O Amor Natural

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O orgulho, a inveja, a falta de interesse e a falta de compromisso são alguns dos fatores que tornam a maturidade um alvo distante.

Inserida por KamillaMoreira

O amor sonha com a pureza. Sexo precisa do pecado. O amor é sonho dos solteiros. Sexo é sonho dos casados.

Arnaldo Jabor

Nota: Trecho da crônica "Amor É Prosa, Sexo É Poesia", publicada na "Gazeta" em 4 de janeiro de 2012.

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Amor é prosa, sexo é poesia.

Arnaldo Jabor

Nota: Título de uma crônica do autor, que depois intitulou um livro.

O perigo do sexo é que você pode se apaixonar. O perigo do amor é virar amizade.

Arnaldo Jabor
"Amor é prosa, sexo é poesia"

Nota: Título de uma crônica do autor.

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O amor impossível é o verdadeiro amor

Outro dia escrevi um artigo sobre o amor. Depois, escrevi outro sobre sexo.

Os dois artigos mexeram com a cabeça de pessoas que encontro na rua e que me agarram, dizendo: "Mas... afinal, o que é o amor?" E esperam, de olho muito aberto, uma resposta "profunda". Sei apenas que há um amor mais comum, do dia-a-dia, que é nosso velho conhecido, um amor datado, um amor que muda com as décadas, o amor prático que rege o "eu te amo" ou "não te amo". Eu, branco, classe média, brasileiro, já vi esse amor mudar muito. Quando eu era jovem, nos anos 60/70, o amor era um desejo romântico, um sonho político, contra o sistema, amor da liberdade, a busca de um "desregramento dos sentidos". Depois, nos anos 80/90 foi ficando um amor de consumo, um amor de mercado, uma progressiva apropriação indébita do "outro". O ritmo do tempo acelerou o amor, o dinheiro contabilizou o amor, matando seu mistério impalpável. Hoje, temos controle, sabemos por que "amamos", temos medo de nos perder no amor e fracassar na produção. A cultura americana está criando um "desencantamento" insuportável na vida social. O amor é a recusa desse desencanto. O amor quer o encantamento que os bichos têm, naturalmente.
Por isso, permitam-me hoje ser um falso "profundo" (tratar só de política me mata...) e falar de outro amor, mais metafísico, mais seminal, que transcende as décadas, as modas. Esse amor é como uma demanda da natureza ou, melhor, do nosso exílio da natureza. É um amor quase como um órgão físico que foi perdido. Como escreveu o Ferreira Gullar outro dia, num genial poema publicado sobre a cor azul, que explica indiretamente o que tento falar: o amor é algo "feito um lampejo que surgiu no mundo/ essa cor/ essa mancha/ que a mim chegou/ de detrás de dezenas de milhares de manhãs/ e noites estreladas/ como um puído aceno humano/ mancha azul que carrego comigo como carrego meus cabelos ou uma lesão oculta onde ninguém sabe".

Pois, senhores, esse amor existe dentro de nós como uma fome quase que "celular". Não nasce nem morre das "condições históricas"; é um amor que está entranhado no DNA, no fundo da matéria. É uma pulsão inevitável, quase uma "lesão oculta" dos seres expulsos da natureza. Nós somos o único bicho "de fora", estrangeiro. Os bichos têm esse amor, mas nem sabem.

(Estou sendo "filosófico", mas... tudo bem... não perguntaram?) Esse amor bate em nós como os frêmitos primordiais das células do corpo e como as fusões nucleares das galáxias; esse amor cria em nós a sensação do Ser, que só é perceptível nos breves instantes em que entramos em compasso com o universo. Nosso amor é uma reprodução ampliada da cópula entre o espermatozóide e óvulo se interpenetrando. Por obra do amor, saímos do ventre e queremos voltar, queremos uma "reintegração de posse" de nossa origem celular, indo até a dança primitiva das moléculas. Somos grandes células que querem se re-unir, separados pelo sexo, que as dividiu. ("Sexo" vem de "secare" em latim: separar, cortar.) O amor cria momentos em que temos a sensação de que a "máquina do mundo" ou a máquina da vida se explica, em que tudo parece parar num arrepio, como uma lembrança remota. Como disse Artaud, o louco, sobre a arte (ou o amor) : "A arte não é a imitação da vida. A vida é que é a imitação de algo transcendental com que a arte nos põe em contato." E a arte não é a linguagem do amor? E não falo aqui dos grandes momentos de paixão, dos grandes orgasmos, dos grande beijos - eles podem ser enganosos. Falo de brevíssimos instantes de felicidade sem motivo, de um mistério que subitamente parece revelado. Há, nesse amor, uma clara geometria entre o sentimento e a paisagem, como na poesia de Francis Ponge, quando o cabelo da amada se liga aos pinheiros da floresta ou quando o seu brilho ruivo se une com o sol entre os ramos das árvores ou entre as tranças da mulher amada e tudo parece decifrado. Mas, não se decifra nunca, como a poesia. Como disse alguém: a poesia é um desejo de retorno a uma língua primitiva. O amor também. Melhor dizendo: o amor é essa tentativa de atingir o impossível, se bem que o "impossível" é indesejado hoje em dia; só queremos o controlado, o lógico. O amor anda transgênico, geneticamente modificado, fast love.

Escrevi outro dia que "o amor vive da incompletude e esse vazio justifica a poesia da entrega. Ser impossível é sua grande beleza. Claro que o amor é também feito de egoísmos, de narcisismos mas, ainda assim, ele busca uma grandeza - mesmo no crime de amor há um terrível sonho de plenitude. Amar exige coragem e hoje somos todos covardes".

Mas, o fundo e inexplicável amor acontece quando você "cessa", por brevíssimos instantes. A possessividade cessa e, por segundos, ela fica compassiva. Deixamos o amado ser o que é e o outro é contemplado em sua total solidão. Vemos um gesto frágil, um cabelo molhado, um rosto dormindo, e isso desperta em nós uma espécie de "compaixão" pelo nosso desamparo.

Esperamos do amor essa sensação de eternidade. Queremos nos enganar e achar que haverá juventude para sempre, queremos que haja sentido para a vida, que o mistério da "falha" humana se revele, queremos esquecer, melhor, queremos "não-saber" que vamos morrer, como só os animais não sabem. O amor é uma ilusão sem a qual não podemos viver. Como os relâmpagos, o amor nos liga entre a Terra e o céu. Mas, como souberam os grandes poetas como Cabral e Donne, a plenitude do amor não nos faz virar "anjos", não. O amor não é da ordem do céu, do espírito. O amor é uma demanda da terra, é o profundo desejo de vivermos sem linguagem, sem fala, como os animais em sua paz absoluta. Queremos atingir esse "absoluto", que está na calma felicidade dos animais.

Arnaldo Jabor
"Amor é prosa, sexo é poesia"

A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e palavras. Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida.

Martha Medeiros

Nota: Trecho do texto "Sentir-se amado".

Amor é um livro, sexo é esporte
Sexo é escolha, amor é sorte

Amor é pensamento, teorema
Amor é novela, sexo é cinema

Sexo é imaginação, fantasia
Amor é prosa, sexo é poesia

O amor nos torna patéticos
Sexo é uma selva de epiléticos

Amor é cristão, sexo é pagão
Amor é latifúndio, sexo é invasão
Amor é divino, sexo é animal
Amor é bossa nova, sexo é carnaval

Amor é para sempre, sexo também
Sexo é do bom, amor é do bem...

Amor sem sexo, é amizade
Sexo sem amor, é vontade

Amor é um, sexo é dois
Sexo antes, amor depois

Sexo vem dos outros e vai embora
Amor vem de nós e demora

Amor é cristão sexo é pagão
Amor é latifúndio sexo é invasão

Amor é divino sexo é animal
Amor é bossa nova sexo é carnaval

Amor é isso, sexo é aquilo
E coisa e tal...

Rita Lee
Música 'Amor e Sexo':

Nota: Letra composta por Cilze Mariane Costa Honório, Rita Lee, Roberto de Carvalho e Arnaldo Jabor

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Era o amor que tentei te oferecer!

Não consigo me entender
Sei o que devo fazer
É certo tenho que te esquecer
Mas é só aparecer,
Que me entrego a você.
Mas assim não pode ser,
Entregar-me e não te ter.
Não consigo me compreender,
Sei que não posso exceder.
Vou lutar contra meu querer,
Na minha cabeça meter,
Que um fim é o que tenho que fazer,
Quando será que vou aprender?
Meu desejo era te manter,
E cada dia mais te conhecer.
Agora começo a perceber,
O que eu não queria ver,
E o que você não tinha coragem de dizer.
Nunca me amaste, era apenas o aquecer.
Sexo, cama, e tudo que quisesse manter,
Sabe que basta me tocar para me derreter.
Sei que teus desejos consigo atender,
Nosso amor tem início ao anoitecer
E perdura até o amanhecer.
Mas não posso me corromper,
Sem você tenho que sobreviver,
Seguir a vida e me conter,
As lágrimas irei beber,
A saudade desfalecer,
Seguir em frente, nada irá me deter.
Adeus quem me fez viver,
Momentos que irão permanecer,
Loucuras de prazer,
Amei-te mas a este amor irei vencer.
E um dia quando você me rever,
Verás que mais do que prazer era o amor que tentei te oferecer!

Eu sempre sonhei com um amor antigo...um amor amigo...com um tremendo e infinito carinho...
Mas um amor assim só mesmo em sonho, pois na real, o que comanda um casal é só a relação sexual...
Eu queria viver diferente, ser tratada como gente, gente que sente e que se fosse correspondida...viveria de uma forma envolvente...
A maioria das pessoas não são bem assim...elas são até ruins e em seus atos carnais, usam a palavra amor, sem ter a conscientização que para fazer amor...é preciso sentir amor...sentir emoção e só se emociona o coração, se antes for vivida uma paixão...
E a cada dia que passa, a realidade me arrasta a uma triste conclusão: transa...relação...tesão e que se dane o coração...
Pra mim não da pra viver assim...sou romântica, sou carente, sou como pouca gente, que sabe o verdadeiro sabor de quando se vive um verdadeiro amor...
Tento de todo jeito...consertar esse meu defeito...mas dentro do meu peito...bate mais forte meu coração...e eu vejo com grande decepção que não existe emoção...acho que esse mundo...não é o meu não...
Eu queria ser amada com paixão, mas na real que decepção...o que comanda esse mundão é só o tremendo tesão...
Carinho quase não se tem e o que é que há afinal? Vivemos em um mundo animal, penso até por vêzes que eu é que não sou normal...
E em minha cabeça bróta...sou uma tremenda idiota...e diante de tanta coisinha....devo me assumir "sozinha"!!!
E o que fazer com o meu coração???
- Óra...fechar sua portinha e viver pra sempre sozinha!!!

Meu negócio agora é sexo e amizade. Acho esse negócio de amor uma coisa muito chata.

Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.

Sou contra a reserva de mercado. Tem mais é que abrir as portas para a Madonna abrir as pernas.

Eu sou um preguiçoso que trabalha muito.

A força da grana que ergue e destrói coisas belas.

Desde pequeno eu achava que seria célebre.

O tempo não pára e, no entanto, ele nunca envelhece.

É impressionante a força que as coisas parecem ter quando elas precisam acontecer.

O sexo é o alívio da tensão. O amor é a causa

Eu canto sobre o amor, e se as pessoas interpretam isso como sexo, é problema delas. Eu nunca uso palavrões como alguns dos rapper. Eu amo e respeito o trabalho deles, mas eu acho que tenho muito respeito pelos pais, mães e pessoas idosas. Se eu fizesse uma canção com palavrões e visse uma senhora na platéia, eu ficaria envergonhado.

O amor é cuidado em um peito ocioso, pejo no moço, vergonha na virgem, na mulher furor, no homem fogo e no velho riso.

Ciclo natural da vida: trabalhar pra comer, comer pra viver e viver pra trabalhar. Emocionante!

No primeiro momento de nossas vidas – o mais equivocado deles – nos afastamos das pessoas que não nos dizem o que queremos ouvir; num segundo momento passamos a romper com as que não vivem para nos cativar; no limiar da meia-idade tendemos a excluir aquelas que nos criam dificuldades; mas é a sabedoria da maturidade que nos leva a concluir que deve ser a irreversibilidade, e não a imperfeição, o critério de decisão entre as que saem e as que ficam.

Pela ordem natural das coisas, verdades vêm à tona, as máscaras caem e tudo isso sem que precisemos fazer esforço algum.

Artificial Beleza

Certo dia a mãe natureza foi até o artesão do universo, o artífice perfeito, conhecedor de tudo que é belo e caprichoso e encomendou um atributo diferenciado, inigualável que seria muito admirável por todos.
A palavra linda , cabe a natureza em tudo, porém a este ser ecoaria por gerações que conhecessem tal beleza que foi dada a você mulher.
Porque tanta beleza num só ser, covardia, desproporção, má distribuição , erro? Poderia mas, este artesão não errou jamais.
Sim pertence a você mesmo o adjetivo (belo). Foi agraciada com o belo, predestinada a lisonjas sem fim, justamente contada entre as maravilhas desse mundo.
Como resistir a seu olhar, como não ser cativo dessa simpatia, como não reparar em seu sorriso(oque não faria pra te ver sempre sorrindo), apetecível educação de comportamento sisudo.
Meu desejo é despir de toda prudencia que priva o homem da insanidade, descer do pedestal dos sacros quebrando as regras do bom costume e caminhar na direção do surreal prazer que seria tocar seus lábios.
Grande prazer é lhe arrancar um sorriso, para tanto, jamais pouparei elogios, educação, carinho e presentes alcançáveis.
Sua beleza não é natural, você a muito foge do natural e do comum. Forjada foi por mãos e mente inerrantes, provem do Eterno, beleza excêntrica, perfeitamente artesanal, feitura do Artífice dos artífices.
O violento desejo imediato que tenho de ter você tal qual violência dos canários da terra, converto em paciência, esperança e perseverança por saber que, o amor existe, compensa e que um dia poderei compartilha lo com mulher menina, anti-natural de impar beleza artificial.

O trabalho duro supera o dom natural. Mas aqueles com o dom natural que trabalham duro, superam todos outros!

Que cabelo é esse menina?
A quem está tentando enganar
Seja você mesma, deixe seu brilho próprio iluminar!
Todos que passar
Com você vão se encantar
Seja você mesma
A toda hora em qualquer lugar
Para que se maquiar?
Se sua beleza natural todos vão admirar
Para que usa batom?
Se teus lábios já tem seu próprio tom!

O mais precioso na beleza natural é que não precisa camuflar nem exagerar nada.
Ela aparece através dos olhos, do sorriso sincero e do coração humilde de pessoas que se comparam a ela.