Nuvem
É mágico o tempo que envolve as fotografias em uma nuvem de amarelo, deixando seu rastro, uma trilha. O que uma câmera capturada sair marcando um sentimento que fica para se lembrar.
Sabe, solidão. Eu sei que você é a nuvem negra que tampa toda a visão do lado da vida que ainda respira. Eu sei que você é uma extensão da saudade que mora nos meus olhos e viaja pelo meu coração. Sabe, solidão. Eu sei que você aparece em forma de lágrima e gera um sentimento de vazio bem no meu estômago, fazendo a fome desaparecer. Sei que você não pede licença e me faz morar nas lembranças antes mesmo de eu esquecer. Ah, solidão! Sei bem o tipo de coisa que você é. Chega de mansinho e toma conta das noites mais longas que eu tiver. Mas não vou te chamar de Sol pra te fazer íntima, nem fingir que não te enxergo pra me fazer de vítima. Sei bem como é! Solidão... Sei que vivo no gosto do beijo que já passou, e sei que durmo na saudade do abraço embaixo do edredon, e sei que acordo e vivo na lembrança da presença do amor que, longe, é só saudade, mas não vou me permitir ser só, quando sei bem que entrego tudo a Deus e Ele sabe mais do que ninguém, minha parceira, que essa nuvem que você traz consigo é passageira.
Sou uma nuvem que vaga solitária pelo azul do céu.
Deslizando pelo horizonte em busca de outra nuvem.
Uma nuvem que não seja passageira, uma que me faça chover.
O sol brilha o céu está sem uma nuvem a vista, carros e pessoas andando igualmente no seu dia-a-dia, nada parece estar errado. Já parou pra pensar que nesse exacto momento em alguma parte do mundo alguém esta morrendo, sofrendo, amando, escrevendo, sangrando, transando, fumando, trabalhando, dormindo, vivendo. E você lendo esse lixo que escrevi, abra a porta saia, olhe para o céu claro, ou escuro, brinque, sorria a luz do sol, se molhe na chuva, sinta sua alma se libertar.
Quando as coisas parecem não ir bem e aquela nuvem preta parece caminhar em minha direção, tão rápido uma força interior me diz pra não "ligar" pra os acontecimentos. Algo mais forte aliado ao meu natural otimismo faz com que eu perceba a positividade onde os demais se desesperariam. Assim sigo em frente.
Sonho
O mal sono traz o bom sonho.
O amor um ar risonho,
A nuvem negra a boa chuva;
A mãos ásperas a fina luva.
O homem olha para a nuvem,
O homem tem um sonho,
Ele espera, ele chora,
Com força luta,
Mesmo sem saber que luta é glória,
A nuvem traz a chuva,
A chuva traz a flor,
Da flor nasce o fruto,
Do fruto vem o sabor,
O sabor abre um sorriso e a lágrima evapora,
Retornando àquela nuvem que pranto trouxe outrora.
Para onde olho nos céus nas alturas
Vejo em mim uma imagem a contemplar
Doce,serena nuvem de ilusão mágica em olhar
Me livrando das sofridas agruras.
Tudo para o bem veio concorrer
A divindade suprema da questão
Para o caminho do bem te trazer
Mais uma bondade no seu coração
Eu peço nas alturas para vós me guiar
Colocai-me no bom caminho
Daime a capacidade de amar
E não estar nunca sozinho
Andei nesse mundo não encostado
Joguei minhas dores aos pés do cruzeiro
Vi as luminárias que o mestre havia colocado
As luminárias do Nosso Pai Verdadeiro!
Beijar-te é como tocar numa nuvem.....
sentir o mel mais puro e verdadeiro..!
.....Eu vou onde as tuas asas possam levar-me.!
Eu não sei voar, mas quero o teu amor.....
.....Beijar-te e não sentir os pés no chão.!
Beijar-te é sentir o bater do coração!
......Sentir o teu corpo colado no meu.!
Beijar-te é suspirar e sonhar!
#A beleza da felicidade efêmera#
Visto que frequentemente confundo minha cama com uma nuvem, nela, eu reflito, sonho, escrevo, imagino e me impressiono com lindas paisagens como uma alcateia de estrelas e uma constelação de lobos, um cardume de flores e um ramo de peixes, ou até mesmo um rebanho de montanhas e uma cordilheira de ovelhas.
Algo está certo ou comprovado?
Sim, a minha insanidade…
E insanidade é quase um sinônimo de felicidade, é, os loucos não pensam muito, mergulham de cabeça em tudo, amam mais, sofrem menos, se entregam mais, são mais felizes. Mas não desejo em minha vida a felicidade como um rio perene, e sim como um intermitente, pois possui o dom de renovação. Que graça tem o prazer eterno, que graça teria em viver se a chuva não cessasse, ou se não existesse a lua para interromper o sol, que beleza teria a luz se não existisse a escuridão, o parodoxo das coisas torna mais bela, difícil e interresante a vida, pois, nada conquistado facilmente possui boa qualidade e alegra…
Afinal, do que vale a felicidade eterna?
Não quer ser constantemente feliz, desejo uma felicidade variável, pois, a glória do homem é conquistá-la por diversas vezes.
A Vergonha da Humanidade
Está chegando a hora... de colocar-me para fora. Sou a nuvem negra, sou peste da meia-noite, sou o sangue derramado no barro, sou o além batendo na porta, gritando altamente nas madrugadas, sou o barulho da fechadura, sou a bota batendo na escada, sou o gelo se derretendo, sou o recém-nascido morrendo, sou o grande dilúvio que leva moradias, sonhos e alegrias. Sou mal, não sei definir-me...
O que me resta é tentar ser um prelúdio, mas será muito difícil anteceder algo bom se gosto de atrocidades. Fui desenganado quase morri afogado na areia da minha ilusão, senti até parar meu coração, quase parou de verdade e a dor não cessou. Já matei e roubei tudo por amor, estou falando a verdade, A Vergonha da Humanidade é isto que eu sou.
Janela
Uma nuvem cinza surgiu em minha janela
Cinza de dor e sofrimento
Trazendo memórias de um tempo
Em que a vida não era tão bela
Uma fria gota de chuva respingou em minha janela
Esfriando, cessando as batidas do meu coração
Atenuando minha respiração
Agravando minha agridoce mazela*
Será que a tempestade irá passar?
Será que o tempo irá se abrir
Ou irá apenas me iludir
Não irei a ele me apegar
Como se não bastasse o temporal
O frio vem me visitar
E eu pelo calor a desejar
Padeço de forma imparcial
Um raio de sol bateu em minha janela
Porém tarde de mais era
Em vão foi minha espera
Quebrada está a janela
*mazela: chaga, ferida, doença
Louvação
A mulher na nuvem
Mulher parideira de antanho
O corpo libidinoso da mulher perquerindo sua odisséia
Mulher enfeitada voa com seu perfume
E fuma
E bebe sua graça ou a desgraça
Mulher deitada
O ventre que convida
O ócio de quem é amada
A cor de quem cativa
Mulher debaixo das paredes
Ao sol de todos os anos
Víbora
Meu anjo por segundos
Mulher irreprimida
Ave de asas cortantes
A mesma de antes
A mesma no sempre
Mulher de veludo
O poro
A lua
Mulher sol e lua
Mulher entre sonhos
Mulher mulher mulher
Hino
O vasto acumular de espantos
Grito
Dengue
Mulher de todo o sempre
Nas nuvens
Na cor dos meus sentidos
Mulher dos olhos
Explêndida
Mulher mãe do mundo
Deste e de outros mundos
Doce como um favo
Jardim
Abelha...