O Poeta e a poesia
A MORTE DO POETA
Aos poucos se matam,
Aos poucos se morre
Convencionalmente
Feliz,vivido,esquecido
Ao que servia e já não é mais lembrado.
Jamais falou
Jamais julgou
Agora colhe o que plantou
A Beira da morte
Quando se foge da realidade ultraje
entre a vida e a arte
E apenas um elo fraco
Que ninguém se lembrará
Mais jamais esquecerão
Não se foi Com veneno
Nem arrependido
Magoado
Acoado
Ou torturado
Sujeito honrado
Porém vago
Em si próprio
Não se via Em medo
Em peso
Apenas o brilho
De quem já foi menino
E vagamente se perdeu
E jamais achou.
Eu Quero É Jesus
Poeta Antônio Luis
A rodar roda E o mundo gira E eu aqui
pegando pilha Sem dinheiro Eu me afundo No meio da multidão Eu sumo
Vamos viver na paz Vamos viver na luz Eu não quero trevas
Eu quero é Jesus Eu quero é Jesus Vejo bater na porta Digo
pras crianças Diga que não estou Eu devo e vou pagar Mais no
momento eu não vou Porque eu tenho vida Porque que eu nasci Se
eu tenho vida É porque Deus concedeu Vamos viver quem não morreu
Vamos viver na paz Vamos viver na luz Eu não quero trevas
Eu quero é Jesus Eu quero é Jesus so jesus..
Poeta Antonio Luis
Universo do poeta
De traços e sutilezas
Demasiadamente,
Apaga, pensa e refaz
Rabiscos que em cada detalhe
Pinta o mundo
Contagia a alma
Interpreta uma dor
Relembra um amor, que se encantou
Derrama ao vão
Sorriso, atenção
Que sacia o ego, os impulsos
Liricamente, traz o calor
Que falta aos hemisférios
De um coração sofrido
Que procura entender
O motivo de sua tristeza
E desabafa seu pranto
Borrando toda sua beleza
umedecendo o cantinho
Que lhe tem toda atenção
Um mar de palavras profundas, sinceras
Excitantes?
Que se encanta com a melodia
E a quem lhe convida para uma dança exuberante
Uma mistura fina mas doce
Cena teatral, atração que emposse
Frases que naturalmente nascem
Em folhas, pensamentos
Que faz em você, também em mim
Sentir a transparência
De viver pelo menos em papel
Uma vida de sonhos e desejos
"Mais uma vez senti vontade de tocar o céu...".
A revelia
Sou o poeta que escreve seus versos nos muros
artista dos becos e das vilas que declama suas dores e amarguras
sou o filho do meio, de outros tantos, criados a revelia e sem recursos por uma dona Ana ou uma dona Maria...
Na rua sou ligeiro, nem bala perdida me acha
sou rima faceira que combina em seu corpo tempo e espaço, ódio e amor, paz e guerra
sou a linha de frente da guerra, a lâmina da faca, o cano do fuzil
sou o verbo inteiro, vez ou outra partido ao meio, transformado em refrão
sou o mundo inteiro e o meu bairro
e o desespero da mãe quando falta o pão
sou a minha esperança
a ponta aguda da lança - nunca se esqueçam!
Sou o pai de família que acorda todos os dias bem cedo
e segue firme sem pedir arrego, sem desejar vida fácil.
Sou o pretinho longe do tráfico, salvo pelo passinho e pelo futebol
sou a segunda parte do hino nacional que ninguém canta:
a liberdade
os campos verdes
o lábaro que ostentas estrelado.
Sou apenas mais um filho da pátria Brasil com nome de santo
feito outros tantos Silvas nos becos, nos morros, nas periferias
apenas mais um brancopretovermelhoamarelhoíndio e favelado
renegado pelo sistema, vestindo preto por fora e por dentro.
O poeta definiu a morte;
Dormiu e sonhou
E descobriu o que é morrer
Nada revelou
Há tempos ainda dorme
Do sonho jamais acordou
"O poeta é uma espécie de palhaço,
Acha graça onde não tem,
Ninguém leva a sério e acho,
Que sem ele a vida não teria graça também! "
Fábio Lucciano
reúne-se com o poeta
o silêncio da noite
e com ela arde
e com ela rebenta a semente
como se fosse o fogo
o sangue arde-lhe nas veias
e estiola-lhe o cérebro
agarra a noite e a solidão
no punho da mão fechada
quando a abre
o silêncio expande-se à volta
de si
arde em fogo a noite que se adensa
à superfície do tempo
fecha-se a vida ao poeta
quando o dia amanhece
Alvaro Giesta (dois ciclos para um poema - “ciclo DOIS” acerca do Homem que perdeu a Luz)
Dedico a todos os amigos que gostam de poesias.
O poeta é assim ....
Um furação de pensamentos que avançam em sua direção..
Fechamos os olhos e viajamos no tempo da eternidade..
E tudo parece tão nítido como um dia de sol brilhante...
E os dedos começam a teclar frenéticos como a proteger...
Cada palavra cada pensamento...
E começamos a descrever em palavras o que vemos com os olhos da imaginação....
E tudo torna-se maravilhoso, e não queremos acordar...
Começa a tomar conta do nosso ser sensações adversas ......
Então pensamos no caminho dos sonhos...
O único verdadeiramente Indescritível...
Que assim posso definir como Amor.
Morre um poeta
De alma pura
Sua partida
É sublime
Viaja como um passarinho
Livre ao encontro de Deus
Aqui deixo meu Adeus
A Manoel de Barros.
Ofício de poeta
poeta é assassino exímio
mata e oculta o cadáver sem deixar vestígios
depois, transforma o velório de caixão fechado
em evento espetacular de corpo ausente
dizendo tratar-se de uma homenagem ao morto.
No circo armado pelo poeta:
- O vento dança com as formigas
- As cigarras dançam com os cigarros
E a poesia reina soberana, enquanto impunemente segue pela vida
fazendo novas vítimas.
Observar, questionar, procurar respostas.
Torno-me poeta de histórias verídicas.
Contos de drama, capítulos de um livro ou uma coletânea gigantesca sobre depressão e decepção.
Ouve-se falar sobre felicidade mas, quando ela realmente chegará?
Em plena profundidade, afogo-me lentamente. Não só de lágrimas é feito este mar, mas do mal de amar.
Amor de um poeta
Ao pensar nos comparativos da vida
Na cabeça me vem
Um poeta por amor clama
Da mesma forma que um mendigo
Ao pedir um vintém.
O poeta precisa chorar, para os outros rirem.
Ele precisa perder o sono para que outros possam sonhar.
Poeta produz o tesouro para enriquecer a outros.
O poeta vive e morrer para gerar suas poesias, e sabe que muitas vezes do seu nome ninguém vai lembrar, mas tem a certeza gravada no coração, que os frutos de suas poesias nunca serão esquecidos.
Ser poeta, é ser planta no deserto.
Tem que aprender a produzir flores, vida e esperança em suas palavras, mesmo que ao redor só existam horrores e sequidão de sentimentos.
O poeta retira suas palavras das entranhas de sua alma, assim como as plantas com suas raízes cravadas nas profundezas da terra encontra a água.
O bom poeta não é o que faz rimas
Mas o que sabe rimar
Do que vale ir às vindimas
Se não se sabe podar
O bom poeta não é o que pensa
Mas o que tem as ideias
Do que vale uma dispensa
Sem as gavetas cheias
O bom poeta existe
Ou ainda está para aparecer
Só a dúvida persiste
Só a resposta nos fará saber.
POETAR
Ser poeta é, por sua vez,
questionar os inúmeros “porquês”;
é roubar do tempo a rapidez
e querer o que a vida desfez.
É expressar os gritos da mudez
e fazer ouvir ruídos na surdez;
é ver no translúcido a nitidez
e saborear o doce da acridez.
É tatear o morno da tepidez
e transformar a frieza em calidez;
é despir de pudor toda nudez
e despertar a libido da frigidez.
É desembaraçar-se diante da timidez
e agigantar-se em pequenez;
é fartar-se em plena escassez
e permitir inquietação à placidez.
É tratar com suavidade a rispidez
e converter indelicadeza em polidez;
é fazer da aspereza maciez
e revelar humildade à altivez.
É propor prudência à insensatez
e buscar a cura para a morbidez;
é estar sóbrio de embriaguez
e mostrar-se demente de lucidez.
É dotar a estagnação de fluidez,
e extrair as cores da palidez;
é dar às vontades humanas solidez
e aos corações empedernidos flacidez.
E nas linhas que no papel se fez,
rascunhar, com leveza e avidez,
os desalinhos da alma, de vez,
com todas as certezas de um talvez.
(Selecionada no “5 º Concurso Nacional de Poesia”, da cidade de Descalvado-SP, e publicado na coletânea “Marcas do Tempo VIII”, no ano de 2006)
poeta encantador...
da voz de mel
seresteiro passarinho
aviador do céu
embaixador de Deus
cantor menestrel...
teu grito chega cá num burburinho
teu canto agracia meu viver
apoesia meu dia e meu ser
arrebata minha atenção teu parolar
no teu bico frecheiro retentor
em teu mais amar cantarolar
o som hospitaleiro é mais amor
eflúvios para a alma decantá
no teu canto enigmático acolá
esqueço os problemas cá
só ouço poemas do teu bico
no explícito assobiar o mais bonito
te explico assim
...Bendito...
" Ser poeta é brincar com as palavras, é transformar tudo em rimas e versos,
É cantar o amor, é viajar nos sentimentos, é dar força as paixões,
É mostrar momentos, cores e sabores imaginários, é notar o inverso,
É falar das esperanças nas linhas que impulsionam corações.
Ser poeta é se encher de amor, transpor esse amor em tantos rascunhos,
Levar sonhos, compor ilusões, iluminar mentes de amantes e amores,
Poesia é o amor as palavras, é não se imaginar sem uma caneta a punho.
Ainda que eu não seja poeta, na escrita me aventuro,
Olho em volta, e nas flores e pássaros encontro a perfeita inspiração,
Posso escrever o amor em poesias ou nas notas da canção,
Ser poeta é olhar o infinito, é ver tudo mais bonito pra além do muro."
PENAS E GUERRAS
O homem em busca de paz
Escolhe armas para lutar
O poeta em busca de mais
Recolhe as penas que os escreve poemas
Transforma em asas
Para voar.