Nostalgia
Infância sinistra nos anos 80
"Nossas brincadeiras eram tão “surreais”. Era uma diversão imensa comer pão com ovo frito, tomar café com leite... e depois, ir queimar papel higiênico no quintal da casa... nós ficávamos tão felizes por viver isso. Era uma emoção imensa, colocar os papéis sujos para queimar... enquanto a fumaça nos cercava, parecia nos provocar um verdadeiro transe espiritual haha. Aqueles tatuzinhos que vemos no chão... muitas vezes, fazíamos “corrida” entre eles... o tatuzinho que chegasse primeiro num lugar específico... ganhava a corrida. Tal lugar específico poderia ser perto de uma pedrinha ou de um papelzinho. Caçar vagalumes era um passatempo e tanto também. Prendíamos o bichinho dentro de um vidro, coitado. Era uma espécie de competição, para ver quem conseguia “caçar” mais vagalumes. "
"Infância"
Quando eu era criança vivia correndo atrás das pipas.
Hoje, que sou grande, as pipas caem em meu quintal.
No fundo, no fundo todos nós temos em um cantinho empoeirado da memória uma lembrança que a gente não quer que se apague.
"Tenho o olhar em gotas mel.
Gotas que sabem ao mar de um corpo que vive junto à praia.
O meu coração bate em pulso nostálgico.
É um relógio de corda que o tempo abrandou.
Fito agora a flor que me deste.
Adoro tulipas.
Mas a orquídea, é a flor que o beija flor cuidou... "
Búzio do Coração (dezembro, 2014)
Há nostalgias que te fazem sorrir, mas também há aquelas que fazem chorar, ou as que sorrimos chorando.
Borboleta é uma palavra com asas que me remete à longos vôos à infância.
Acho que esqueci minhas asinhas em uma daquelas tardes perfumadas pelos ventos que traziam o cheiro das flores, prenunciando a primavera. Era ali no meio das flores que eu me embriagada com o olor primaveril e o canto nostálgico dos pássaros, que eu ensaiava a coreografia dos vôos ao lado de borboletas miúdas que vinham dorminhar nos jasmineiros floridos que eu cultivava na inocência do meu olhar de menina.
Na verdade eu nem sei quanto tempo durou, porque o que realmente importa são as memórias inesquecíveis que o meu coração guardou.
Saudade
Minha saudade tem a leveza poética de um solfejo de ninar lembranças. Tem o cheiro adocicado das memórias que como uma fruta madura pende na árvore do tempo.
Minha saudade tem a tristeza de um olhar que ficou preso nas paredes frias do tempo, de um sentimento que emudeceu antes de se transformar em voz. Minha saudade tem o silente som de quem sorriu para esconder a dor da perda, tem a cor de chumbo da ausência. Minha saudade tem a profundidade de uma lágrima enraizada no solo deserto da alma, emaranhada ao delicado fio azul da nostalgia.
Minha saudade é simples e entre tantas outras saudades tem o silêncio ensurdecedor da solidão.
Quando o verão chegar , eu quero ser mais forte do que sou sem medo no olhar nenhum motivo pra chorar.
sim, fazem três anos já. o que as pessoas fazem depois de três anos? elas se casam, tem filhos, dão novos rumo para sua vida, esquecem amores do seu passado.
e eu, o que faço em três anos? ainda sinto saudade, ainda fico imaginando que isso é passageiro, ou era, mas foi só para mim.
A questão é que as pessoas não voltam, relembrar daquele tempo só para chorar, e continuar pensando que sua vida poderia ter sido diferente ou que poderiam ter esperado para faze-la diferente.
Engraçado como essa desilusão parece tanto com a ultima. Mais engraçado é saber que em breve essa dor será esquecida como a outra foi...ahahaha... me sinto uma hipócrita sentimental. Que raio de amor eu digo sentir se em alguns meses ou ao encontrar outra distração será esquecida também??? Se o amor nunca acaba...o que será isso que senti e passou ??? E nesse estágio de superação de mais outra frustração amorosa...e Sinceramente espero que desta ultima vez não tenha sido o tal bendito amor verdadeiro...odiaria ter que abrir mão de dele!rsrs... que venha o próximo sorriso...sonho...e que dure um pc mais, ou melhor que dure enquanto me fizer bem... e que esse "bem" dure...dure...e perdure (...) digamos que eu já esteja sem paciência p lidar com finais e recomeços...ahahaha
24.02.16
O passado é como um mar que às vezes mergulhamos e nos deixamos levar pela maré mas quando nos damos conta, estamos longe demais da terra firme. Nesses momentos a única forma de retornarmos é avistar um navio, um barco, um bote que nos resgate e nos traga para um lugar seguro.
Se ninguém te resgatar a possibilidade de você virar um náufrago é muito grande.
Se afogar no passado é como sufocar de saudade. Essa tal nostalgia nos impede, muitas vezes, de viver o presente e desejar o futuro.
Nostálgica saudade!
Sala de Visitas
Eu disse pra tu que esperaria do lado de fora até onde eu pudesse. Tentei batendo sutilmente na porta. Nada de você abrir. Sentei na calçada e com o mesmo sorriso de uma criança que espera o carrinho de picolé vir, tive a paciência de continuar ali esperando que me deixasse entrar na tua morada.
Por fim deixou e somente me colocou na sala de visitas, não me convidou para o teu quarto, no teu íntimo.
E como apenas um conhecido de passagem para um café, tive que ir embora pois a minha hora já tinha dado. Sai e você fechou a porta sem sequer conferir se eu estava virando a esquina em segurança.
Muitas vezes visitamos pessoas que só tem um café frio e amargo pra oferecer.
Nesta casa eu não volto mais.
Sozinho
Estar sozinho não é tão ruim. Difícil mesmo é viver rodeado daquelas esperanças que te levam a autodestruição gradativa. Aos poucos a gente vai deixando de transparecer as emoções e começa a interiorizá-las. Aqui dentro, no silêncio dessa boca com um meio sorriso, mascaro toda dor, todo grito, toda agonia de te esperar. Talvez esta seja uma das maiores torturas da humanidade: Esperar tendo plena certeza que quem partiu não vai voltar, pois nunca esteve presente.
Despediu-se sem dizer adeus
Naqueles olhos pude ver o motivo pelo qual batia em retirada
Poucos são aqueles que estão prontos para o amor e, por ausência de experiência, me deixou esperando sentada na calçada.
Quem sabe ela volte com mais sabedoria na bagagem. E, quem sabe, perceba que o mundo lá fora não tem os mesmos braços acolhedores e pacientes que os meus.
Vá minha querida, eu continuo aqui até o presente momento.
Só não sei se permanecerei.
Knock Out
Eu ando te procurando em tantos lugares, que perdi a noção de onde estou. Só sei que não é onde você está. E isso faz com que eu encontre sua lembrança em cada ponto ao meu redor, tudo lembra seu cheiro, seu abraço, sua voz. Nesse momento sinto agulhas no estômago, e um nó na garganta muito forte. Eu paro, respiro e tento levantar minha cabeça, as vezes eu consigo, mas na maioria delas eu fico como estou hoje: vazia.
Tento preencher sua ausência mas tem sido impossível, é como um vácuo dentro de mim. O pior é saber que só você consegue me preencher, encher de luz esse buraco negro que vira meu coração, que a cada dia que passa fica mais frágil. Tem sido tantas porradas que uma hora ele vai parar de resistir e entregar a luta. Mesmo sendo um batalhador, é impossível agüentar um knock out.
Mesmo que um dia isso aconteça, vou sentir felicidade em saber a luta foi até o ultimo suspiro que tinha.
E aqui nessas últimas horas
Peço apenas a você, meu amor
Incertas palavras de afeto e carinho
Tendo como ponto de partida,
Amor e desatino doentio.
Ficarei feliz se tudo acabar dessa forma
Irei a caminho da luz,
Onde te esperarei do outro lado da porta.
Os celulares são legais
São ótimos
Sinônimos de facilidade
Utilizados sem piedade
Tornando neuróticos
Os que mexem demais.
Mais legal seria
Se apenas
Por um momento
Fossem deixados em esquecimento
Sendo a pena
Instantes de alegria.
Por que alegria?
Porque relembramos
D'onde viemos
Dos tempos de pequeno
Em cujos planos
Não entrava a tecnologia.
Ah, doce nostalgia.
Depois de amar tanto uma pessoa você percebe que inúmeras outras aparecem em seu caminho, ficam um pouco, tomam um café, mas sempre partem... buscando outro destino. E por mais que você não veja todos os dias aquele único sorriso que costumava te motivar a conquistar o mundo, você sabe que ele ainda existe em algum lugar do mundo, e que de alguma forma ele ainda é seu.