Nuvem
Hipocrisia em festa
Há uma nuvem escura,
ninguém sabe de onde vem.
Sabe que ardem os olhos,
mas o culpado não tem.
Maldita nuvem de hipocrisia,
que não acusa à ninguém.
Todos reclamam com dor,
todos mostram-se revoltados,
mas pra falar a verdade,
ainda não há um culpado.
A nuvem espessa e forte,
engana os pobres coitados.
Embriaga o pobre cidadão,
um bicho, já desgraçado.
Que vive à comer migalhas,
enquanto enrica o canalha.
O povo sabe o que dói,
a fome, que o sufoca,
mas culpado perverso,
ainda não encontrou.
A hipocrisia faz festa,
e o povo nela dança.
Com satisfação e alegria,
engana-se como criança.
E o perverso em aplausos,
no comando desta dança.
Inverno
Nuvem que passa sob um céu azul límpido
claro, os raios de um sol de inverno,
invadem ruas , casas, mas não aquecem
a quem nelas vive.
Sopra o vento frio, mas o coração
de quem ama, nada sente com a frialdade.
O coração que ama, aquecido fica pelo amor
do seu querer, os beijos e os carinhos dados,
são luzes de um sol de amor, que ao mais
forte frio de um inverno, o enfrenta com igualdade.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
E se no meu dia
Eu fizesse nuvem
Se eu fizesse vento
Se eu fizesse chuva
Se eu fizesse frio
Se eu fizesse escuro
O mais belo pôr do sol
pós temporal
Seria você.
Eixo
Ar cênico.
Ar Cético.
Mar Vivo.
Mar Morto.
Osso Orto.
Nuvem Chão.
Visão contemplação.
Grafia Afia.
Assado Cortado.
Em pedaços se fez,
Em vida se refez.
Fênix, pronta para estrelar,
Nos primeiro raios da aurora.
Voa e vai encantar.
És pássaro, vida que
me ensina a recomeçar.
Rasgou-se o véu
Num dia anil
rasgou-se o véu,
então o céu se abriu,
uma nuvem infanto pueril
ao formar seu rosto infantil
meu velho coração partiu
num sonho de velho amor.
Você sorriu lentamente
ao vapor dum calor
qual fez murchar
a flor do amor.
Foi a vez do sol
se opor no rol
de atrevido
astro
extra
vestido,
que a você
quis enamorar;
amor sem sentido.
Mas quem sou para
me opor ao calor agora
do rei dos astros aquecido.
É velha imaginação da criação
duma mente distorcida ao sonhar
com seu velho amor já esquecido.
Assim, meu amor um dia feneceu
com o desentender de uma vida
real, inventada no anil do céu.
Rasgou-se o véu, e não pude
entender, afinal o que estou
aqui fazendo, perdido
nesse aparvalhado
amor de viver
você.
Com tantos vocês
entre as nuvens
do firmamento
sideral, dentre
grãos de areia
universais sendo
o seu amor apenas
um meteorito a cair
sobre o meu coração,
quase lá do infinito.
Agito de conflito
a me deixar
aflito.
Afinal nada entendo de nada
numa vida desentendida,
com alegre grito,
grito: Acho tudo
muito engraçado,
apesar de nada
saber de nada,
repito.
Porém, alguém
aí do infinito
ouça este
velho
grito.
Como gostaria de entender de amor…
jbcampos
Queria ser uma nuvem, Poder viajar, sem me apegar ou me preocupar, ser livre. Se desfazer a todo instante e volta a ser uma nuvem em poucos instantes.
``Eu, um dia olhando o céu,uma nuvem me sorriu,logo eu, que de sorrir nunca entendi,não dei muita atenção, por manter meus pés no chão,caminhei timidamente, com meus passos apressados,mas a nuvem já zangada, com grandes gotas me acertava,em uma marquise qualquer,me protegendo de ti,olhei pra cima acanhado,e vi você sorrindo, lá do alto,disse baixinho pra mim,que brincadeira é essa, que essa chuva me faz? com tantos rios pra encher,tanta fome pra matar,vem sorrir logo pra mim,que não me permito, com suas águas me molhar.´´
A cor das flores não é a mesma ao sol de quando uma nuvem passa ou quando entra a noite.
(Do livro Fernando Pessoa Obra Poética II, Coleção L&PM, Organização: Jane Tutikian, pág. 69.)
A única forma de fugir do tempo é elevar-se na negra nuvem da própria devassidão. Somos homens ávidos pela desgraça alheia, a espreita da oportunidade exata de ver o outro ruir. Somos quimeras famintas pelo ódio e degeneração. Criaturas mesquinhas e corruptas, incapazes de solidarizar-se com a dificuldade humana. A insensatez é desmedida. A insanidade atinge a marca do extraordinário. O que somos no mundo? Nada além de sombras do próprio desespero, escravos do ego e amantes da adulação a aparência. Viver em sociedade é saber equilibrar-se entre aqueles que ditam as regras do jogo. Nada além de estúpidos seres a buscar a fagulha inicial que culminou no fim.
"Conselhos de minha mãe foram apenas silêncios. Suas falas tinham o sotaque de nuvem”.
( em "O ultimo voo do flamingo". Lisboa: Editorial Caminho, 2000.)
É como um foco de luz
Como nuvem vagando em vão
Como atalho de caminho sem volta
É como um coração que dispara
Cada vez que se alcança um olhar
Que atordoa, amortece e seduz
É como uma lembrança infantil
Que gruda no pensamento
E há muito o acompanha
Como inconsciência sutil
Que vai surgindo entre um segundo e outro
E de repente: ausência!
É hora passando volátil
Sem se importar com mais nada
Então me deixo levar por esse mistério
Vejo surgir entre uma lembrança e outra
Entre um susto e uma descoberta
Sua imagem.
Que me deixa comovida
E nesses sonhos,
Milhões de realizações
Sentimentos guardados há tanto tempo
Que vão dando novo sentido a vida...
Sou como nuvem
Sou como aquela nuvem
translúcida no firmamento
inquieto-me quando surgem
trovoadas e foretes ventos
Só me acalma a chuva branda
que no solo penetras solene
faço com o sol uma ciranda
procurando sombra perene
Danço a música dos anjos
minhas formas multiplico
o espaço sideral eu abranjo
e com o céu me identifico...
mel - ((*_*)
VARANDO A MADRUGADA
...entre o vão
de uma nuvem
e outra
a lua espia
toda esguia
ainda não é hora
de entrar em cena
saboreia
a espera
de ser cheia...
mel - ((*_*))
Eu estou tão atravessado deitado ao oposto de que seria normal , andando com um pé na nuvem e outro no chao, minha cabeça ta zuada e meu corpo todo arremetido ao oposto de que seria normal !
Sonho
O mal sono traz o bom sonho.
O amor um ar risonho,
A nuvem negra a boa chuva;
A mãos ásperas a fina luva.
O homem olha para a nuvem,
O homem tem um sonho,
Ele espera, ele chora,
Com força luta,
Mesmo sem saber que luta é glória,
A nuvem traz a chuva,
A chuva traz a flor,
Da flor nasce o fruto,
Do fruto vem o sabor,
O sabor abre um sorriso e a lágrima evapora,
Retornando àquela nuvem que pranto trouxe outrora.
Para onde olho nos céus nas alturas
Vejo em mim uma imagem a contemplar
Doce,serena nuvem de ilusão mágica em olhar
Me livrando das sofridas agruras.
Tudo para o bem veio concorrer
A divindade suprema da questão
Para o caminho do bem te trazer
Mais uma bondade no seu coração
Eu peço nas alturas para vós me guiar
Colocai-me no bom caminho
Daime a capacidade de amar
E não estar nunca sozinho
Andei nesse mundo não encostado
Joguei minhas dores aos pés do cruzeiro
Vi as luminárias que o mestre havia colocado
As luminárias do Nosso Pai Verdadeiro!