O Efêmero e o Eterno
O ser humano anseia em amar o que é eterno ...
Tudo nesse mundo acaba, é efêmero, temos que amar sobre todas coisas o que nunca acaba, é somente Deus.
Não se apaga o que é indeletável, eterno; não se apegue a tudo que é efêmero, e se esvai como areia entre os dedos.
A lápide da humanidade
Entre o céu
e o inferno
entre o efêmero
e o eterno
jaz o ser humano
este ser temporário
e senhor do tempo.
Na dança intricada entre o efêmero e o eterno, a morte não é apenas um fim, mas um eco que ressoa na eternidade da beleza que deixa para trás em um toque celestial ao ato final...
Aquele que tem compromisso com a verdade, mesmo que encontre a ruína no efêmero plano material, alcançará a glória no eterno plano espiritual.
Fotografar é...
Fotografar é capturar o instante,
O efêmero momento que passa voando,
E prender no papel, num gesto constante,
A memória que o tempo vai desfiando.
Fotografar é ver além do óbvio,
É espiar a alma que vive escondida,
Transformar luz e sombra em alívio,
Na imagem que guarda o sopro da vida.
É mirar o mundo com olhos atentos,
Desvendar a beleza que muitos não veem,
Revelar os segredos guardados nos ventos,
Os detalhes sutis que poucos retêm.
É fazer da lente um portal do tempo,
Eternizar o riso, a lágrima, o olhar,
Transformar cada clique num monumento
Do instante que insiste em se eternizar.
É dar voz à cena que em silêncio grita,
Ouvir a paisagem que ninguém escuta,
Captar o caos e também a harmonia
De um mundo repleto de luta e ternura.
Fotografar é tocar o invisível,
Sentir na pele o que está além,
É tornar visível o intangível,
Descobrir o que o olhar comum não tem.
É roubar um pedaço de eternidade,
Guardar o agora, para sempre, talvez,
E ao revermos a imagem, em outra idade,
Reviver o passado, a infância, o que já fez.
É um ato de amor e também de coragem,
Desnudar a alma em cada registro,
Contar a verdade, mesmo que a imagem
Nos mostre as rugas, as marcas, o visto.
Fotografar é uma dança de luz e sombra,
Uma busca constante, quase um ritual,
É deixar que o coração assombre
Cada imagem, tornada essencial.
Pois fotografar é, no fim das contas,
Sentir a vida em sua impermanência,
E, com um clique, manter as pontas
Entre o fugaz e a persistência.
É ver o mundo como um milagre raro,
Guardar na lembrança o que é difícil segurar,
E perceber, por um instante tão claro,
Que a vida é breve — mas vale eternizar.
A BELEZA DO EFÊMERO
A vida é um instante passageiro, um suspiro breve no horizonte da eternidade. Sem avisos, ela flui, às vezes suavemente, outras vezes de forma abrupta, levando consigo partes de nós mesmos, experiências e pessoas queridas. E não é responsabilidade da vida nos preparar para essas perdas. Ela nos dá o essencial: o agora.
É no presente que temos a chance de fazer a diferença, de sermos verdadeiros e de espalharmos o amor em cada gesto. A vida nos presenteia com o tempo necessário, ainda que, por vezes, queiramos prolongá-lo. É nesse intervalo que cabe tudo o que somos e o que deixaremos.
E acredite, há uma beleza única na efemeridade da vida. Pois é no fato de que nada dura para sempre, que encontramos a preciosidade de cada momento. O instante breve, o toque passageiro, o sorriso inesperado, todos esses detalhes, por serem transitórios, tornam-se extraordinários.
Viver plenamente, aceitar a impermanência e, ainda assim, abraçar o presente com tudo o que ele oferece — essa é a verdadeira beleza da existência.
Assim, não se deixe cegar pelas promessas do futuro ou pelo peso do passado. O que realmente temos é o hoje. Ame, reconcilie-se, perdoe, aprenda e semeie gentilezas. Pois, ao final, serão as lembranças que criaremos nos corações dos outros que perpetuarão nossa passagem por mais alguns breves momentos.
Aproveite essa dádiva do tempo, enquanto ela ainda é sua.
Enquanto meu corpo envelhece e esmorece, minh'alma sapiente se apazigua e desdenha do efêmero mundanismo. Sou mais eterno do que "calculava"...
Espelho
Mergulhei no sono eterno da alma,
Vi-me refletida no espelho moldurado
Em madeira entalhada ao molde europeu,
Pendurado na parede branca e fria
Analisei o espelho, e eu
De pé em sua frente procurei
Respostas para as perguntas
Que eu mesma formulei.
Meu rosto empalideceu.
Moldado pelo efêmero modelo
Que me fizeram usar,
Arranquei-o junto com toda tristeza e pranto
No chão espatifou-se a máscara fria.
Vi meu rosto em vários pedaços
Olhei-me no espelho novamente
Estava eu lá diante dele
Só a máscara caiu...
Não quero amores eternos! Quero amores que sejam deliciosamente passageiros, que deixem marcas, feridas, saudades e o cheiro de perfume impregnado em minhas roupas.