O Poeta e a poesia
POEMA NÃO TENHO
Poema não tenho, para te dar a poesia
temo, gesto, ardo em fogo, peço apelo
ao coração, e aguardo pelo poético dia
de sentimento atraente, sem contê-lo
Liberto, os versos se abrem, ó alegria
escolhe o sentido, e assim escolhê-lo
dando causa, cheiro, amor e cortesia
criando canto com terno verso singelo
Agrada, a mim mesmo, ter requisitado
pois, em cada sensação, então, cortejo
sinto-me, vejo com emoção, doce hora
Afeto me apraz, e versejo, afeiçoando
sonho sonhando, nas asas do desejo
quero viver, e ter mais que um agora.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
31/10/2024, 18’45” – Araguari, MG
CÁLIDA POESIA
Estando, espero, então, o desejo insiste
No peito ardente, sussurrante, amoroso
Fazendo do caminho, leve e cadencioso
Creio que tudo na cumplicidade consiste
Porque da alma o sentimento é preciso
É abençoado e ao incerto tempo resiste
E sei que nada mais na sensação existe
Que nos dá a emoção e do coração ciso
Na sede cresce e não mais se esquece
Que no doce encanto o fascínio floresce
Oferecendo quimera e tecendo fantasia
É a paixão transfigurando em confiança
O olhar em tato, e os dias em esperança
Porque, o singular amor, é cálida poesia...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14/03/2023, 19'11" – Araguari, MG
TANTO GOSTO DO CERRADO
Tanto gosto do cerrado, a árida poesia
De tuas planícies, teu chão cascalhado
Ao pôr os olhos em ti, o impar agrado
Sensações nas tuas, agradável melodia
E na tua imensidão, bárbara quantia:
De encanto, magia, plural e arrojado
Pois eu, encantado, junto ao teu lado
Sou bardo, cantador, que poética cria
Se a tua diversidade, enfim, consiste
Ser o diferente que a sensação sente
De aroma que só no teu chão existe
Inspiração que persuade divinamente
Ó intenso cerrado, que o belo insiste
Num pôr do sol acobreado e luzente...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
08, outubro, 2021, 16’10” – Araguari, MG
Um bule cheio de inspiração...
café com leite em ebulição,
ao tomar com poesia...
amor e emoção!
Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Sonatina (soneto II)
Não pode ser sempre inquieta poesia
Está morna poética, cheio de torpeza
Os versos tão enevoados de lerdeza
Há de isentar-se desta sensação fria
Num vendaval de solidão e de agonia
O choro apodera da rima em tristeza
Quando a inspiração só quer alegria
E numa sonata vê-se sons da utopia
Hei de subir ao tope da imaginação
Vencer procelas e alaridos, emoção
Ali, triunfante, cheio de doce louvor
Em poema, aclamante, e com intento
O sol da glória há de ornar o momento
E eu, hei de toar: - em versos de amor!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
16 janeiro, 2024, 20’38” – Araguari, MG
HÁ DE CHEGAR O DIA
Ovação virá, há de chegar o dia
em que a poesia, será sensação
tão cheia de poética e de magia
toda a prosa maciça de emoção
O olhar correspondido, sinfonia
saída do coração, doce canção
a inspiração ao afeto, serventia
e os cânticos de glória portarão
E, no amor os encantos, dados
audaz sedução, a alma integral
de luz os zelos farão lembrados
Já o sinto, completo e especial
e nas rimas sentimentos alados
desenhando verso sentimental.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
05 junho 2024, 19’27” – Araguari, MG
ESMAECIDO
Se não posso saciar a poesia, que clama
naquela viva sensação angelical e serena
ao leitor reter a atenção e emoção plena
igual o coração de quem ama, e chama
Que vale a pena atascar nesse panorama
sem afeto, sem ardor, sem qualquer pena
se na inspiração é essa ilusão que acena
versando, versando, e nela o mal derrama
E se a paixão a este sentimento me revela
se conquisto um olhar, e aquele doce amor
logo me vejo curvado ao sonho sem enlevo
É essa a quimera de tudo que eu escrevo
um suspiro cheio de sentir, e cheio de dor
esmaecido, e os versos aos pés da balela.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
11 junho 2024, 16’40” – Araguari, MG
CHAMO
Sou eu! Não me ouves, poesia? Piedade
Sinta está sensação que pulsa no pranto
Olha este sentimento que me pesa tanto
Que brada, dói, que me faz pela metade
Pois, não vês a poética que traz saudade
E meus versos com versos sem encanto
E que o canto traz tristura no seu canto
Portanto, ouça-me, e não seja maldade
Quero prosa e agrado, não de centavos
Quero bravos, ver o verso maravilhado
E em cada versar um versar com ardor
Eu tenho mais que somente os agravos
Tenho o ritmo na alma tão cadenciado
E no coração a exatidão doce do amor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05 novembro, 2022, 17’20” – Araguari, MG
CIRCUNSTÂNCIA
Nas horas de saudade ou daquele vazio
a poesia a poetizar, bem junto da ilusão
às vezes continua, abstrata, a sensação
suspirando e, o sentimento com arrepio
O tempo vai, vai o tempo, anoitece o dia
reflito, penso e, ao fim, a falante solidão
colocando a confiança numa escuridão
e a cursar excessiva nesta dolorosa via
O silêncio toma conta de todo o sentido
recaio num torpor, o olhar mais perdido
e o tormento adentra aflitivo no coração
Sopra a esperança, a emoção traz fulgor
dentro deste vão, há inspiração e amor
uma é arte o outro a mais pura emoção.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
16/11/2024, 17’36” – Araguari, MG
POESIA UM ACASO DO DIVINO
Existo fora de mim por completo em um universo que por tantas vidas faz parte de mim, que tanto tempo a vida parou sem ti.
Em órbita por conta de um impulso divino, um papel foi a liga que nos achou perdidos.
A primeira vista, foi o papel parar no chão amassado, porém o além após umas léguas de galáxias nos pôs novamente de frente, então outro papel reverso da parte do meu universo, uma caneta emprestada e pronto, um dentro do outro cada vez mais juntos como dois universos de uma mesma estrela.
Nilo Deyson Monteiro Pessanha
CAOS (soneto - II)
Do fundo da minha poesia, ouço e canto
Uma inspiração em suspiros e peugadas
Da imaginação, nas sofrências magoadas
Em um pélago de devaneio e de encanto
Às vezes, um torpor de o meu pranto
Escorre pelas rimas e pelas calçadas
Dos sonetos, são saudades coalhadas
Clamor da dor que retintim no tanto
Da alma ... assim agonia, glória e luto
Poetam choro e hosana, no meu fado
Numa fermentação de um senso bruto
Então cá pelas bandas do seco cerrado
Os uivos do peito que aqui então escuto
Transforma o caos em um poema alado
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
29, junho de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Minha Vida... Meu Lar
Meu campo é minha poesia
Ao som dos pássaros posso rimar
O verde da mata me inspira
Para nas sombras das árvores poetar
Em cada planta brota um verso
O campo vira cordel
Na Minha Vida... Meu Lar.
Poesia ao "meu" Pará
Sou filha desta amada Terra
De diversidade natural
Onde o vermelho de sua bandeira
Representa suas lutas
Trago no meu sangue suas culturas
Por ser filha desta amada Terra
Por ser filha do "meu" Pará.
Tens saborosa culinária
Desde o pato no tucupí até o tacacá
E suas frutas regionais
Admirada no Pará inteiro
Como bacaba, pupunha
E o açaí: o fruto negro.
Encanto-me com teus cantos
E me embalo em tuas danças
Como o xote, carimbó
E seus rítmos calientes
Que danço acompanhada ou só.
E suas lendas que fazem parte
Do imaginário popular
Como a lenda do curupira
Do boto e do guaraná
Faz reunir os amigos
Para na porta da casa contar
Contar suas lendas
Cantar seu hino
E fazer poesia ao "meu" Pará.
ETERNO POETAR
A poesia, em seu eterno encanto
Deixou-me os versos a encantar
Por isto no âmago de seu canto
Fiz prosas para a sofrência aliviar
Quando a dor não pude suavizar
Fiz da palavra um cerne acalanto
E agora, num sentimental versejar
Me amimo em um poético recanto
Na agonia escondida, e suspirada
Sinto sensação do tudo e do nada
Vibrando no verso, dando emoção
Então, escorre o doce licor do criar
Nas linhas da estrofe, eterno poetar
Tendo a sina em poética transfusão
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
16/03/2023, 19'28" – Araguari, MG
SOFRÊNCIA II
Sofrência! Ponto eterno da poesia
Indistinto, de inspiração truculenta
Algoz n’alma, composição sedenta
Uma tal prosa cheia de melancolia
Tem prazer de afligir em demasia
De arrancar aquela lágrima doída
Nas poéticas sofrentes, pela vida
Verso carente, significação vazia
A dor dá, ao poeta, o verso viçoso
Pra que sintas a atenção do gozo
Que da emotiva entranha, emana
Enigmático estacar sedutor, inciso
Que avida sensação de improviso
Dando emoção: ambígua e insana
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27 março, 2023, 21'17" – Araguari, MG
EM TOADA DE POESIA
Oh! Seu pudesse em cadência e ternura
Dizer-te o que no peito me é um estrondo
Se em poéticos sons vibrando de doçura
Pudesse ao sentimento estar compondo
Se o versar falasse, o que, enfim, procura
Que a tempos no olhar o prazer escondo
Uma sensação atraente de terna loucura
Aonde cada verso o amor está propondo
O poema seria a paixão com um sentido
Cheio de emoção, sem coração partido
Trazendo o que no verso de amor traria
Seria um canto, divino canto de estima
Cristalino som e tão cheio de pura rima
Um cântico d’alma em toada de poesia
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
31 março, 2023, 18'33" – Araguari, MG
CONTINUA
E o versar poético da poesia continua
A sua magia na mesma rota, destino
E, na ventura, várias sensações tatua
Há verso, prosa, rítmica canção, hino
É o compor eterno sobre a alma nua
Os encontros e desencontros, divino
Fado. E no coração a emoção estua
Num cântico de sentimento genuíno
E pelo verso, imerso uma narrativa
Dum acaso e sorte, em expectativa
Entrançado, o qual nunca é restrito
E, o versar continua na sua romaria
Numa intrincada agitada travessia...
Que vai além do poeta, pro infinito!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
01 abril, 2023, 12'46" – Araguari, MG
CADA TANTO
Cada tanto que a poesia se abre, plena
E tatua o branco do papel com primores
Tenho sensação nesta tão poética cena
De atraentes sentir com criados vigores
E vou versando. A paixão não é pequena
Inspiração da alma, encantados louvores
Ali, repousados em uma sagrada patena
E, tão repleto de sentimentos amadores
Sim, eu, um casto sonhador, emocional
Dum coração, devaneador, sentimental
Enredado de uma sedutora imaginação
Na minha prosa, eu, conto o quotidiano
Se triste, o alegro, se pranto, do engano
Assim, canto, cada tanto, duma emoção
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05 abril, 2023, 14'00" – Araguari, MG
O AMOR, NA VOZ DA POESIA
De repente, não se sabe quando, o amor
Cheio de voz, de poesia, onde há magia
Carnaval que flama o sentimento, ardor
Num olhar em chama, sedutora energia
Dos seus versos aquela paixão derrama
Tem prosa, emoção, caricia em sinfonia
Em cada estrofe um fascínio sem drama
Em toada com terna harmonia e euforia
E na poética serenata, o som da aurora
Compondo gestos, beijos, a grata hora
O abraço que consola, o marcante teor
Assim, projetando no horizonte do viver
Criando sentido, enredos, de um querer
O amor na voz da poesia é em tom maior
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06 abril, 2023, 14'02" – Araguari, MG
Apenas uma poesia
Não tenhas receio, leia
É apenas uma poesia
E não uma teia...
De enganos, porfia
Aqui tem viço
Nas rimas, melodia
Compromisso
De encanto, valia
Pode levá-lo, isso!
Ora-lo na sua solidão
Pois, ele é inteiriço
Aos olhos do coração
Aqui se fala de amor
Trás a certeza da paixão
E, nestas rimas sem dor
Terás prazer e emoção
Na certeza de ter alegria
Memorize está inspiração
De afeto, é só uma poesia
De paz e bem, em oração...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Abril de 2016 - cerrado goiano