O que as Pessoas Querem que a Gente Seja

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­O impossível é apenas uma grande palavra usada por gente fraca, que prefere viver no mundo como ele está, em vez de usar o poder que tem para mudá-lo, melhorá-lo. Impossível não é um fato. É uma opinião. Impossível não é uma declaração. É um desafio. Impossível é hipotético. Impossível é temporário. O impossível não existe.

Aimee Lehto e Boyd Coyner

Nota: O pensamento é erroneamente atribuído ao lutador Muhammad Ali. Na verdade, o texto pertence à redatora publicitária Aimee Lehto e a frase final pertence ao diretor criativo Boyd Coyner. O texto fez parte da campanha publicitária da Adidas, veiculada em 2004. A confusão provavelmente aconteceu porque a imagem do lutador Muhammad Ali está presente na propaganda.

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Mesmo que a gente se perca, não importa. Que tenha se transformado em passado antes de virar futuro. Mas que seja bom o que vier, para você, para mim.

Tem gente muito inteligente, que não sabe ser feliz.

'...Tem gente que pula de um romance para o outro. Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia? ...'

Um dia a gente descobre que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida. Nossas duvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar...

Veronica Shoffstall

Nota: Trecho adaptado e adulterado de poema de Veronica Shoffstall.

Arre! Estou farto de semi-deuses! Onde é que há gente no mundo???

Ensaio sobre a amizade

Que qualidade primeira a gente deve esperar de alguém com
quem pretende um relacionamento? Perguntou-me o jovem
jornalista, e lhe respondi: aquelas que se esperaria do melhor amigo. O resto, é claro, seriam os ingredientes da paixão, que vão além da amizade. Mas a base estaria ali: na confiança, na alegria de estar junto, no respeito, na admiração. Na tranquilidade. Em não poder imaginar a vida sem aquela pessoa. Em algo além de todos os nossos limites e desastres.
Talvez seja um bom critério. Não digo de escolha, pois amor é instinto e intuição, mas uma dessas opções mais profundas, arcaicas, que a gente faz até sem saber, para ser feliz ou para se destruir. Eu não quereria como parceiro de vida quem não pudesse querer como amigo. E amigos fazem parte de meus alicerces emocionais: são um dos ganhos que a passagem do tempo me concedeu. Falo daquela pessoa para quem posso telefonar, não importa onde ela esteja nem a hora do dia ou da madrugada, e dizer: “Estou mal, preciso de você”. E ele ou ela estará comigo pegando um carro, um avião, correndo alguns quarteirões a pé, ou simplesmente ficando ao telefone o tempo necessário para que eu me recupere, me reencontre, me reaprume, não me mate, seja lá o que for.
Mais reservada do que expansiva num primeiro momento,
mais para tímida, tive sempre muitos conhecidos e poucas,
mas reais, amizades de verdade, dessas que formam, com a
família, o chão sobre o qual a gente sabe que pode caminhar.
Sem elas, eu provavelmente nem estaria aqui. Falo daquelas amizades para as quais eu sou apenas eu, uma pessoa com manias e brincadeiras, eventuais tristezas, erros e acertos, os anos de chumbo e uma generosa parte de ganhos nesta vida.
Para eles não sou escritora, muito menos conhecida de público algum: sou gente.
A amizade é um meio-amor, sem algumas das vantagens dele
mas sem o ônus do ciúme – o que é, cá entre nós, uma bela
vantagem. Ser amigo é rir junto, é dar o ombro para chorar,é poder criticar (com carinho, por favor), é poder apresentar namorado ou namorada, é poder aparecer de chinelo de dedo ou roupão, é poder até brigar e voltar um minuto depois, sem ter de dar explicação nenhuma. Amiga é aquela a quem se pode ligar quando a gente está com febre e não quer sair para pegar as crianças na chuva: a amiga vai, e pega junto com as
dela ou até mesmo se nem tem criança naquele colégio.
Amigo é aquele a quem a gente recorre quando se angustia
demais, e ele chega confortando, chamando de “minha
gatona” mesmo que a gente esteja um trapo. Amigo, amiga, é um dom incrível, isso eu soube desde cedo, e não viveria sem eles. Conheci uma senhora que se vangloriava de não precisar de amigos: “Tenho meu marido e meus filhos, e isso me basta”. O marido morreu, os filhos seguiram sua vida, e ela ficou num deserto sem oásis, injuriada como se o destino tivesse lhe pregado uma peça. Mais de uma vez se queixou, e nunca tive coragem de lhe dizer, àquela altura, que a vida é uma construção, também a vida afetiva. E que amigos não
nascem do nada como frutos do acaso: são cultivados com…
amizade. Sem esforço, sem adubos especiais, sem método nem aflição: crescendo como crescem as árvores e as crianças quando não lhes faltam nem luz nem espaço nem afeto.
Quando em certo período o destino havia aparentemente
tirado de baixo de mim todos os tapetes e perdi o prumo, o rumo, o sentido de tudo, foram amigos, amigas, e meus filhos, jovens adultos já revelados amigos, que seguraram as pontas.
E eram pontas ásperas aquelas. Aguentei, persisti, e continuei amando a vida, as pessoas e a mim mesma (como meu amado amigo Erico Veríssimo, “eu me amo, mas não me admiro”) o suficiente para não ficar amarga. Pois, além de acreditar no mistério de tudo o que nos acontece, eu tinha aqueles amigos.
Com eles, sem grandes conversas nem palavras explícitas,
aprendi solidariedade, simplicidade, honestidade, e carinho.
Nesta página, hoje, sem razão especial nem data marcada,
estou homenageando aqueles, aquelas, que têm estado comigo seja como for, para o que der e vier, mesmo quando estou cansada, estou burra, estou irritada ou desatinada, pois às vezes eu sou tudo isso, ah!, sim. E o bom mesmo é que na amizade, se verdadeira, a gente não precisa se sacrificar, nem compreender, nem perdoar, nem fazer malabarismos sexuais, nem inventar desculpas, nem esconder rugas ou tristezas. A gente pode simplesmente ser: que alívio, neste mundo complicado e desanimador, deslumbrante e terrível, fantástico e cansativo. Pois o verdadeiro amigo é confiável e estimulante, engraçado e grave, às vezes irritante; pode se afastar, mas sabemos que retorna; ele nos aguenta e nos chama, nos dá impulso e abrigo, e nos faz ser melhores: como o verdadeiro amor.

Sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte do que o lugar. Viver é muito perigoso...

O amor sempre muda as regras para a gente nunca aprender a jogar.

Acho que a gente tem que vencer. Ou lutar. E ficar bem. Feliz. Criar. Fazer. Se mexer. Odeio autodestruição.

Me surpreende pensar que, com uma história meio Romeu e Julieta a gente conseguiu e ainda consegue superar todas as dificuldades e desafios, porque o amor fala mais alto no fim das contas.

Tem gente que pensa que poesia
é coisa que se faz com letras e versos
Mas poesia não se faz com palavras, não.
Poesia a gente escreve com a vida
usando como tinta apenas a alma e o coração.

E esse é meu presente dessa fase tão terrível de gente indo embora. Quem tem que ficar, fica.

Gente de sorriso bonito me fascina. Você tem de se perguntar o que faz elas sorrirem tão bonito.

Mulheres sonsas ganham por W.O. É que a gente nem compete com elas.

Quando a gente gosta, a gente cuida. Cuida mais do que devia. Gostar é se prevenir do desgosto. A gente nunca sabe o que é suficiente, a gente vai se doando, se gastando, sem pedir troco. A gente gasta mais do que tem e corre atrás para imaginar o que não viveu para não fazer falta à memória mais adiante.

Vou ensinar o que agorinha eu sei, demais: é que a gente pode ficar sempre alegre, alegre, mesmo com toda coisa ruim que acontece acontecendo. A gente deve de poder ficar então mais alegre, mais alegre, por dentro.

E ninguém dirá que é tarde demais
Que é tão diferente assim
Do nosso amor a gente é que sabe, pequena

Tem gente que não gosta de segunda-feira. Eu adoro. Acho que tem cara de recomeço, de pé direito, de cheirinho de coisa nova. É mais uma oportunidade de fazer as coisas de um jeito diferente. E melhor. Por isso, desejo uma segunda sem cara feia, sem problemas, sem pensar que ainda faltam muitos dias para a sexta chegar. Uma segunda com amor, fé, vontade e alegria.

Mas não quero me meter com gente louca", Alice observou.
"Oh! É inevitável", disse o Gato; "somos todos loucos aqui. Eu sou louco. Você é louca."
"Como sabe que sou louca? perguntou Alice.
"Só pode ser", respondeu o Gato, "ou não teria vindo parar aqui."
Alice não achava que isso provasse coisa alguma; apesar disso, continuou: "E como sabe que você é louco?"
"Para começar", disse o Gato, "um cachorro não é louco. Admite isso?"
"Suponho que sim", disse Alice.
"Pois bem", continuou o Gato, "você sabe, um cachorro rosna quando está zangado e abana a cauda quando está contente. Ora, eu rosno quando estou contente e abano a cauda quando estou zangado. Portanto sou louco."

Alice no país das maravilhas Lewis Carroll
CARROLL, L., Alice no País das Maravilhas, 1865