Norte
Uma vez ele me falou que sou tão previsível tanto as Estrelas do Norte, disse também que sou feita de instantes, que fui um bem súbito em sua vida. Eu espero que tenha sido a estrela mais brilhante que orbitou naquele mundo sombrio. O admirava dormindo e apenas lamentava o gosto ácido da dúvida, meus olhos vacilantes denunciavam um “por que” a cada contratempo de sua respiração. Então me atingiu de inesperado o dia que o conheci, ele usava botas de couro, aquelas botas de motociclista, sabe, e um chapéu engraçado, me falou que estava terminalmente apaixonado por mim usando o termo “razões óbvias”. E eu não compreendia, mas apreciava que dançávamos no mesmo ritmo e sabíamos até descarrilar o mundo no mesmo compasso. Então, passo a passo, reconhecia um pouco de mim naquele enclave e me sentia confortável por isso, por fazer parte de um reduto de paz e, quem sabe até, ser a fonte desta sensação. Daí percebo que talvez ele seja o “de repente” que eu tanto aguardava e o frio na barriga que jamais cogitei provar. Mas como? Tantas perguntas e não esbarro com resposta alguma e sinceramente, eu não preciso. Daí descubro que também o encontro no meu “onde”. Na direção concreta, no ponto de referência confiável e exato, desvendo por trás do sorriso largo uma alegria recíproca, e na constelação de euforia, o desenho como Estrela do Sul. Minha estrela, jóia rara. E nós somos um. Por quanto tempo? Eu não sei, mas desculpa a falta de jeito, é que eu não posso resistir à tentação de pecar pelo excesso de desconfiança com o destino por ter o atravessado como um meteoro no meu céu. Era o tempo que cura fazendo cócegas no umbigo e ressaltando o meu gargalhar frouxo. E eu sentia isso também, todos os dias. Sentia as cócegas daquele riso baixo, do sopro leve na curva da minha orelha, sentia cócegas no olhar infame e até ousava a desvendá-lo.
- Razões óbvias? – Indaguei.
- Razões nucleares, menina, seu coração é uma bomba atômica e não sei se aguento o peso das explosões.
Tarde demais.
Acho que foi amor à primeira crise de riso.
Ondas do Mar
O sol ainda aquecia minha pele, eu caminhava na areia rumando ao norte;
Apreciando o mar, sentindo seu cheiro e a ondas que não estavam forte;
Sentei naquela macia areia, vi as ondas indo e vindo chegando ao castelo;
Castelo que fizera pensando em você, minha princesa, ele era tão belo.
A água foi minando-o, até derrubá-lo. Junto com ele parte do meu sonho;
O sol brilhava na água e reconstruir este castelo eu me ponho.
Com torres altas, pontes belas e também passagens secretas;
Ele estava nos esperando, assim como meu coração, de portas abertas.
Deixei-o ali e fui me banhar, lembrei da única vez que juntos mergulhamos,
Tomamos banho de sol, apreciamos a natureza e depois nos amamos.
Mas desta vez você não estava lá. Mergulhei, mergulhei e não te avistei.
Fiquei a beira mar, com o corpo molhado e com o calor do sol me sequei.
De repente vi minha sombra na areia, as ondas vinham e nela tocavam,
Queriam destruí-la assim como o castelo, mas minhas forças não deixavam;
Ai então eu percebi que sou mais forte que as ondas do mar,
Que para vencer nesta vida, preciso primeiro me amar.
Carolina
Poderia ser forte
Mas é assim... Feminina
E se faz fraca
Fica meio sem norte
E mesmo assim se destaca
Olhos nos teus olhos
E eles gotejam
Procurando atalhos
Onde quer que estejam
Pra tentar ser feliz
Lagrimas fazem parte
Mas é assim que eu não quis
Viva minha arte
Abra suas asas
Tire os pés do chão
Esqueça lembranças angustiosas
Se iluda
Porque não?
Viva uma paixão aguda.
Siga seus sonhos
Aonde quer que eles vão
Mova moinhos
Ame quem te ama
Esqueça o resto
Sem melodrama
Tenha algum gesto
Ao ler meu pedido
Por mais que seja doído
Siga o sol
Sempre
Carol.
Vim do Norte, vim de longe, só para tentar te resgatar
De um lugar onde tuas lembranças já não tinham mais o que se falar
Vim dormindo pela estrada e aqui estou neste lugar
As setas indicavam vida, cheguei a tempo com tempo e no tempo
Mas, sem tempo tive que voltar, vida se foi, vida ficou
Saudades não, resgate sim, tua semente germinou e deu frutos
Um dia vamos nos encontrar, até lá serei eu e tu, tu e eu.
O último coronel do norte/nordeste, José Sarney, se despede da política e assume arrependimento. Não pela incompetência em realizar sua tarefa perante o nosso povo e sim pela vaidade. Vai tarde!
INSÔNIA
Insólita noite sem noite, sem norte
Inóspito canto sem canto, sem canto
Estúpido ser sem ser, sê forte
A crespa ignorância aos prantos
Expurgado o amanhã, anseio por ele
Exasperado no meio do nada
Dormente sem sono, não durmo
Zunidos não deixam a cama calada
As vestes que encobrem a madrugada
Embotam a minha cabeça cansada
E talvez escreva tolices agora
As brumas que cortam meus versos
São parceiras de momentos iguais
Que noite sem noite, sem norte sem nada!
Se houve o mar com bravura,
De norte a centro e sul.
As ondas que vêm a terra.
Sobre um manto azul.
Barqueiros de madrugada,
Pescadores de paixão.
Pescam peixes fresquinho,
Para as noites de consolada de São João.
Quem conhece esta tradição,
Das festas dos martelinhos,
Cidades enfeitadas e cheio de balões,
Oh meu Portugal, como isto é tão lindo.
Saudade
Ah, se eu fosse moinho
Sugar todo vento...
Seria eu a energia
Aquela que sopra do norte
Sendo tu o ar em movimento.
Jamaveira
Uma das vezes, estive a viajar de Belfast (Irlanda do Norte) para Birmingham (Inglaterra) ; lá no alto (dentro de um avião), estava a contemplar o acasalamento entre o nascer do Sol e as nuvens em uma manhã em movimento em relação ao ambiente, mas em repouso em relação ao avião, e comecei a dizer pra mim:
Como compreender grandeza de Deus, se a Sua Omnipotência vai além do entendimento humano (Salmos 145:3)? A mente humana é tão pequena para compreender como um Ser, que criou tudo (Salmos 89:11) e antes de tudo Ela existia (Salmos 90:2). Como entender Um Ser que tudo que Ele fala se torna? (Génesis 1:3-20). Como compreender um Deus que criou apenas um ser humano e deste os mais de mais de 7,7 biliões de habitantes tiveram origem, mas cada indivíduo é um ser único, com experiências e formas de vida diferentes?
Como compreender um Deus, que fez com que mais de 120 pessoas ( caso a hipótese seja a relatada em Actos 1,15-26) presentes ficaram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar em línguas que não conheciam, porque o Espírito Santo deu a eles a capacidade (Actos 2:4)? Como entender um Deus que ressuscita um homem (Lázaro) que o corpo já estava em estado de putrefacção, pois já estava sepultado havia quatro dias? (João 11:17-44).
Mais uma vez, os pensamentos de Deus vão além do entendimento meramente humano (Isaías 55:8-10). O homem não pode perceber, a obra que se faz debaixo do sol, por mais que trabalhe o homem para a descobrir, não a achará; e, ainda que diga o sábio que a conhece, nem por isso a poderá compreender (Eclesiastes - 8:17).
Mulher do norte é abençoada pela sorte, é forte e sem entorte, nem que quebre com a morte, nunca ruma em vão desnorte.
"Respire o amor em seu norte,tenha uma bússola de compaixão.Para te guiar em seus caminhos, não deixando os seus sozinhos,sem luz na escuridão.Que a caridade seja seu lampião,iluminando seu coração neste mundo em desalinho".
(Rodrigo Juquinha).
Transição entre verão e inverno
Gradativamente os termômetros se alteram, hemisfério norte e sul, equinócio do outono.
Um clima que nos reporta ao calor e frio em pouco tempo
Um veranico e um veraneio, entre
folhas amareladas desprendendo-se dos seus galhos, se transformam em tapete, um lindo cenário
O deixar ir das árvores para renovar em outro momento, ordem natural da renovação
Estação das frutas, gastronomia, liberação da dopamina
Outono…outono…
Oração
A noite vai longa,
E sopra um vento vindo do norte, esquizofrénico.
Oro descontido, cúmplice de um amor silencioso... túrgido de significados,
De "fodidos" medos...
O de morte,
O da morte...
A noite vai longa,
Calórica nas emoções, aguçada de semântica,
Enquanto no meu palácio, quatro olhos puros me focam, que me conectam...
No Palato os "fodidos" medos...
Medo de que a luz se apague,
E que a alma se despegue,
E que eu tenha de fazer uma petição a Deus...
Para que a oração da esperança não tenda a desobedecer-me,
Não me force,
Não me tente,
Não me seduza...
Louvo-te PÁTRIA AMADA!
De norte a sul,
de leste a oeste!
Dos pampas gaúchos, o rincão,
às praias do lindo nordeste.
Do serrado à Floresta Amazônica.
Louvo o teu POVO, terra adorada !
da nordestina alegria
ao jeito conservador do sulino.
Do natural da terra
aos imigrantes de tantas etnias
que aqui encontraram abrigo.
Oh! Meu BRASIL adorado!
honro e louvo teu sagrado chão.
Cika Parolin
Do Rio Grande do Norte para o Rio Grande do Sul...
Logo que iniciei esta reflexão no quadro atual, senti o quão "Grande" somos nós, pois mesmo nos extremos do Brasil uma grande comoção tornou-se constante em nossa Pátria amada , bem como em alguns países, pois esta travessia não é só do Sul, e sim de todas as regiões brasileiras, e demais participantes do mundo a fora, pois diante do quê estou vendo, creio que Deus continuará tocando muitos corações em prol de um povo valente e especial.
Grande és tu, Rio Grande do Sul pelo que nos alimenta.
Grande és tu, Rio Grande do Sul pelo teu povo acolhedor.
Grande és tu, Rio Grande do Sul pelas tuas belezas naturais.
Grande és tu, Rio Grande do Sul pela sua gratidão.
Grande és tu, Rio Grande do Sul pela sua nobreza.
Grande és tu, Rio Grande do Sul pela sua sensatez e fé.
Sua força representa não só a face do Brasil, bem como cada brasileirinho que aí está e também daqueles que virão, pois apesar de toda devastação, o olhar gaúcho nos enche de confiança por fazer parte desta nação.
Contem com as nossas orações para que Deus continue os ajudando na fé, nessa travessia de corações partidos , mas não esqueçam que o Pai, o Filho e o Espírito Santo estão operando por meio dos anjos que não são desta terra. Eles têm cadeira cativa no céu.
Aos que partiram, a nossa oração para que o Espírito consolador abrace os seus familiares na luz da fé para dar continuidade sua missão terrestre.
Perder a sombra é perder a alegria, o rumo, o norte. É estar e não se perceber, é ser e não se sentir. É descobrir que o que era não é e, talvez, jamais tenha sido. É descobrir que o que é não foi concebido, mostrado ou premeditado. Perder a sombra é descobrir-se desnudo, frágil e sozinho. É ver os amigos brindarem e não se incluir naquele brinde. É ter a certeza de que se enganou a vida toda, de que quis acreditar na realidade que idealizou e ignorar o que existia. É ver o inverno chegar e não ter se aquecido, ter acabado a lenha e não ter cuidado do fogo. É como o cão que fica sentado sobre o próprio rabo, esperando ser chamado para brincar com o dono e o dono aparece com um gato lindo, de raça pura que é levado para sua cama. Perder a sombra é entrar numa esfera de quase ser, de estar atrás do espelho, dentro da imagem invertida e, dali, ver o mundo acontecer sem ter vontade de sair.