O Poeta e a poesia
qualquer coisa
sem produtividade
inapto na escrita
dia indeterminado
sem coragem
a fala no papel
o grito retido
mãos atadas
sem liberdade
tem greve em algum lugar
e eu aqui
preocupado em escrever poesia.
não sinto vontade
de fazer nada nesse dia.
travo uma briga comigo mesmo
uma parte que ir
enquanto a outra quer ficar
e ver o tempo
abraçar o horizonte.
tarde sonolenta
o corpo frio
a busca do amor
a palavra que não cabe
um clarão no céu
teu sorriso
e todos os meus desejos
numa felicidade que parece infinita.
riscando a vida
como o palito de fósforo
na guilhotina.
fugir das preocupações
tentando dormir
para esquecer os problemas!
no braço a força
o coração
o amor
a vida que surge
num piscar de olhos
e se esfarela
com o sono
da eternidade.
escrever
até a tinta acabar
até não existir nenhuma palavra
para rimar.
sem temer
descrever
a vida e o amor
a morte e a dor!
cuidar da vida dos outros
conversa alheia
entrar onde não foi convidado
esquecer de pagar boleto
perder a hora
perder o ônibus
chegar na vida
uma hora depois
e não poder entrar,
como seria o mundo
se os poetas não existissem?
todo dia, acordar!
continuar a saga
levantar a cabeça
a luta não acaba
enquanto aqui
habita esperança
para um sorriso feliz
um amor verdadeiro
um sonho real...
ter paciência
é a essência,
devemos tê-la,
as coisas não acontecem
da noite pro dia,
essa é a melodia!
tanta gente se perde por aí,
sem saber pra onde ir.
mente perdida.
é a palavra corrompida
clã da sabedoria
se soubesse resolvia
sem se perder
se entregar
se levar
o cheiro é tão forte
o sábio faz a sorte
de viver ou morrer!
escuto ao longe
tua voz
me despertando do sono
um delírio do amor,
acordo
e você não está aqui.
casa vazia...
dormi demais
a hora passou
o dia foi embora
a noite chegou.
na lembrança
teu nome resiste
meu coração ainda te chama.
o frio
que faz lá fora
traz a saudade
do teu calor
agora
nesta tarde.
o frio
é intenso
e é só em você
que eu penso.
o amor é um verso
no universo
jogado ao mar
perdido no ar.
tento encontrar
e poderá estar em qualquer lugar!
as palavras se perdem
no meio do caminho
e sobram ecos vazios
algo avulso dentro de mim
que não consigo compreender
e tento derramar na poesia
na esperança
em que eu possa me encontrar
comigo mesmo.
tem dias que sou silêncio
sem ruídos ao redor
sem fundo musical
tem dias que prefiro a solidão
ver o pôr do sol
ler um livro
tem dias que não falo nada
é melhor manter a boca fechada
não causar danos
tem dias que existo
tem dias que insisto, SER!
tocam-se os lábios
explosões de amor
sensações que movimentam
uma constelação de estrelas
o tempo para vendo o encontro de dois mundos.
o pensamento
cai na estrada.
a dor do impacto
o susto de tudo.
a revelação...
o começo da alegria
escondido em um sorriso.