O Tempo e o Vento
O Limiar
No limiar, onde o tempo hesita,
o vento não sopra e o silêncio grita,
há um abismo entre o que fui
e o que, talvez, nunca serei.
Ali, os dias se dobram em espelhos,
refletem rostos que nunca usei,
são máscaras deixadas pela alma
no altar daquilo que não ousei.
No limiar, a luz é frágil,
um fio tênue entre o claro e o escuro,
e os passos ecoam no vazio
como perguntas sem futuro.
O que há além? Um nome? Um rosto?
Um eco que devolve a vida ao posto?
Ou apenas o silêncio denso,
onde tudo cessa, até o intento?
No limiar, encontro-me nu,
despojado de sonhos, de medos, de véus.
Sou pó, sou tudo, sou nada,
um grão perdido entre céus.
E quando cruzo, se cruzo,
não levo certezas, mas sinto o pulsar:
um suspiro que rasga o infinito
e deixa o agora se perpetuar.
O tecelão do tempo voa no vento do passado em dança de tempos atrás fecundado em memórias inexplicáveis.
Além do Tempo
A vida é um sopro que mal percebemos,
um verso perdido no canto do vento.
Quando se vê, já é outono…
Quando se vê, já partiu o momento.
Os dias se dobram, frágeis e breves,
como as folhas que o tempo carrega.
E quando se vê, já é passado…
E o que ficou? O que nos resta?
Ah, se houvesse outro instante,
um rastro de luz na estrada vazia,
eu não contaria as horas frias,
mas faria de cada segundo poesia.
E, livre, deixaria para trás
os grilhões do tempo, sem medo ou lamento,
pois só é eterno quem não se apega
ao relógio lento do esquecimento.
Der repente
O vento
Se despede
E pede um tempo
Para mim
Mais o que fiz?
Tudo que não queria
E hoje se via
Meu amor
Tudo que não podia
Eu sempre fazia
E isso me tornou
Tudo que sou
E o que serei
Talvez um rei
Dos meus sentimentos
Nesse eterno lamento
Com pouco conhecimento de viver
Sem entender
O que fazer?
Devo explicar
Pois não sei continuar
E falar do meu próprio amor
Sem seu calor, e sem seu sabor
Continuou
Logo após sofrer
Decidiu viver
Pra poder ver
Sem poder esquecer
E aprender a fazer, cometer.
Raízes do Tempo
Na vastidão da natureza,
canta o vento em liberdade,
soprando histórias antigas,
tecendo fios de ancestralidade.
Sob a sombra das mangueiras,
dança a vida em movimento,
num abraço de diversidade,
nos batuques do tempo.
O rio ensina com paciência,
a maré flui sem vaidade,
refletindo no espelho d’água
o pulsar da humanidade.
Que haja terra para os passos,
que haja voz para o afeto,
que o amanhã floresça livre
no caminho do respeito.
Feliz é o vento que sopra todas as verdades do universo sem se incomodar com a força do tempo.
Valnia Véras
Nesse mundo desnudo,
o vento beija apressadamente as faces do luar,
lembrando-nos que o tempo urge e que logo ali,
“très vite”, a aurora brotará.
Valnia Véras
Tempo, tempo, tempo...
Semeando e colhendo...
Sentindo o vento nos cabelos e o coração carregadinho de amor...
MEU LIVRO
Folheio as páginas do tempo,
onde a vida se desenhou,
letras soltas pelo vento,
Histórias que o coração guardou.
Cada linha, um passo incerto,
cada página, um renascer,
capítulos de um sonho aberto,
versos que ensinam a viver.
Há trechos de riso e festa,
outros de pranto e solidão,
mas a trama nunca é honesta
sem reviravoltas no coração.
E quando o fim se avizinhar,
na última folha a se escrever,
que reste em tinta o lembrar,
de que valeu a pena viver.
Prometemos eternidade com lábios feitos de vento.
Corpos que se desfazem no tempo sonham com o sempre,
como se a areia pudesse segurar o mar.
Mas é na brevidade que mora a liberdade.
Quando aceitamos a morte como vizinha,
a vida deixa de ser prisão e vira dança.
Ser é ser por instantes —
e isso não é pouco, é tudo.
Pois quem abraça o efêmero
conhece a eternidade que cabe num agora.
Chuva ou vento chamado de "tempo ruim", não impede de fazer inúmeras coisas boas enquanto a Natureza trabalha para manter a bondade da vida.
Quero asas azul, para que eu encontre o caminho do vento e a janela do tempo . Quando o amor nos visita a razão se despede. O exagero é a arte dos poetas, que enxergam as coisas com o brilho certo, eu me perco nos seus olhos que brilham como uma noite de luar, você é confiança, carinho e compreensão agradeço por me fazer sentir, que sou alguém com quem você se importa. Boa noite.
O tempo é como o vento, que passa tão rápido, e quando percebemos ele deixará apenas a sensação de sua brisa. Por isso, devemos valoriza-lo sabendo que a cada segundo passado será apenas uma doce lembrança, ou uma armargura a dilacerar a nossa alma.
Não deixe o tempo levar para longe o seu amor como folha seca ao vento, não deixe no relento quem deseja dormir no seu abraço, um gesto pode mudar os rumos.