O teu Rosto poema

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Antes do aparecimento do espelho a pessoa não conhecia o próprio rosto senão refletido nas águas de um lago. Depois de um certo tempo cada um é responsável pela cara que tem. Vou olhar agora a minha. É um rosto nu. E quando penso que inexiste um igual ao meu no mundo, fico de susto alegre. Nem nunca haverá. Nunca é o impossível. Gosto de nunca. Também gosto de sempre. Que há entre nunca e sempre que os liga tão indiretamente e intimamente?

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998.

Todas as pessoas trazem o mesmo rosto melancólico de quem viveu tudo e não encontrou o que procurava.

Meses e meses se passaram. E eu quase esqueci seu rosto. Até que eles tocaram aquela canção. Aquela que nós ‘odiávamos’.

Um raio de sol horizontal iluminava o rosto de Cosette, que dormia com a boca ligeiramente aberta, tendo o aspecto de um anjo a beber luz.

SONETO 3

Mira no espelho e descreve o rosto que vês;
Agora é o tempo em que a face deve mudar,
Cujos reparos não tenhas logo renovado,
Terás enganado o mundo, à revelia de tua mãe.
Onde está a bela, cujo ventre não semeado
Desdenha o cultivo de teus cuidados?
Ou de quem será a tumba de um ser tão cioso
De seu amor-próprio para negar a posteridade?
És o espelho de tua mãe, e tua semelhança
Recorda os adoráveis dias de sua primavera;
Então, pela tua idade, poderás ver,
Apesar das rugas, o teu tempo áureo;
Mas se vives para não seres lembrado,
Jamais te cases, e tua imagem fenecerá contigo.

Eu era só mais um meninão, na ilusão de achar que os irmãos iriam fazer algo por mim...
Foi só ilusão irmãozin...
Eu fiz minha correria, o ceto pelo certo, na Terra Prometida passei pelo deserto, ninguém acreditou me jogaram em um buraco, virei governador, não sou mais um coitado

Deixa eu cuidar de você
Tocar seu rosto
Sentir seu gosto
Beijar teu sorriso
Segurar tua mão.
Você deixa?
Deixa eu colocar teu café
Lavar tua louça
Fazer tua comida predileta
Arrumar tua vida
E minha alma pra você.
Você deixa?
Deixa eu por sua música favorita
Dançar pra você
Escrever versos com teu nome
E recitá-los com paixão.
Você deixa?
Deixa eu te acordar com beijos
Sussurrar os desejos
Te falar dos meus sonhos
Chegar ao infinito sem ilusão
Você deixa?
Deixa eu viver a minha vida contigo
Ao teu lado ver o dia amanhecer
In teus braços adormecer
até o dia em que eu morrer...
Você deixa?

Eu deito na beirada
Sinto toda a minha vida repassando
Eu vejo o seu rosto
Em meio a multidão
Um milhão de vezes
Eu estou me afogando, estou caindo
Eu me ouço chamando

Rosto
Rosto nu na luz directa.

Rosto suspenso, despido e permeável,
Osmose lenta.
Boca entreaberta como se bebesse,
Cabeça atenta.

Rosto desfeito,
Rosto sem recusa onde nada se defende,
Rosto que se dá na duvida do pedido,
Rosto que as vozes atravessam.

Rosto derivando lentamente,
Pressentindo que os laranjais segredam,
Rosto abandonado e transparente
Que as negras noites de amor em si recebem

Longos raios de frio correm sobre o mar
Em silêncio ergueram-se as paisagens
E eu toco a solidão como uma pedra.

Rosto perdido
Que amargos ventos de secura em si sepultam
E que as ondas do mar puríssimas lamentam.

Veja as manhãs despontarem
com o sol tecendo bordados nas paisagens
onde árvores e plantas dançam calmas
agasalhando pássaros nas ramagens

Sinta em teu rosto a brisa serena
a tocar- te em carícias bem sutis
é a natureza ofertando presentes
para que teu dia seja mais feliz!

Um sorriso no rosto, um brilho no olhar.
Uma alma que chora, sem lágrimas derramar.
É chorar de tristeza, ou rir pra não chorar.
Os risos de alegria podem muito amenizar.
Viver todos os momentos, aproveitar os bons e rogar a Deus que os maus não se perpetuem.

Puberdade senil

"Ainda não sei qual é a expressão que me flerta
quando miro minha face no espelho;
desconheço no reflexo esse olho que me enxerga,
que me escruta com a passiva ira dos tempos,
insolente na sombra dos rastros de um vinco.
Quando essa mão que explora traços invisíveis na deslembrança de um rosto infante, chispas de fuligem me alcançam a mente.
E os meus cabelos nascem prateados.
Perdi a superfície vã das coisas simples na esteira da infância,
ou em puberdade senil se encontra o olho desse espelho?".

⁠Abro a janela da alma, expondo sentimentos, o pensamento corre
solto por labirintos sem saída. Quero me desfazer das ilusões, matando enganos, deixando comigo só as boas lembranças. Tirar do meu corpo o cansaço e percorrer suavemente a estrada que me resta, à procura da felicidade. Porém, ainda posso sentir seu perfume, um tanto esmaecido a
fazer-me companhia nas noites claras de luar, tudo com antes e isso me martiriza. Vejo também seu vulto, vagando entre as nuvens indolentes que encobrem o sol e isso também traz calafrios de desesperança, pois sei que não mais existes em meu viver.
Solitária , uma lágrima teimosa cisma em descer pelo meu rosto, mas já não tenho a ansiedade da espera e nem o temor da ausência!


Direitos Autorais Reservados
Abril de 2.007

⁠Ela tem belos cachos,
um olhar instigante,
um lindo rosto delicado
e lábios exuberantes,
aparenta estar sempre sedenta
por beijos intensos e demorados,
por momentos calorosos,
usufruídos de verdade, sem presteza
e sem nenhum segundo desperdiçado,
então, talvez seja como uma dose prazerosa de insanidade,
um fogo ardente e insaciável.

Quântica, calma e dialética
Ela olhou ele nos olhos
E virando o rosto ao vento que soprava
Em silêncio disse o que ele era essencial
Beijando-o com a força de um amor atemporal

Não vi o seu rosto
_ ele estava mergulhado entre as minhas coxas_
Não beijei sua boca
_ ela estava ocupada me beijando os lábios...

Último Soneto

Já da noite o palor me cobre o rosto,
Nos lábios meus o alento desfalece,
Surda agonia o coração fenece,
E devora meu ser mortal desgosto!

Do leito, embalde num macio encosto,
Tento o sono reter!… Já esmorece
O corpo exausto que o repouso esquece…
Eis o estado em que a mágoa me tem posto!

O adeus, o teu adeus, minha saudade,
Fazem que insano do viver me prive
E tenha os olhos meus na escuridade.

Dá-me a esperança com que o ser mantive!
Volve ao amante os olhos, por piedade,
Olhos por quem viveu quem já não vive!

Vou deixar você lembrar de mim
Quando o frio da solidão tocar teu rosto
E toda essa superficialidade desaparecer
E todos os brotos de amizades falsas morrerem
Você vai perceber que aquela historia bonita
Poderia ter continuação
Deixar você perceber que dentro de mim também
Bate um coração
Vou deixar você amar o que restou
De tudo aquilo que construímos
Por que amo ainda tudo
Inclusive o causador disso tudo
Por que tudo tem o começo
Tudo tem um fim
Por que é a lei da vida
Sempre foi assim

E as lágrimas escorrem pelo seu rosto
Quando você perde algo que não pode substituir
Quando você ama alguém, mas isso se desperdiça
Poderia ser pior?

Estamos aqui para vencer a dor
E teu rosto diário faz lembrar
a vitória do tempo sobre o tempo
Porque afinal de contas tu
te pareces muito com a promessa
de uma fé vagarosa & livre
Pareces a coragem, pareces a paz