O Correto
Quem sabe o que é correto age corretamente (...)
O verdadeiro conhecimento leva a agir corretamente.
A covardia coloca a questão: 'É seguro?'
O comodismo coloca a questão: 'É popular?'
A etiqueta coloca a questão: 'é elegante?'
Mas a consciência coloca a questão, 'É correto?'
E chega uma altura em que temos de tomar uma posição que não é segura, não é elegante, não é popular, mas o temos de fazer porque a nossa consciência nos diz que é essa a atitude correta.
A maioria dos biógrafos empenha-se em explicar a obra a partir da vida, quando o correto é exatamente o contrário: trata-se de explicar a vida a partir da obra.
Se tiver todos os fatos, o seu juízo será correto; se não tiver todos os fatos, não pode ser correto.
Correto é considerar solares a luz e a vista, mas não se deve identificá-las com o sol. Assim também a ciência e a verdade podem ser consideradas muito afins ao bem, mas nem uma nem outra idênticas a ele.
Seja o caráter formado pela poesia, estabelecido pelas regras do procedimento correto e aperfeiçoado pela música.
Tão correto e tão bonito o infinito é realmente um dos deuses mais lindos, sei que às vezes uso palavras repetidas mas quais são as palavras que nunca são ditas?
Ela gosta de ser como é, sempre se impõe ao que não acha correto, fala sua opinião e não fecha os olhos quando seu nome está em algum mal entendido, sabe assumir um erro e faz questão de consertá-lo. Alguns se assustam com suas atitudes verdadeiras e suas palavras pouco medidas. Então se considera autêntica. Às vezes é taxada de cabeça dura e inflexível. Mas ela não é isso, apenas tem uma personalidade forte, muito forte.
Papos
- Me disseram...
- Disseram-me.
- Hein?
- O correto e "disseram-me". Não "me disseram".
- Eu falo como quero. E te digo mais... Ou é "digo-te"? - O quê?
- Digo-te que você...
- O "te" e o "você" não combinam.
- Lhe digo?
- Também não. O que você ia me dizer?
- Que você está sendo grosseiro, pedante e chato. E que eu vou te partir a
cara. Lhe partir a cara. Partir a sua cara. Como é que se diz?
- Partir-te a cara.
- Pois é. Parti-la hei de, se você não parar de me corrigir. Ou corrigir-me.
- É para o seu bem.
- Dispenso as suas correções. Vê se esquece-me. Falo como bem entender.
Mais uma correção e eu...
- O quê?
- O mato.
- Que mato?
- Mato-o. Mato-lhe. Mato você. Matar-lhe-ei-te. Ouviu bem?
- Pois esqueça-o e pára-te. Pronome no lugar certo e elitismo!
- Se você prefere falar errado...
- Falo como todo mundo fala. O importante é me entenderem. Ou
entenderem-me?
- No caso... não sei.
- Ah, não sabe? Não o sabes? Sabes-lo não?
- Esquece.
- Não. Como "esquece"? Você prefere falar errado? E o certo é "esquece" ou
"esqueça"? Ilumine-me. Me diga. Ensines-lo-me, vamos.
- Depende.
- Depende. Perfeito. Não o sabes. Ensinar-me-lo-ias se o soubesses, mas não
sabes-o.
- Está bem, está bem. Desculpe. Fale como quiser.
- Agradeço-lhe a permissão para falar errado que mas dás. Mas não posso
mais dizer-lo-te o que dizer-te-ia.
- Por que?
- Porque, com todo este papo, esqueci-lo.
Se fosse correto julgar, eu te julgaria por ser invejosa, falsa, duas caras, sem personalidade e sem caráter, e cá entre nós, minha vida me consome demais, sabe, eu vivo mesmo, eu tenho histórias pra contar, sou focada em mim, e diria que egoísta o bastante pra não viver a vida dos outros, eu não sou figurante da vida de ninguém, não fico horas gastando minha preciosa saliva pra falar mal das pessoas.
No fundo eu queria saber o que te prende tanto a minha vida, é incrível o que a inveja pode fazer com as pessoas, não é mesmo? Como elas se tornam ridículas e vivem ‘pagando pau’ por aí. O que eu quero dizer é que pode falar o quanto quiser, e quanto mais eu sei que minha presença te perturba, que meu jeito te irrita, mais prazer eu sinto em existir e permanecer presente. Ah, e pode pegar aquela cadeira na primeira fileira, te dou o direito de seguir assistindo a minha vida, mas agora de camarote, porque sei que os comentários ficarão por tua parte.