O Espiritismo na Arte Leon Denis

A doutrina de Cristo não é uma jurisprudência que, sendo imposta pela violência, pode modificar de imediato a vida dos homens. É um novo conceito de vida mais alto do que o antigo e um novo conceito de vida não pode ser prescrito, precisa ser livremente assimilado. E só pode ser livremente assimilado de duas maneiras: uma interna, espiritual, e outra externa, experimental. Alguns – a minoria – com uma espécie de instinto profético, advinham imediatamente a verdade da doutrina e seguem-na. Outro – a maioria – não chegam à verdade da doutrina e à necessidade de segui-la senão por uma longa senda de erros, experiências e sofrimentos. A maioria da humanidade cristã chegou hoje a esta necessidade de assimilação pela via experimental externa.

Se Allan Kardec tivesse escrito que "fora do Espiritismo não há salvação", eu teria ido por outro caminho. Graças a Deus, ele escreveu "Fora da Caridade", ou seja, fora do Amor, não há salvação.

Engolimos de um sorvo a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga.

De todos os sentidos, a vista é o mais superficial. O ouvido, o mais orgulhoso. O olfato, o mais voluptuoso. O gosto, o mais inconstante. E o tato, o mais profundo.

Todos querem ter amigos mas ninguém quer ser.

Não se retém quase nada sem o auxílio das palavras, e as palavras quase nunca bastam para transmitir precisamente o que se sente.

Saber conter-se é uma das primeiras coisas que deve aprender.

O primeiro passo para a filosofia é a incredulidade.

Adultério é isso que liga três pessoas sem uma saber.

O homem livre é aquele que é capaz de ir até ao fim do seu pensamento.

Não ha coisas úteis ou inúteis: a medida do seu valor está em nós.

Não há exemplos na História de se ter conquistado a segurança pela covardia.

Toda a sociedade que pretende assegurar a liberdade aos homens deve começar por garantir-lhes a existência.

A religião do futuro será cósmica e transcenderá um Deus pessoal, evitando os dogmas e a teologia.

A nossa felicidade será naturalmente proporcional em relação à felicidade que fizermos para os outros.

Não lamento os homens, os homens refazem-se; não lamento o ouro destes tesouros, os tesouros voltam a encher-se; mas quem restituirá a estes povos os anos que vão passando?

O que o lirismo ocidental exalta não é o prazer dos sentidos, nem a paz fecunda do casal. Não é o amor satisfeito mas sim a paixão do amor. E paixão significa sofrimento.

Não existe antídoto mais poderoso contra a baixa sensualidade do que a adoração da beleza.

Um única demonstração impressiona-me mais do que cinquenta fatos.

Só precisam de moral e de virtude os que obedecem.