O Poeta e a poesia

Cerca de 3655 poesia O Poeta e a

⁠BAMBO ....

Se o amor bater de novo na sensação
arrependido, para o meu sentimento
hei de dizer-te tudo com cara razão
e poética, quanto rasga o sofrimento

Pouco importa, ter já o entendimento
da dorida dor, sei eu, do luto e paixão
pois bem, nem mesmo o tal momento
do bom, tudo é mais uma recordação

Então, não venha mais virar a tramela
adentrar o meu olhar, e descontrolar
nos caminhos sempre terá outra viela

O amor vezeiro, é amor com alarido
bambo, perdido, tem basta o pesar
(só a morte) e nada mais é sabido! ....

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14/01/2021, 09’01” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠TEM SAUDADE, TEM ...

Hei de sentir uma sensação que não impeça
Qualquer coisa que da emoção seja nascida
Tentando surpreender, criando sem pressa
O soneto, que diga, quão ao coração és vida

No exato amor, talvez seja a essencial peça
Poética, e um sentido na paixão repartida
Em que, em ter-te, é prazer, é bom à beça
Concebendo ventura, a chave na acolhida

Há no cerrado um senso de melancolia
Sem o teu olhar, alegria e, só em tê-los
Tudo fica tão mais sedutor no meu dia

Sim, muito mais agrado, quimera e além
Do cheiro, beijos, aqui nos meus apelos...
Tem saudade, tem! E dela eu sou refém! ...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22/02/2021, 10’21” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠balança ...

peso da vida, peso de consciência
o sonho fugidiço, o tempo a tarar
ser julgado, mensurado, condolência
sombras que pesão o medo a atiçar
no que há de amor, mais urgência
a certeza de ser, que gosto teria
sem ser, um descuido, a fantasia
se viesse me pesar, eu, uma poesia...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
08/04/2021, 18’09” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠⁠MASMORRA II ...

Que divinal masmorra serena
onde, em cárcere o meu feito
por amar, se vê jubiloso sujeito
no querer, tão leve nesta pena

Há mais alegria que essa? Plena!
que ao sentimento é satisfeito
insuflando de meiguice o peito
fazendo do amor doce cantilena

Sobejo apaixonado, tão ardente
olhares loucos, vivos os desejos
suspiros, e acelerado o coração

Ternos beijos, dados ternamente
na sede de permitir mais beijos...
na sensação da cativa emoção! ...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
17/04/2021, 00’33” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠AMARGURA

Dia e noite a lembrar de ti. Saudade
aperta o peito, e a emoção redobra
cada uma sensação de falta, ô sobra
no sentimento, ao sentir é vontade!

E, no sofrer que a tristura manobra
chora, implora, triste é a felicidade
e a dor, a ferralhar, traz calamidade
com solidão, notória, tão sem sobra

Dolorosa a recordação, o momento
a alma baixa, achacado de tal crime
assim, se vê, cair no esquecimento!

Tudo, ante ao fatal que afadiga tanto
o amor sem ter sua distinção sublime
vai se amargando sem ter o encanto...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22/04/2021, 06’05” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠O ipê florado no cerrado
Orvalhado, é um aparato
Um alvorecer encantado...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Abril - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

⁠[...]Deus dá a todos o fado e bagagem
Uns querem atulhar de ouro e prata
Outros de leves passos, vão além....

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Abril - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Morrer,
Não é só ausentar da vida
Tornar-se lembrança na despedia.

Morrer,
É ir além (literalmente)
Ser e não ser um alguém.

É também, nascer recorrente
para um espírito do bem
aos Céus, se foi benevolente.
Amém!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
03, junho, 2016 - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

⁠...PAI

Se eu pudesse escrever um poema
Duma história, nossa, verso a verso
Na melhor inspiração no melhor tema
De um pai reto, sério, bravo, diverso
No seu jeito amoroso, coração bondoso

Nestas singelas estrofes... pois, nada seria
Tão completo... grato, e tão mais generoso
Que tua proteção, pouco é a minha poesia
Pra te reverenciar e, tão valeroso!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
08/08/2021, 05’50” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠O Amor

Por muito tempo imaginei o amor, então
Lastimava, trovava, e sentia o teu vazio
Hoje sinto que não tinha qualquer razão
Não há o porquê, o tempo tem seu feitio
A solidão é só uma condição, e quão vão
Sinto-o no silêncio, no suspiro, no arrepio
Imagino, crio, sorrio, vive na exclamação
Porque o vazio, o vazio passageiro, assim
Dança, agita, fala, recria, balbucia ilusão
O amor, afim, este ninguém cala em mim...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
23, agosto, 2021, 13’58’ - Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Serventia

Na minha alma tem uma condição
Na minha alma tem uma poética
E, na minha poética uma fonética
Vem comigo. Prove da sensação!

Tem força, vive no cerrado, ética
Que me chama, clama, doce ilusão
Na minha alma tem uma variação
Na minh’alma tem vária dialética

Na serventia, inspiração!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
29/08/2021, 08’20’ - Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠PORTA-VOZ

Cada naco do fado de que eu vivi
Resumido, desvairado e disperso
Suspirei, chorei, contentei e senti
E tudo o mais sussurado no verso
Amei, dos não amores sobrevivi
Em um trovar poético e diverso
Alguns com exatidão os escrevi
Amoroso, na imaginação imerso

Tudo passa, fugaz e tão fecundo
Poesia é vida e vive eternamente
E não é minúscula e ou teoremas
Tende. Intui. No inspirado segundo
Em cada sensação ali está presente
Deixo de porta-voz, os meus poemas

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
24, novembro, 2021, 20’07” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO CINZA

Como no cerrado, o torto é vestuário
Desenhando no vento árida textura
Rajando o céu em escarlate mistura
O coração na paixão, tem imaginário
Eu, na solidão, de imperfeita bravura
Vejo a desdita germinar no itinerário
E o amor em tal solene rito arbitrário
Frustrado pela própria azeda ternura

Fico então no conforto do contrário
Do que no peito me anuncia a tortura
Implorando amor com um destinatário
Mais, que o viver possa ter procura
E a vontade de ter amor, seja vário
No afeto, o amor no fado, é ventura

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
25 de maio de 2016 – Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

⁠VELHA PORTEIRA

Pela velha porteira da estrada
Passou o passo, passo a passo
De afã, sonho, pressa, cansaço
Todos com sua singular toada
Por ela a vida passa, meada
Passo crasso, leve e pedaço
De ser, em um tal compasso
De sensação, sem ter parada

Ó velha porteira no vai e vem
As secas, invernadas, ir além
Vendo a história, fase, tolice
Afinal, no tempo está contido
O que divisa o destino vivido
E hoje passo por ti na velhice...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
31 janeiro, 2022, 15’16” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠MINHAS POESIAS

Eu as escrevo tal qual a uma prece
Desfiadas do sentimento ao dispor
Se dando mais que nunca por amor
Ocultas na sensação que as aquece
Eu as deixo na ilusão que enriquece
Ninadas numa emoção a lhe compor
Catadas da existência com tal vigor
No ímpeto da poética que a apetece

Das poesias, sofredoras, mas ditas
Esfoladas no cenário das desditas
Cada qual com a sua tal antologia
Minhas poesias, o sentido exposto
Do âmago desnuando o seu rosto
Ao agrado, numa sede que aprazia...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24 fevereiro, 2022, 15’36” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠ELA

Todo dia ela sussurra, informal
do profundo, a sensação escoa
com a sua sedução tão virginal
e asas ao vento a ilusão povoa
Literária de matizado de vitral
da caligrafia e, de olência boa
dando cheiro pro sentimental
na graça poética que a coroa

É ela, a poesia, versos que cria
o amor, essência, nada em vão
e que ao poeta o ego acaricia
E, assim, tão emocional e bela
percorre no feito da permissão
varia, e o acaso prosa com ela...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26 de abril, 2022, 19’40” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠MISÉRIA POÉTICA

Vi-a, erodente trova, chorã, fustigada
Vãs rimas, mesmo assim, com melodia
Em seu lânguido versejar, desvairada
Queixar do amor, qualquer, na poesia
Sensível, miserável. Verso apaixonado
Duma emoção, que assim, me seduzia
Escorrendo na trova ardor enamorado
Num prelúdio divino de afeto e agonia

Me feriu. Em cada cântico a dor ecoava
Do poeta golpeado, então, resvalava
Da poesia: pranto, sussurro e clamor
Suspirei. Gemia o verso num lamento
De inquietação, sensação e sentimento
Da miséria poética sofrente de amor...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29 julho, 2022, 14’33” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠VIDA DO VERSO

Sempre a sussurrar sentimento incerto
O poema à sensação se faz aventureiro
Ao poeta deixa aquele gostinho aberto
Sempre, em busca dum sonho certeiro
Da paixão ao amor, tem trova em alerta
Mas, nunca deixando de ser por inteiro
Na prosa que tem aquela medida certa
De poética, vem o sentimental primeiro

Na rima, a imaginação como fronteira
Do seguro a ilusão, a pluralidade beira
É inspiração, pois, do destino escorre
Enquanto, na prosa tem aquela batida
Tudo é só encanto, abrandando a vida!
É arte, narração, senão, o verso morre...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15 de agosto, 2022, 13’13” – Araguari, MG
*dia de NS D’Abdia da Água Suja, Romaria, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠RETRATO DE MÃE

Mãe... tens o amor primeiro
O colo tão cheio de atenção
Sublime o teu doce coração
Com o teu carinho certeiro
Tens o puro nome: missão
Resignação, apoio certeiro
És tu Mãe, teor verdadeiro
Que oferta toda a devoção

Teu olhar o olhar de Deus
Bom, amigo, tão presente
No esmero dos tinos teus
És o sermão com jeitinho
Aquele amor inteiramente
Alento no nosso caminho!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30 de agosto, 2022, 19’03” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

VIRADA

Começa a haver meia noite, memoração
Como se tudo no tilintar das taças finda
Calam-se os corações, os fogos falam
Abraços hão de haver, de haver ainda

E o universo inteiro sozinho...

O meu fadário calado e na berlinda
Do silêncio na inspiração d'um ninho
Ruídos da rua, passos de ida e vinda
E os festejos sussurrando baixinho

E sozinho o universo inteiro...

Felicitações me são dadas do vizinho
Pelo ar ecoam acumulação de cheiro
Então deixo ilusões na taça de vinho
E velo solenemente o meu cativeiro

E inteiro sozinho o universo...

No rés do chão ter esperanças é roteiro
Já o pensamento na saudade disperso
Esperando, escutando, leve e sorrateiro
Qualquer coisa, antes de dormir, averso

Sozinho, solitário não, romeiro...

Vou dormir! Amanhã, dia outro e diverso.

Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Poeta do cerrado

Inserida por LucianoSpagnol