro, jogamos ele fora. Criamos laços, rompemos laços. Aprendemos coisas novas, bebemos até cair. Caímos de tanto beber. Compramos uma cachorra.
Mobiliamos a casa, pintamos tudo, equipamos e desfizemos tudo. Nos isolamos, crescemos, nos desafiamos.
Reconstruímos.
Desde o momento em que cheguei na vida dela, perdi as contas de quantas vezes ela me montou e desmontou em laços de amor, deixei de contar as tristezas e planejar meu futuro pelo dia de hoje. Ela trouxe a bagunça que só uma mãe que não gerou no útero pode trazer.
Ela tinha medo de errar, e por essa razão, errou muito. Errou mais do que deveria, mais do que poderia. Errou mais do que qualquer outra mãe erraria, errou por não ter recebido nenhum manual de instrução de como lidar comigo.
Quando entendemos que não precisa esperar a segunda-feira para começar a dieta, nem a sexta-feira para sair com os amigos. Não é necessário esperar o Natal para presentear, a páscoa para comer chocolate ou a sexta-feira santa para comer peixe. Quando entendemos que existe mais valor no AGORA do que no TALVEZ, então, entendemos que não cabemos em uma caixa que a sociedade criou para nos rotular. Por isso, tenho árvore de natal montada desde abril, como chocolate quando dá vontade, comecei dieta na quarta, parei na quinta, recomecei na terça. A reunião com os amigos pode ser em uma ligação por vídeo de horas, e o tempo para dizer te amo sempre é imediatamente.
Não é necessário esperar faltar para dar valor.
O tempo para dizer
"TE AMO" sempre é imediatamente.
Não é necessário esperar faltar para dar valor.
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