O Pequeno Príncipe
É muito mais fácil julgar alguém do que julgar a si mesmo. Se você consegue se julgar bem é porque você é um verdadeiro sábio.
Ah, Pequeno Príncipe, entendi, pouco a pouco, assim, a sua pequena vida melancólica! Você não teve muito mais tempo para distração além da doçura do pôr do sol [...]
– Um dia, vi o sol se pôr 44 vezes!
E, um pouco mais tarde, você acrescentava:
– Sabe... quando estamos tristes, amamos ver o pôr do sol...
– No dia das 44 vezes, você estava tão triste assim?
Mas o Pequeno Príncipe não respondeu.
Se eu ainda combater, combaterei um pouco por você. Sinto necessidade de você para acreditar melhor na volta daquele sorriso.
«Mas tu, que pões má cara diante do poder da terra, diante da grosseria, da podridão e dos vermes dos homens, começas por pedir ao homem que não seja e que não tenha nem sequer cheiro.
-Tu as eu tort. Tu auras de la peine. J'aurai l'air d'être mort et ce ne sera pas vrai...
Moi je me taisais.
-Tu comprends. C'est trop loin. Je ne peux pas emporter ce corps-là. C'est trop lourd.
Moi je me taisais.
-Mais ce sera comme une vieille écorce abandonnée. Ce n'est pas triste les vieilles
écorces...
Libertar uma pedra nada significa se não existir gravidade. Porque a pedra, depois de liberta, não iria a parte nenhuma.
Jamais essa mulher nascerá. Só de uma rede de laços se pode nascer. Ela continuará a ser semente abortada, poder por empregar, alma e coração secos. Ela há-de envelhecer funebremente, entregue à vaidade das suas capturas.
Tu não podes atribuir nada a ti próprio. Não és cofre nenhum. És o nó da diversidade. O templo, também é sentido das pedras.
Mas nós, nós que compreendemos a vida, nós não ligamos aos números ! Gostaria de ter começado esta história à moda dos contos de fada.
[O Pequeno Principe cáp. IV]
Mas para isso precisaria de um gênio criador, porque teria de carregar o homem de qualquer coisa, da mesma maneira que eu o carrego de uma inclinação para o mar que fará dele construtor de navios. Só assim cresceria essa árvore que depois se iria diversificando. E ele havia de pedir de novo a canção triste.
Já me não entendo com essa gente dos comboios suburbanos; esses homens que homens se julgam e que, no entanto, como as formigas, estão reduzidos, por uma pressão que não sentem, aos hábitos que lhes criam.
Que hei-de eu fazer dessas alforrecas que não têm ossos nem forma? Vomito-os e restituo-os às suas nebulosas: vinde ver-me quando estiverdes construídos.
(...) e aí estás tu privado de Deus. E recusado. Vejo-te sentado no portal, tendo atrás de ti a porta da tua casa fechada, totalmente separado do mundo, que não passa do somatório de objectos vazios. Porque tu não comunicas com os objectos, mas com os laços que os ligam.
Como é que havias de subir até aí, quando te desprendes disso com tanta facilidade?
RESENHA LIVRO: PEQUENO PRÍNCEPE
Escrito pelo autor francês Antoine de Saint-Exupéry, O Pequeno Príncipe é uma obra literária que cativou leitores de todas as idades desde sua publicação em 1943. O livro conta a história de um piloto que faz um pouso forçado no deserto do Saara e encontra ali um pequeno príncipe de outro planeta.
Por meio de um encontro inusitado e repleto de lições, o livro nos leva a refletir sobre temas profundos como a importância da amizade, a inocência da infância, a busca pelo sentido da vida e a fragilidade das relações humanas. Com sua linguagem simples e poética, Saint-Exupéry resolve questões existenciais de forma sensível e sutil.
O pequeno príncipe de cabelos dourados e roupas peculiares cativa o piloto e o leitor com suas observações sobre as pessoas e o mundo ao seu redor. Ao descrever visitas a outros planetas, o príncipe revela as peculiaridades e deficiências da natureza humana. Cada planeta visitado traz uma lição sobre valores distorcidos e prioridades equivocadas.
Porém, é na Terra que o príncipe aprende a lição mais importante. No caminho, ele conhece uma rosa vaidosa, um contador obcecado por números, um rei solitário e muitos outros personagens que ilustram as fraquezas e medos humanos. Esses encontros ensinam o príncipe sobre o verdadeiro valor das coisas e a importância de se conectar verdadeiramente com os outros.
A obra também traz reflexões sobre a infância e a perda da inocência ao longo do tempo. O pequeno príncipe descreve sua vida solitária em seu planeta e sua saudade da rosa que deixou para trás. Essa história nos faz pensar em quantas vezes deixamos de valorizar as coisas simples e reais da vida em busca de conquistas superficiais.
Outro aspecto marcante da obra é a busca do príncipe pelo sentido da existência. Desafia a lógica e a razão dos adultos que muitas vezes se perdem nas suas rotinas e responsabilidades. Entrevistas com o piloto, o príncipe nos mostra que é preciso olhar além do óbvio, ver com o coração e encontrar beleza nas coisas mais simples.
A escrita de Saint-Exupéry é repleta de metáforas e alegorias, tornando a leitura rica em significado. A narrativa nos leva a uma atmosfera de encantamento e nos faz pensar sobre o mundo em que vivemos e como nos relacionamos com as pessoas ao nosso redor.
"O Pequeno Príncipe" é uma obra atemporal que atravessa gerações e culturas e toca o coração de milhões de leitores ao redor do mundo. Sua mensagem de amor, amizade e valores humanos básicos é universal e relevante até hoje.
Em suma, “O Pequeno Príncipe” é uma obra-prima da literatura mundial que nos convida a olhar o mundo com os olhos da criança que ainda existe dentro de nós. É uma história que nos faz pensar na vida, na simplicidade, na amizade e na importância de cultivar relacionamentos verdadeiros. Uma leitura obrigatória para todas as idades que nos toca profundamente e nos ensina lições importantes sobre o que realmente importa na vida.
Disse Exupéry, autor do Pequeno Príncipe: ”aqueles que passam por nós não vão sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós”. Muitos marcaram tanto, que sem nenhum contato físico deixam escrito na pedra e não na areia, não esquecemos, era pura energia.
Quando olhares o céu de noite, porque habitarei numa delas, porque numa delas esterei rindo, então será como se todas as estrelas te rissem! E tu terás estrelas que sabem rir!
Eu conheço um planeta onde há um homem vermelho, quase roxo. Nunca cheirou uma flor. Nunca olhou uma estrela. Nunca amou ninguém. Nunca fez outra coisa senão somas. E o dia todo repete como tu: "Eu sou um homem sério! Eu sou um homem sério!" e isso o faz inchar-se de orgulho. Mas ele não é um homem; é um cogumelo!