O teu Rosto poema

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Que as gotas de chuva molhem suavemente o seu rosto.
Que o vento suave refresque seu espírito.
Que o sol ilumine o seu coração.
Que as tarefas do dia não seja um peso nos seus ombros.
Que Deus envolva você no manto de seu amor.
Que a estrada se abra à sua frente.
Que o vento sopre levemente em suas costas.
Que o sol brilhe morno e suave em sua face.
Que a chuva caia de mansinho em seus campos.
Até que nos encontremos de novo...
Que Deus guarde você na palma de sua mão.

Ao meu filho,

Esta manhã, eu vou sorrir quando vir o seu rosto, e rir mesmo sentindo vontade de chorar.

Vou deixar você escolher o que vai vestir, sorrir e dizer o quanto você está ótimo.

Eu vou deixar a roupa para lavar de lado, pegar você e levá-lo ao parque para brincar.

Vou deixar a louça na pia e deixar você me ensinar a montar seu quebra-cabeça.

Esta tarde, eu vou desligar o telefone, manter o computador fora do ar e sentar-me com você no quintal e soltar bolhas de sabão.

Eu não vou gritar nenhuma vez, nem mesmo resmungar quando você gritar e acenar para o carrinho de sorvetes, e vou comprar um se ele passar.

Eu não vou me preocupar com o que você vai ser quando crescer.

Vou deixar você ajudar-me a assar biscoitos e não vou ficar atrás de você tentando consertá-los.

Iremos ao McDonald's e comprar um Mc lanche feliz para nós dois, para que você possa ganhar dois brinquedos.

Esta noite, vou segurá-lo em meus braços e contar-lhe uma história sobre como você nasceu e como eu o amo.

Eu vou deixar você espirrar a água do banho e não ficar nervosa.

Vou deixar você ficar acordado até tarde, enquanto ficamos sentados na soleira, contando todas as estrelas.

Eu vou me aconchegar ao seu lado por horas e perder meus shows favoritos na TV.

Quando eu passar meus dedos entre seus cabelos enquanto você reza, eu vou simplesmente ser grato a Deus por ter me dado o maior presente do mundo.

Eu vou pensar nas mães e pais que procuram por seus filhos perdidos, nas mães e pais que visitam a sepultura de seus filhos ao invés de suas camas, nas mães e pais que estão em hospitais vendo seus filhos sofrerem sem que isto tenha sentido e gritando por dentro que não podem mais suportar isso.

E, quando eu te der um beijo de boa noite, eu vou te segurar um pouquinho mais forte, por um pouquinho mais de tempo.

E é então, que vou agradecer a Deus por você, e não pedir nada a Ele, exceto mais um dia.

Ela é o meu cabelo curto, o esmalte descascado na minha unha, as olheiras no meu rosto.
Ela é o brinquedo espalhado pela sala, é o melado no controle remoto,
Ela é o farelo no sofá, as tesouras e quadros no alto.
Ela é a marca de mão nos móveis, o embaçado nos vidros.
Ela é o ventilador desligado,
a porta do banheiro fechada, a gaveta da cômoda aberta.
Ela é as frutas fora da fruteira, os plásticos amarrando os armários.
Ela é o valor do trabalho, a vontade de aprender, a minha força, a minha fraqueza, a minha riqueza.
Ela é o aperto no meu peito diante de uma escada, é o cheirinho no meu travesseiro.
Ela é o vazio triste no silêncio de dormir,
o meu sono leve durante a noite.
Ela é o meu ouvido aguçado enquanto durmo.
Ela é o arrepio quando me chama, a paz quando me abraça, a emoção quando me olha.
Ela é meu cuidado, a minha fé, o meu interesse pela vida, a minha admiração pelas crianças, o meu amor por Deus.
É o meu ontem, o meu hoje,
o meu amanhã.
Ela é a vontade, a inspiração, a lição, o dever.
Ela é a presença, a surpresa
a esperança.
A minha dedicação.
A minha oração.
A minha gratidão.
O meu amor mais puro e bonito.
Enfim a minha vida...amo vc filha!

Nádia Maria

Nota: Texto adaptado

Amizade sincera

Em nossa vida sempre conhecemos pessoas novas, de umas nem do rosto lembramos, de outras o nome é o de menos pela pessoa que elas são, outros que sabendo o nome e lembrando do rosto se dividem em pessoas comuns, importantes e umas que não fazemos questão de lembrar, mas de todas sempre existe uma ou outra que nos marcam, sem a menor explicação ficam cravadas em nossos corações e em nossa memória, são especiais sem mérito algum, mas nem sempre se dão conta.

Todos nós acabamos sendo cada um desses tipos de pessoas, mas o ultimo citado é o mais difícil de sermos, mesmo sendo o mais gratificante, e é aí que devemos nos perguntar se quando nos vêem assim, se damos o valor necessário, o valor esperado, ou se simplesmente nem os notamos.

Em toda a minha vida já encontrei todos os tipos de pessoas, todas diferentes entre si, mas de todas, poucas foram as que eu encontrei que realmente me marcaram, e uma delas foi você.

Amigo é aquele que não tem rosto,
tem sentimento

Amigo é aquele que não tem raça,
tem coração
Amigo é aquele que não tem preconceito
e, sim, mãos estendidas
Amigo é aquele que não tem hora
pois toda hora é hora
Amigo não tem sorriso
tem expressão
Amigo não tem beleza
tem perfeição
Amigo não é visita,
pois é sempre bem-vindo
Amigo é aquele que não tem palavras,
tem o abraço
Amigo não aponta seus defeitos,
evidencia suas qualidades
Amigo sempre lhe dá seu ombro amigo
mesmo estando precisando de um

Jardins e jardins entremeados de acordes musicais. Iridescência ensanguentada. Vejo meu rosto através da chuva. Rebuliço estrídulo do vento agudo que varre a casa como se esta estivesse oca de móveis e de pessoas. Está chovendo. Sinto a boa chuvarada de verão. Tenho uma cabana também – às vezes não ficarei no palácio, mergulharei na cabana. Sentindo o cheiro do mato. E fruindo da solidão.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

O sorriso do rosto está muito longe de ser feito de suor, de faíscas, de golpes de cinzel e de mármore. O sorriso não é da pedra, mas sim do criador. Liberta o homem, e ele criará.

Os cabelos lisos caíram sobre o rosto. Para afastá-los, ela levantou a cabeça, e então viu o céu tão claro que não era o céu normal de Sampa, com uma lua quase cheia e Júpiter e Saturno muito próximos. Vista assim parecia não uma moça vivendo, mas pintada em aquarela, estatizada feito estivesse muito calma, e até estava, só não sentia mais nada, fazia tempo.

Sim, ando sempre com um sorriso estampado no rosto. Mas isso não quer dizer que eu não passe por momentos difíceis. Às vezes, mesmo com um nó no peito decido sorrir. Não por hipocrisia, apenas acho que é melhor semear sorrisos e estar aparentemente feliz do que triste. E tristeza não combina com Deus, ele me consola, abraça, refaz, e ele deseja me ver sorrindo, aparentando ser forte mesmo com todas as coisas ruins que acontecem em minha vida, e só de saber que ele se dedica pra me ver feliz, já é um motivo pra realmente me sentir assim.

Qualquer um que tenha um sorriso contínuo no rosto mostra uma tenacidade quase aterrorizante.

Quantas vezes fingiu que estava tudo bem pra não tirar aquele belo sorriso do rosto da sua amiga?

Um texto com milhares de linhas não provam nem metade do que um beijo no rosto inesperado prova.

Hoje acordei de bem com a vida, as lágrimas ficaram no travesseiro e o sorriso voltou pro meu rosto. Acordei me amando tanto que percebi que não vale ficar mal por causa de qualquer porcaria.

Às vezes perdemos algo e não há solução. No fim você coloca um sorriso no rosto e finge que é sincero.

Antes do aparecimento do espelho a pessoa não conhecia o próprio rosto senão refletido nas águas de um lago. Depois de um certo tempo cada um é responsável pela cara que tem. Vou olhar agora a minha. É um rosto nu. E quando penso que inexiste um igual ao meu no mundo, fico de susto alegre. Nem nunca haverá. Nunca é o impossível. Gosto de nunca. Também gosto de sempre. Que há entre nunca e sempre que os liga tão indiretamente e intimamente?

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998.

Lembrei-me de ti, quando beijara teu rosto de homem, devagar, devagar beijara, e quando chegara o momento de beijar teus olhos – lembrei-me de que então eu havia sentido o sal na minha boca, e que o sal de lágrimas nos teus olhos era o meu amor por ti. Mas, o que mais me havia ligado em susto de amor, fora, no fundo do fundo do sal, tua substância insossa e inocente e infantil: ao meu beijo tua vida mais profundamente insípida me era dada, e beijar teu rosto era insosso e ocupado trabalho paciente de amor, era mulher tecendo um homem, assim como me havias tecido, neutro artesanato de vida.

Clarice Lispector
A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Todas as pessoas trazem o mesmo rosto melancólico de quem viveu tudo e não encontrou o que procurava.

Um raio de sol horizontal iluminava o rosto de Cosette, que dormia com a boca ligeiramente aberta, tendo o aspecto de um anjo a beber luz.

Meses e meses se passaram. E eu quase esqueci seu rosto. Até que eles tocaram aquela canção. Aquela que nós ‘odiávamos’.

SONETO 3

Mira no espelho e descreve o rosto que vês;
Agora é o tempo em que a face deve mudar,
Cujos reparos não tenhas logo renovado,
Terás enganado o mundo, à revelia de tua mãe.
Onde está a bela, cujo ventre não semeado
Desdenha o cultivo de teus cuidados?
Ou de quem será a tumba de um ser tão cioso
De seu amor-próprio para negar a posteridade?
És o espelho de tua mãe, e tua semelhança
Recorda os adoráveis dias de sua primavera;
Então, pela tua idade, poderás ver,
Apesar das rugas, o teu tempo áureo;
Mas se vives para não seres lembrado,
Jamais te cases, e tua imagem fenecerá contigo.