Notas
Anoto frases soltas
Quase todos os dias
As vezes, não sai nada
Outras vezes, sai poesia
Todas guardadas
Num bloco de notas
Um dia, quem sabe
Junto tudo e sai um livro
Ou pra variar, sai melodia.
Canção que expressa o amor, sonoridade do verbo amar, o fervor de uma emoção sincera, profundamente, singular, onde as palavras são libertas, acompanhadas de belas notas numa declaração honrosa, salutar, vinda de alguém que ama de uma forma tão intensa que não se pode mensurar.
Amada calmaria de domingo, somada a uma musicalidade emocionante, expressada nas teclas de um piano, saindo aos poucos pela janela, uma nota atrás da outra, subindo até aos céus, onde anjos foram tocados, ficaram dançando em pares por entre as nuvens numerosas, passos amáveis e comprometidos, reunidos numa espontaneidade notória, suas emoções motivadas pelo ritmo suave da música, lapso da realidade, saudável loucura.
Hey mulher?! Você mesma! Vem pra roda, a vida está chamando! Desata os nós da tristeza e faz um laço de alegria. Coloca aquele teu sorriso bonito na boca, solta o cabelo e sente a batida do tambor, a energia, a vibração da música, relaxa até sentir o corpo leve e alma flutuar entre as notas da emoção dessa canção indescritivelmente mágica que é viver. Vem?
No aconchego do quarto, uma profunda simplicidade, o coração afinado com a solitide, afinação expressada no dedilhar de algumas notas, uma forma de aquietar a alma, de viajar em pensamentos para uma rica imensidão, repleta de belos detalhes como um vasto oceano, beleza e profundidade através de uma passagem sonora, enquanto uma emoção lúdica vai tomando conta da realidade, a qual por alguns instantes fica ainda mais encantadora, gerando uma satisfatória brevidade.
Eu queria morrer, mas não posso...
Então vou sobrevivendo, enquanto ainda tenho forças.
As angústias são reais e a palpitação é voraz!
Sinto um gélido ardor na ponta dos dedos e caminho em memórias, o eterno se solidifica num mundo fluido de aspirações vãs.
Símbolos que não transmitem ideias, finjo lucidez e me escondo na multidão, queria estar mais uma vez sobrevoando o caos.
Você saiu da minha vida da mesma forma
que se arranca a página de um livro.
Quando se arranca a página de um livro,
o livro fica o quê? Incompleto, não é!?
Assim você deixou o livro da minha vida:
INCOMPLETO
VOCÊ SE FOI E ME DEIXOU PERDIDO
(RÉQUIEM A NATAN)
Assim que você partiu, meu mundo ruiu.
Minha vida virou de cabeça pra baixo.
Estraçalhado, despedaçado.
Fiquei em pedaços.
Perdi a cabeça.
Minha cabeça foi para um lado
e meu corpo para outro lado.
Eu me tornei um quebra-cabeças,
com peças espalhadas por todo canto.
Um quebra-cabeças difícil de montar.
Aliás, difícil não!
Impossível de montar.
Sabe por que é impossível?
Porque está faltando uma peça.
Esta peça é você, meu coração
Mesmo uma cômoda entulhada com lembranças,
Notas velhas, cartas de amor, fotografias, recibos,
Deposições judiciais, cachos de cabelo em tranças,
Esconde menos segredos do que o meu cérebro
[poderia produzir.
É como uma tumba, um cemitério de indigentes
[cheio de corpos,
Uma pirâmide onde os mortos deitam-se às
dezenas.
Eu sou um cemitério que a lua abomina.