O Poeta e a poesia

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Poema Sacana

E o leve toque das suas mãos sobre o meu corpo,
Causa-me arrepios...
Percebo que não tem mais jeito,
a minha instabilidade já está por um fio

É quase inevitável me entregar...
Mas se eu for...
não sei se saberia voltar!

Suas pernas se entrelaçam as minhas,
minhas mãos exploram sua anatomia,
sinto teu cheiro e a textura da sua pele macia

Tenho receio!
tenho medo de me entregar...
se me deixo levar em desejos,
não sei se saberia voltar!

O calor do meu corpo aquece o seu,
o calor do seu corpo incendeia o meu...
É fogo ardente em desejos a me queimar!

Pronto fui!
me deixei levar
agora que aqui estou
desejo nunca mais saber voltar.

Frio cortante que bate
Inverno que vem
O som da rua é o cachorro que late
pedindo ajuda aos que mais tem

CASA DE BICHO

Casa de bicho é liberdade
ventania
luar em sinfonia
de divindade
estar a passar
estar na paisagem
de passagem
correndo
pelos olhos o véu do tempo
voando
avoado
sem lamento
sem tormento
somente o céu e o relento

CORAÇÃO DE BICHO

Coração de bicho é saudade
do selvagem
de estar à margem
e na margem
do rio saudar a tempestade
de raios
bramir aos lacaios
fremir
frente a fronte do destino e ir
sorrir e seguir
sempre seguir
adiante
condenado a ser amante
de tudo e de cada lugar
ter o chão e a lua a velar

NEM A NOITE TEM TANTO MISTERIO
NEM O SOL BRILHA TANTO ASSIM
MAGESTOSO FEITO MEU CASTELO
DE PÚRPURAS E MANDARINS

E A CORTINA QUE ENVOLVE TEU VULTO
QUANDO ABRE ATRÁS DE MIM
REFLETE-TE NO MEU CABELO
COM ZELO DE COLIBRI

HABITA MEU REINO DE SONHOS
AQUECE MEU DOM DE FALAR
FAROLEIRO SOBRE TEU CAVALO
CLAREIA AS ONDAS DO MAR

EMBALA-ME TEUS OLHOS MAROTOS
TEU CANTO DE SERAFIM
NA SENDA DO MEU DESTINO
QUERO SER MENINO SEMPRE A RELUZIR

Meu coração é um cometa
Que vaga por ai sem direção
De tanto sofrer ficou biruta
Tudo por causa da paixão

Sempre me perco nas lembranças
Preso no quarto e na canção
Que já foi fundo de um romance
E hoje norteia a solidão

Que ela deixou nas minhas horas
Nem me avisou que ia embora
Por isso segue célere flutuante

Em órbita para o sol, mas errante...
Vai desaparecer no infinito celeste
De um olhar navegador

Graciosidade

Ela tem uma imensa
graciosidade,
Ela é muito atual,
Muito Bela,
Tem uma imensa
Contrariedade a minha
Pessoa.
Eu sou um pouco indomável,
Não, minha safadeza é
Indomável.
Eu sou um pouco tímido.
Nosso amor parece um
Pouco proibido
Um pouco
Benigno
Afinal você possue aquele
Belo corpo, uma obra da
Grande fulgente
O seu corpo me fez um
Gênio
E seu espírito me fez um
Gentil-homem

AMOR A DISTÂNCIA

Quantas vezes sonhei com você bem perto
E quando acordei o meu quarto deserto
Sozinho estou penando o amor
Quem me deixou quem me deu abrigo
Hoje vivi distante não faz sentido
Pra me amar tem que viver comigo

Amor a distância não rola não
Agente se ama na contra mão
Cada um no seu canto os dois na solidão
Amor a distância é assim
Tenho que sobreviver você longe de mim.

Poeta Antonio Luís
10:35 AM 14 de julho de 2015

Te vi de longe,
pensei que fosse perfeita,
achei que trazia flores no cabelo,
mel gotejando dos lábios.
De perto pude notar,
que eu estava muito errado,
a perfeição era um laço,
as flores eram mísseis,
o mel era veneno.

Roney Rodrigues em "Miopia"

No meu caminho de volta,
eu clamo pelo teu nome,
pareço doente aos olhos de quem vê,
de longe, é perceptível que não tenho mais você.
Eu emagreci,
na alma, quase desnutrição.
Eu adoeci
na mente, quase escuridão.
Eu cansei
por dentro, quase exaustão.
Eu virei pedaço de metal,
que desprende do satélite
e vaga, todo dia, em silêncio,
esperando pelo impacto.

Roney Rodrigues em "Satélite"

De repente eu abri os olhos e todas as coisas mundanas e universais
Começaram a olhar pra mim e me disseram:
Hei, fala sobre mim, escreve sobre min.
De repente eu não sou humano e sim um maquinário da arte
De repente eu sou prepotente e orgulhoso, mas de repente não
Então comecei a escrever um monte de bobagens
Pra quem sabe alguém algum dia chame de arte.

Mundo Atual - Diversidade

Mania Humana!
Vais-tê abrir tua janela,
Verás preto no preto,
Branco no branco.
Não há o que mude,
Nem ao menos uma boa atitude
Vais-te tentar mudar, serás chamado de rude.

"_ Moça, é muito cedo pra falar de amor não acha?!

_ Depende?! Quanto tempo é tempo pra falar de amor?! Quanto tempo demora pra saber que do lado dele eu sou feliz como nunca fui?! E que o sorriso dele é de longe o mais lindo que passou na minha vida?! Quanto tempo é tempo pra falar de amor?! Se amor é carinho, é zelo, é cuidado, é um querer bem infinito, quanto tempo gasta pra isso?!"

Mistério

Exala no hálito
A brisa o frescor!
Há tantas coisas fugidias,
Em um cerco de maltrapilhos…
Neblinas que prendem o ver.
Estar e não estar.
Almas que flutuam
Como algodões
Cada um de nós morreremos
Para nascer de novo.

A vida renasce em Cristo
Em cada Natal!

Lealdade

Sê, ó amigo, como a cama
Que com a alta lealdade
Espera todos os dias sua ama

Sê, ó caro, como o nobre cão
Que mesmo maltratado
Tira seus donos da solidão

Age como o tronco caído
Mesmo sabendo que morrerá
É leal ao machado que o fará

Mas não sê como o fraco
Que chora quando sofre
E não cumpre seu trato

Ou o traidor imundo
Das palavras em vão
Do escárnio profundo

Cultiva a tua lealdade
E abre teu coração
Para a alma da bondade.

O espelho

Um labirinto misterioso e profundo
Encara os olhos atentos do homem
Indagando sobre si e o mundo

A poeira pisada do dia de ontem
E os passos incertos do ser
Abrem as portas para ele viver

Viver em si, em sua própria imagem
Olhando o espelho, e vendo seus olhos
A face da alma, uma grande miragem

A cortina se abriu, e veio a atuação
Sorriu e chorou, colheu os espólios
Mas quando se fechou, viu a enganação

O homem se via um grande rei
Mas o abismo do espelho o despiu
E revelou o ser oco e vil.

Paciência

Tenha paciência, meu amigo
Cultive esse bem da alma
Mantenha sempre a calma
E estará em paz consigo

Receba o ar da montanha
E ouça a sua música
Ouça a estranha melodia
Os tambores da África

Pinte a sua noite de branco
E se cubra com o manto
Que cobre as estrelas
E descobre donzelas

Não libere o monstro em você
Navegue com o tempo
Faça-se sempre viver
Voe com o vento

Sua alma é como uma grade
Que prende duas aves
A cinza da noite e a azul da tarde
É apenas sua a chave

Se a ave cinza voar
Sua música vai se calar
Mas se a azul o fizer
Você terá o que quiser

Então, alimente o seu bem
Viva para ir além
Espante a ira e a tristeza
E faça do seu mundo só beleza.

INTROSPECÇÃO

Quero poder falar a você,
Meu amigo, minha amiga,
Que a vida vou levando,
Vou vivendo, vou cantando
E de quando em quando,
Ou por tristeza ou alegria,
Sem projetar ou desejar,
Derramo lágrimas sem parar
É a vida do poeta...
Parece sábio, pensador, cordato
Não transparece rebeldia
Somos como as ondas do mar, sempre girando
Muitas vezes, somente calmaria
Mas na grande maioria das vezes
Cheios, impregnados de melancolia
E aí o mar revolto nos projeta ao ostracismo
E ao desconectar, perdemos a sintonia
Estranhos de nós mesmos
É navegar no ceticismo
Nos fechamos para o mundo,
Momentos necessários, fundamentais,
Introspecção pensada,
Para que os futuros poemas, sejam reais

Canção de Amor


As notas musicais murmuram seu nome,
chegam como sua voz, reverberando em mim,
na sinfonia só nossa, não precisa de claves,
porque é uma canção de amor sem fim

Ingênuo fogo que arde e queima,
Então, berro, grito, urro e clamo,
Impotentes são as minhas ações,
Sem melodia, sem festa.

Jmal
2013-10-25