O Dificil Facilitador do Verbo Ouvir
O beijo vejem do verbo beija, e os seus labios podem conjugar com este verbo tocando os seus labios aos meus.
Decidi viver mesmo conjugando o verbo sofrer. Quero conhecer a vida mesmo sabendo que ela ja está obsorvida.
Tenho voltas que não se resolvem em mim. Um verso caído que nunca se desculpa. Um verbo perdido que não sente culpa. Uma dor que não tem fim.
Amor, não é metade, é verbo decassílabo, conjugado em primeira pessoa. Amor, não é saudade, é verso infinitivo, consumado em poesia à toa.
Sou doce como um néctar, mas sou amargo para alguns sentidos. Sou instável como o verbo, mas mesmo assim, sou afago para alguns adjetivos.
O teu verbo é tão indecente, que semeia a serpente na flor. E tuas asas cortam como dentes, transformando o teu sangue em vapor.
Imitando o réptil escamado e aquecendo-me ao sol: lagartear. Tanto o verbo quanto o frio, só no sul se encontra.
A gente não se escolhe a quem ama, nem como a ama, apenas ama. O verbo amar hoje em dia é visto como um simples bom dia, mas erra quem pensa que é assim. Amar não é dizer bom dia, amar é como se fosse feito tudo por aquela pessoa. Você a ama, a defende e a quer com você.
SENTIR.
Verbo impossível e longe de uma definição.
Sentir é eufórico,
é como estar em êxtase puro e há de se escrever para diminuir a ânsia e febre de sentir.
Sinto tanto que chego a ter pena de mim mesmo quando “estes sentimentos” derem por um fim, quando o oco predominar e a consciência pesar, novamente.
Será doloroso, pungente.
O verbo naufraga em silêncio
[como de costume]
E eu, avessa a tudo
Levo comigo o cofre com os meus sete desejos
Não há vírgulas enquanto sigo viagem
Há um único e maldito parágrafo
Que grita sem misericórdia!
E eu! Eu hemorrágica!
Nada estanca os delitos
Que saem das minhas veias rompidas
Confesso meus homicídios, mas não peço perdão
Há lacunas, há culpa, há sulcos em minha testa
(e há vultos passeando pela minha sala)
Tempo, tempo, tempo
Lembro salmos, provérbios, versículos
Percebo que desenho minha própria caricatura
[e não vejo graça alguma]
Continuo sangrando e quase desfaleço
Apresento os polos da minha versatilidade
Enquanto volto atrás e lembro-me que azar também é palavra
(mas que não se pronuncia)
Tento a sorte, então
E pergunto por deus...
[que mudou de endereço faz tempo]
Vê, Senhor, o meu olhar de súplica!
Trarias de volta a alegria da minha inocência???
E minha alma? Levaria de vez contigo?
Resgata-me com teus tentáculos de piedade
Ou,
Marca pra mim uma audiência com Cristo
Fala que sou poeta.
E desejo que ele escreva o prefácio do meu livro
Livro da Morte
Onde falo das minhas únicas certezas:
Do fim
Da decomposição da matéria
Dos ossos secos
Das minhas mentiras atenuadas pela licença poética
Ai de mim! Ai de mim!
No Livro da Morte
É onde escondo o meu vocabulário chulo
E os meus medos, os meus enganos, e todo esse meu ódio por ser volátil!
E por estar em um caminho sem volta
Mas há consolo, mas há poesia, mas há canções de amor por toda a parte
Então prossigo
Naufragando com um meio sorriso
Vou reticente...
Sempre.
Até achar o ponto.
No verso
no verbo
o pensamento é terno.
A cidade se consome
o que era longe fica perto
Trajetória
História
Vem na memória
Tempos de tristezas
mas também tempos de glórias
E o sorriso brota fácil
A luz revela a face
A sutileza nasce,
no detalhe que falasse.
Oscilando o tempo no espaço
causando rupturas no compasso
Alí, entre o que penso e faço,
mas o lápis eu carrego e o meu eu traço.
Por isso, trazer o olhar ou pra frente enxergar.
Traz aquele cheiro fresco do que vem a conquistar
Na amizade que invade se faz felicidade
Idade, a tirania se rende a liberdade
E o sonho ao se olhar vê-se realidade
Quem diria, isso deixaria de ser só vontade.
E aí percebi que não se podia conjugar o verbo amar de maneira que eu ficasse feliz:
EU (ainda)amo (você).
TU (não me ) amas.
ELE (também não me) ama.
NÓS amamos ( as pessoas erradas)
VÓS amais (tenho certeza,pessoas erradas de novo porque não SOU EU)
ELES amam(mas não são felizes porque um deles devia estar comigo!)
Como pode ver,a conjugação nem sempre é uma experiência boa para as pessoas e elas ainda me perguntam porque vou mal em Português.Isso sem falar em Matemática porque a trigonometria sempre consegue piorar tudo e quando eu digo tudo é tudo mesmo.
O AMOR NÃO ESTÁ NO OUTRO, NÃO ESTÁ EM MIM, NÃO ESTÁ EM LUGAR ALGUM, ATÉ PORQUE O VERBO "ESTAR" NÃO POSSUI ESTRUTURA SUFICIENTE PARA SUPORTÁ-LO. MAS O AMOR SIM NOS SUPORTA E SUPORTA PARA TODO O SEMPRE A MAGIA DE "SABER-SEM-SABER"