Nuvens
Eu paro e fico olhando as nuvens...
Vejo um coelho saltando, um tigre de pé, um rosto familiar, uma casquinha de sorvete, vejo formas geométricas, vejo formas imaginárias, pássaros "fofos" voando ao lado de reais.
Imagino como se eu pudesse voar! Como se toca-se as nuvens! Se num piscar de olhos e num passo de balé eu voo até la em cima... Brinco com o coelho, fujo do tigre, entro dentro de uma nuvem e dissolvo ela completamente, olho para baixo e vejo nosso planeta, nosso rios, nossa terra, nosso mar!
Sei que fisicamente é impossível eu voar sozinha, mas na minha imaginação eu posso! Mesmo estando no chão vou até o universo. Vou ate Paris ou Japão, o que define é os meus pensamentos, as minhas nuvens!
O meu mundo da lua não tem limite...
Fecho os olhos e me entrego ao doce sabor refrescante dos primeiros dias de chuva... Nuvens? Não há... estão todas enevoadas em meu coração.
"Que cada dia eu veja que o sol é para todos, que as nuvens são necessárias, que os ventos nem sempre destróem, que as tempestades podem gerar um arco-íris e que eu sou muito capaz de ser feliz".
"Quando eu olho pro céu, vejo as nuvens passar, como se fosse um relógio, mostrando que tudo esta mudando, mostrando que eu posso mudar..."
O sol e a lua se encontraram no fim de tarde
Tão feliz ficou o sol, que transbordou entre as nuvens, seu sorriso alaranjado
Emocionada a lua ficou, depois de 5 anos sem ver seu velho amigo
E saíram os dois passeando pela rua, esqueceram das horas e o dia acabou
Mas ele sabia que novamente a veria, dois meses, um ano, cinco ou mais
Quando o fim de tarde chegar
No próximo eclipse solar
"A medida que as nuvens dispersas desejam voltar a molhar a terra ; do mesmo modo um coração com saudades, vive em busca de um lugar confortável para si."
Anjo
Se fosse anjo
pularia nas nuvens
Se fosse passarinho
cantaria no galho da árvore
Mas sou humana
então olho a natureza
sonhando acordada
Que maravilhosa obra
pintada por Deus...
by Shirley Morata
Ouço ao longe sei apito que trás esperanças gritantes.
Sua chegada pode sim desmanchar nuvens que teimam se formar sobre minha cabeça.
Ah o trem,a lua e Você.
Os pensamentos nem sempre são domáveis!
Às vezes são como nuvens, não escolhe a suas formas, são moldadas pelo vento.
O vento forte leva as nuvens de um lado para o outro, formando um lindo balé.
Assim são os nossos pensamentos, situações fazem um incrível balé com nossa mente.
Quando menos percebemos é a situação que molda nossos pensamentos.
Por fim os pensamentos moldam nosso comportamento.
Perdemos o controle e o que resta é tentar domar nossas emoções e viver com as razões.
Somos uma marionete dor situações envolvidos em emoções.
MENSTRUAÇÃO
Lentamente
a escorrer
da menstruação
das nuvens
eu
via
o níveo
sangue
no dorso
do alvorecer.
"Ando meio desligado. Voando sobre as nuvens de mim mesmo. Sei lá.
A vida me cumprimenta, finjo que não é comigo e continuo andando. Devo ter me perdido um pouco no labirinto do acaso, entregue a própria sorte, que também não vai muito com
a minha cara.
E ali está ela, toda feita de primeiras impressões e vontades subentendidas.
Pergunto-me o que se esconde por trás dos olhos cor de terra, além das possíveis dores desnecessárias. Ela parece feliz. É inadequado pensar em nós, pois a palavra “nós” não
cabe mais dentro do que nos tornamos.
Ela ainda tem aquela expressão serena de alma súbita, que pulsava em suas veias enquanto dizia o
meu nome. Sabe das minhas idas e vindas, sabe o que eu penso antes mesmo de eu pensar. E está ali, do outro lado da rua, talvez desligada também, se perdendo em alguma rota de si mesma.
Quero chamá-la, convidá-la para o café sem leite e sem açúcar que sei que ela gosta. Aquele que ela deixa esfriar propositalmente, não porque esquece, mas por gostar do toque
frio da bebida. Então reflito sobre os nossos danos em meio aos anos de guerra e paz. Ela não é digna de que eu entre em sua vida e aprenda a gostar das coisas que ela adora, pois tudo o que ela toca parece virar pedra. Isso também vale para o coração. Então,
faz eu me sentir culpado, sem meio-termo, talvez um pouco paranoico e estupidamente emotivo, por todas as brigas que eu recuei pelo medo de perdê-la.
Sei lá.
Ainda a encaro. Tento não me apaixonar pela mecha que cai discretamente em seu rosto. Aliás, se apaixonar vai ser sempre a melhor/pior coisa que se pode tragicamente – ou
não – acontecer com alguém. Apaixonar-se pela avalanche de dúvidas, pelo penhasco de confusões, onde sutilmente estamos caindo.
Ela sabe tão bem o que quer e eu sei disso pela linha reta e firme que se forma em sua testa. Eu fui o seu erro. Ela competiu entre os meus sonhos e os meus medos. Decidiu
ser só uma escolha em meio a milhares de escolhas. Só um pedaço do amor honesto que, no momento, me faz perder um pouco a pose, quase me desmascarando.
E ainda estamos caindo.
Em velocidades atrativamente parecidas, até porque sempre achei que a maioria das pessoas passa pelo luto de um jeito igual. E a nossa tristeza meio que combina, mesmo que
em sua mais bela e formosa superficialidade.
Ela não está pronta para ouvir a minha voz. Torço para que não encontre alguém melhor que eu. Penso que sou egoísta. O amor tem lá o seu egoísmo. O amor não pede a nossa opinião,
tampouco os sentimentos que habitam em nós. Mas, se encontrá-lo, que seja alguém decente, que finque os pés no chão quando os temporais de indecisões que a aflige despencarem do seu peito.
Ela caminha um pouco em meio ao friozinho de outono. Ouço os seus passos curtos, como se estivesse caminhando no corredor de nossa antiga casa. Não sei se é obra do acaso,
ou apenas uma extensa peça de teatro cheia de atos e clímax, aquela que certamente fracassei como vilão. Eu amava uma garota e uma vida e sinto que perdi o controle de ambas.
Sei lá. É que tudo parece descomplicado quando as promessas eram só piadas sem graça contadas na varanda, em plena sexta à noite. Nunca fui bom com piadas. Devo ter levado
tudo a sério. As frases soltas ainda fazem sentido, assim como as músicas, os livros e os karmas.
Sinto a enorme vontade de perguntá-la: “você sabe o que está perdendo?”. E entre a infinidade de respostas matematicamente possíveis, ela soltaria o sorriso contido que sempre
deixa no ar quando não quer magoar ninguém. O silêncio também é uma resposta, talvez a mais expressiva delas. O silêncio é a sua marca registrada, o seu charme sempre foi o mistério. E eu admiro os dois, mesmo que me dilacerem mutuamente.
Ainda voo sobre as nuvens de mim mesmo.
Ela ainda está de pé, pensando em nada, servindo de paisagem para os meus devaneios.
Eu sou o estranho do outro lado da estrada.
Eu a fito propositalmente de um jeito que encabularia qualquer ser humano desse planeta, até mesmo os não-praticantes. Por que mesmo estamos desistindo? Por que eu me considero
tão inocente no instante em que sinto o amor afundar em mim? O que ela tem que faz com que o tempo seja só uma palavra tosca do dicionário? Sei lá.
Subitamente, o seu olhar me encontra. Paro de respirar, minhas lembranças fazem uma pausa, meus nervos estremecem. Ela chega a franzir a testa, desatinando em minha direção
uma expressão perdida, como quem explica que o lugar dela não era ali.
Não era aqui. Ela já chegou ao final do penhasco, ajeitou o cabelo, relaxou os ombros e foi viver a sua vida.
Não sei quais são as regras do cemitério de amores. A gente se esbarra? A gente se cumprimenta? Conta como que tá a vida? Fala do divórcio dos pais, da queda da bolsa, da
paz mundial? Eu te dou um beijo no rosto ou te abraço? Aceno de longe com a mão ou, indiferente, inclino levemente a minha cabeça em uma saudação seca?
Esperei pelo sorriso contido seguido das frases soltas. Desejei em meu íntimo um convite inesperado para contar as estrelas, enquanto a gente se envergonha no escuro da noite.
Ela - com a delicadeza de uma nuvem -, encontrou a sua rota, talvez nunca perdida, e seguiu em frente. Seguiu para a vida que não teremos, com amigos que não vou conhecer.
Sempre achei que ela tomava decisões certas, quem sabe partir foi uma delas.
Eu ainda era o estranho. O estranho que não aprende nunca.
Ela nem precisou me tocar e, em um segundo, eu já havia virado pedra."
Nós temos um ao outro, e é o que importa. Estações, nuvens, vem e vão, e nós, ficamos no mesmo lugar, ao lado.
Desenho nas nuvens
Era uma terça-feira, tudo estava muito calmo no mundo; alguns jornais já haviam encerrado o expediente, algumas pessoas preparavam-se para o final da programação das emissoras de TV, alguns assistiam às suas novelas, absortos nos romances do momento. Ninguém esperava por uma notícia de plantão.
Inesperadamente, um colapso em todas as emissoras, todos os programas rotineiros foram interrompidos, e uma imagem começou a passar em todas as casas; um novo assunto surgiu, um novo conflito tomou conta do mundo, e muita coisa se viu e ouviu a partir de então.
Os prédios, as torres gêmeas, o World Trade Center fora atacado por um grupo terrorista, e o mundo todo foi aterrorizado por aquele momento; uma fortaleza foi ao chão; um lugar seguro foi o alvo; então, um misticismo tomou conta do mundo, conforme foram aparecendo imagens e informações sobre o assunto. Até um “demônio” foi visto entre a fumaça enquanto os prédios caíam. Muitas possibilidades foram divulgadas, e muitos argumentos foram usados. Mas o que realmente se sabia era que as torres gêmeas caíram, e muitas pessoas morreram, e outras ficaram traumatizadas, inseguras.
De controverso, descobriu-se que não foi o demônio que se projetou na fumaça, assim como as nuvens não se combinam para que pareçam carneiros ou as múltiplas formas que têm. O que se sabe é que pessoas oriundas da Ásia se deslocaram em nome de líderes, e saíram de suas casas com uma missão: a de tirar vidas, inclusive as próprias.
Aquela terça, 11 de setembro, entrou para a história, deixou de lado as características de uma terça comum.
Integrantes de um grupo extremista do Estado islâmico sequestraram quatro aviões comerciais, e lançaram-se com dois deles sobre o Pentágono, determinados a pôr por terra a honra dos Estados Unidos. E, mais do que isto, plantar a discórdia, e fazer gerar os mais adversos pontos de vista e as explicações mais assustadoras sobre como seriam os próximos anos.
A data de 11 de setembro não foi a primeira da história, e nem será a última; o ataque terrorista não foi o primeiro da história, nem o último.
O tempo passou e o mundo continuou sendo atacado por pessoas inconsequentes, capazes de matar a honra de muitos e colocar por terra muito do patrimônio que construíram.
Lá se vão muitos anos e o 11 de setembro de 2001 vai se distanciando, enquanto os anos posteriores vão se firmando, sendo a realidade cujas histórias de morte e terror vão se repetindo.
A saúde pública sofre atentados quando não há remédios para atendimento aos seus pacientes; quando uma pessoa que está doente precisa deitar-se no chão dos corredores dos hospitais; e, se precisar de uma cirurgia, é bom que se prepare o funeral.
A justiça muda de nome, e o errado ocupa o lugar do certo, e vice-versa; o condenado rico cumpre pena em liberdade, o pobre vive a reclusão; quando é infrator e também quando é vítima.
O sistema de segurança pública é falho e as pessoas morrem em assaltos, confusões, tráfico, e são apenas estatísticas, ao invés de notícias de atentados.
Olho para trás e vejo o dia 11 de setembro; olho para frente e o vejo novamente, o dia e os ataques que se tornaram comuns na sociedade mundial, que vive a fome, o sistema egoísta, a justiça inoperante e a desigualdade social.
Nas nuvens, vejo desenhos de ovelhas e de anjos. São frutos da imaginação de quem quer paz.
Amor é direito de todos, mas privilégio de poucos.
Se amar é sorrir, ser amado é estar nas nuvens.
Se paixão se tem quando se ama, amor se tem quando a paixão aumenta.
Muitos inteligentes procuram descifrar o amor, e escrevem livros, páginas, frases....Mas eu escrevo uma única palavra "saudade" se você ama, você sente, eu sinto!
As nuvens da minha dor dissolveram-se e bebi na luz. Com os meus pensamentos recobrados virei-me para examinar a face da minha médica. Girei os olhos e os fixei nela e vi que era a minha enfermeira, na casa de quem eu fora cuidado desde a minha juventude – a Filosofia.