O Poeta e o Passarinho

Cerca de 25471 frases e pensamentos: O Poeta e o Passarinho

MEU PRECIOSO AMOR

Vem, amor, para quem te ama tanto!
Para quem não sabe mais o que fazer,
Nem mesmo sabe mais ficar sem ter
Os teus sorrisos belos e o teu encanto...

Vem, que te desejo não sabes o quanto,
Vivo por tua paixão, por teu querer...
Sim, amor, sonho e vivo por teu viver,
Sou da tua canção o teu vultoso pranto!

Choro e canto, mas a chorar sem dor...
Na face escorres as lágrimas de amor,
Por tão humilde alma que há em mim!

Tu és da minha vida o tudo que já amei,
A essência mais rara que tanto esperei
Estar aprisionada no meu amor sem fim!

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LAÇOS

Tantos sentimentos me perseguem...
E nesta vida em que eu vou passando
Céus inteiros me clareiam, quando
Todos os de bom amor me seguem...

Com a voz do infinito eu vou cantando
As melodias dos que não temem,
Dos que, nos louvores, prevalecem
Nos maus das noites dispersando...

Eu anseio qual se afia prudentemente,
O que não se firma em mau intento,
Que não se deixa amar secretamente.

Pois que os sentimentos nesse mundo,
Não inquire tudo o que se vai vendo...
Mas anseia o coração, que é profundo!

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AOS DIAS DE SEMPRE

“Tudo é como é, e é perfeito.
Se não é perfeito aos nossos olhos,
É perfeito aos olhos de Deus!”

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OBSESSO

Há no meu amor um desejo e uma lenda,
Que são de ‘spasmos fiéis e de conflito,
Que são de paixões e de oferenda;
Que me tornam na vida um ser bendito.

Há na minh’alma um fulgor e uma emenda,
Que são por um conforto de infinito,
Que são de louvores à minha contenda;
Que são por todo plano o meu grito.

Espíritos me rondam os espaços mais cruéis,
Por vaidades que bendizem verdadeiros;
Por razões me confundir de amor e sonho.

No meu amor, se passam como fortes leis
A provar, de mim, recantos altaneiros;
Que por Deus, é o forte amor qu’eu disponho.

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NO SEU IMPOSSÍVEL

Na noite escura do teu penar,
Sou vento que te roga, santa,
A brisa que acaricia, e manta,
Que te envolve o rosto, o ar!

Sou o ser que vaga, a portar
Na candura que em ti canta...
Sou a melodia fina e infanta,
Que na tua alma quer entrar...

Quero o teu corpo envolver...
No teu arrepiar frio te sentir,
Nas tuas entranhas, se perder!

Trago-te a chama do existir...
Os desejos, o amor e o viver
Que tanto esperaste por vir!

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POESIA ELEITA

Donde vem esta beleza tão rara?
Que é o oiro da alvorada que deita,
Na noite é o clarão da lua que para,
Na face de olhos à boca perfeita!

É do mar o azul que o céu depara,
Da voz o deleite d’uma poesia eleita,
Uma canção que da alma dispara
Na manhã clara, que a vida rejeita!

É a ambição, os desejos e loucuras
Ao ansiar das fontes as águas puras
Nas melodias dos cantos que têm!

Donde tu vens tens amor infinito?
Pois tu mais me pareces um mito
Dos olhos sofredores d’um alguém!

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A UM POETA

E vozes interagem o que escrevo!
Na minh’alma o silêncio corta,
Dizendo o que sou e o que devo,
Dos meus olhos já de água morta!

Sussurros estranhos igual ao meu?
Deuses choram versos mortos...
Não sou de brado igual ao teu!
Só canto as mágoas que conforto!

Nuvens, Poeta, cobrem o meu dia!
O sol de esperança, me é fantasia
Como as preces que clareia e sente...

Os meus segredos, eu te desvendo:
Penso o que pensas d’alma lendo
O que sou à boca já de toda a gente!

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DEST’ARTE

Sou aquele que desperta as almas escuras:
Enigmas da noite, por todo esplendor...
Em que vagam, por abstinências e dor,
Dos meus olhos fechados são murmuras...

E os elevo, à grandeza de vossas alvuras...
— Ó vultos transparentes de visão ardor —
De minh’alma cansada, e de vos pecador,
Que os mortais não nos vejam amarguras!

E na profundeza vã das miragens, aberta,
A porta dos espíritos vãos, que desperta,
Que nos revele o dest’arte do amor-pagão...

E na noite, pálida, a‘lma branca que vaga,
Sob o imenso olimpo de fogo, agonia apaga,
E os vês, dias de glórias sob vossa ilusão...

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DESEJOS EM AGONIA

Eu queria ser a brisa no teu esplendor
Galgar pelo tempo, ao vento imenso!
Eu queria ser alma em tudo que penso...
A aura do teu sentido e o teu frescor!

Eu queria ser o gosto do teu beijo denso,
O mel que escorre da tua boca em flor!
Ser as lágrimas do teu pranto sem dor
Que beija a tua face, sob o desejo tenso!

Eu te desejo sobre o langor dos sentidos
Por tempos curtos passados e perdidos,
Num dia de noite, sobre trevas sem fim...

Minha alma vagueia ao tempo em agonia
Por deixar-te passar ao vento aquele dia
Em que o ar teu perfume errou em mim!

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HORAS QUENTES

Se eu pudesse ter-te, oh, amada minha,
Nesta hora em que os desejos aflorados
Consomem todos os medos e pecados
Deste Poeta louco que te adivinha...

Toda louca que tu és, bem à noitinha,
Vem ao pôr-do-sol a lua dos amados
A deixar-te em suspiros amargurados,
A estender-se pela noite, tão sozinha...

Se eu pudesse ter-te às horas quentes,
Sob roupas íntimas que te põe ardentes,
Rasgaria em linhas as vontades tuas...

Deixaria estas loucuras sem passado...
E no momento que tivesse do meu lado,
Suavizados, faríamos amor... às luas!

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VOLIÇÃO

Que tudo o que fui e tudo o que sou
Não se perca no tempo...
Que o espelho de mim reflita a um futuro breve
Não melancólico, ou triste, ou amargo,
Mas numa doçura leve...
Que o amor que tenho não seja esquecido
Como uma flor morta sobre a terra,
Mas que o lembrem para a eternidade...
E, de mim, do meu corpo,
Que os ventos o espalhe como cinzas ao mar!

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AFETO

O tenho porque a vida me deu, portanto,
Para mantê-lo altivo e forte
Sem que o tenha de repente à morte,
O complemento de essência um espanto!

Sempre o mantendo de perfume infanto!
Sempre o ouvindo de inteira sorte!
Que morrer não fosse nunca a norte
Cantando... e sorrindo... chorando e tanto.

Ao sol alto e de infinito o ando viver...
De sorrisos largos, complexo, equivalente;
Que o tenho a propósito de encontrar...

Que no mesmo recesso e ao mesmo querer
O sobressalto, portanto, a toda gente,
Que o amor nos seja a vida, o som, o ar...

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SUBSTÂNCIA FLUIDA

Eu só queria ser o que nunca fui;
Vida, som, ar... não sei o quê.
Queria ser a tua fragrância que dilui...
E, nos ares do amor, amar você!

Eu só queria ser o que inteiro flui...
Na alma, brotar o que não vê.
Queria ser o teu amor que não deflui
E dentro de mim, o teu por quê!

Queria ser a tua substância fluida,
Jazer em tua alma numa outra vida
E ser inteiramente o teu querer...

Mas se me ponho em outras esferas,
Neste presente que são as tuas eras
Cairia no abandono o meu ser...

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PAGÃO

A vida segue-me andando
Sem que o destino possa-me compor...
Qual sol? Qual luar? Ando
Sem saber onde encontrar o amor...

Qual chorar? Qual mágoa? Pecando
As sombras desse caminho... Nem dor
A mimh’alma desdenhando
Possa-me servir qualquer vigor...

Lágrimas encontram-me à cadência...
Qual sofrer? S’em nada pensa
A esse falsando que ninguém viu...

A essa vida, eu respondo:
Vai andando... e cantando... compondo
A encontrar quem lhe sorriu!...

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SONETO DA COBIÇA

Pois, nem quando a noite cai
Faz se apagar a beleza de seu olhar.
Nem as vozes que te detrai
Tiram-me a vontade louca de te amar.

Pois, na desordem se contrai
O nosso aberto amor a se encontrar.
É sangue que nas veias vem e vai
Que não se pode da mente apagar...

Apagar em nós todas as loucuras
Por o desejo de nossas almas puras,
Nem por as entranhas aquecer...

Pois, nos amamos quais dois ateus,
Sem nos esquecer das leis de Deus
Por o nosso intenso amor enternecer.

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DAMA DAS ROSAS

Por ser docemente bela, única e quente,
És a Musa que inspira o meu querer...
A amo assim, tão simplesmente
Por me fazer em paixão enlouquecer...

Às altas chamas, ao clamor independente,
Sim, eu a amo, em desvarios de prazer,
Que trago ao coração, unicamente
Por completar às insanas o meu viver...

Pois eu a amo, minha bela, meu sorrir,
Minha virgem, meu engano, meu amor...
Sim, eu a amo sem ao menos te sentir!

Tão somente, pois, és tão rara criatura,
Um amor de versejar e de se impor...
Às vozes belas, Dama das rosas e ternura!

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CINDERELA

Era ela, a minha amada: a que alucino...
Veio pra mim naquela carruagem.
– Bem que eu sabia que seria ao meu destino
Aquela que me era uma miragem...

Veio ela, sem que me fosse de passagem,
A minha poesia, o meu sol, o meu desatino...
Era ela: o meu encanto de roupagem,
Veio pra mim com seu amor intenso e fino...

Era ela, a minha amada, aquela coisinha,
De amar sem sofrer, sem sentir dor,
– Que das canções alucinava de ser minha...

Mas quando de verdade eu a cantava... ai, o dia!
Uma luz a iluminava em tão primor
E me acordava da mentira em que eu sorria...

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AMOR DE MENTIRA

Ah, se você fosse aquela que alucino
Se você fosse aquela coisinha, fosse meu destino
De amar sem sofrer, sem sentir dor
E de amor fosse minha voz sem ser triste
Que de encantos morre sem ter nada
E se eu fosse dos teus dias aquela alvorada
Eu seria aquela verdade do amor cumprido
Eu não seria aquela paixão sem ser dito
Não veria na poesia o meu pranto
Se você fosse à melodia, fosse o meu canto
De felicidade, eu diria: amor, oh, minha amada
Por fim nessa estrada encontrei a paz
De amar, mas, somente se você fosse ela
Aquela coisinha bonita, fosse aquela
Que ao seu olhar um dia me viu passar...

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O MESMO BEM

Por onde andei... amigo, cantando...
Nada de mal encontrei comigo!
Pois, por onde passei fui edificando
O amor, que agora, divido contigo!

Nesta canção que te canto exaltando,
Trago-te aos pés descalços abrigo!
Ao coração o sorriso espelhando
O mesmo bem, que me tens, consigo!

E, cantemos ao mundo assim: veja,
A vida se traça quando se deseja
O melhor perfume as mãos amigas...

Pois, o mal invejoso desencontrado
Tende a morrer por se querer elevado
O amor de graças e de belas cantigas...

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DIGA-ME, AMOR...

Como posso amar assim como eu te amo
Que amor é esse a me perder
Esqueço tudo nem me lembro do engano
Que o amor pode a gente envolver...

Que paixão é essa que me faz
Te procurar o tempo todo e não desfaz
A vontade louca de te amar...

Tanta coisa me disfarça sem que a dor
Consigo disfarçar por tua ausência
Como eu te amo assim com tão primor
Se nem viver por mim é tua essência...

Amor, quero te dizer que neste mundo
Eu nunca amei alguém assim igual
Meu coração jamais pulsou tão profundo
Como pulsa ao teu amor não é normal...

Que amor é esse a me perder
Esqueço tudo nem me lembro do engano
Que o amor pode a gente envolver
Como posso amar assim como eu te amo...

Inserida por acessorialpoeta