Frases sobre o nordeste para enaltecer sua grandeza

Lá e cá

No sertão a vida é assim
é desse jeito seu moço
há dias que brota capim
as vezes já seca o poço
no meio desse descarne
um dia se come a carne
no outro só rói o osso.

Sou da terra!

Sou nordestino de verdade
sou sertanejo agricultor
sem fortuna ou vaidade
e nem diploma de doutor
quem da chuva tem saudade
mas que planta a amizade
com a semente do amor

Cuscuz e caviar.

pra conhecer um nordestino
é fácil de desvendar
jogue pra cima um cuscuz
e um prato de caviar
o caviar cai no chão
mas o cuscuz meu irmão
não vai dar tempo chegar.

Retirante.

Hoje eu moro distante
entre o sul e o sudeste
de vaqueiro a ambulante
cada dia um novo teste
mas se tiver onde plante
eu volto é num instante
pro sertão do meu nordeste.

Fé do vaqueiro.

Sertão do meu encanto
tua origem não se nega
por aqui enxugo o pranto
dessa dor que não sossega
vaqueiro não tem espanto
vê seca por todo canto
sofre, mas não se entrega.

Chegou a chuva!

O sertão hoje enriquece
toda planta ganha vida
Deus ajuda quem merece
cura a dor dessa ferida
a seca enfim desaparece
e o sertanejo agradece
pela chuva prometida.

Diploma nordestino.

A vida é quem determina
o trabalho é quem soma
da terra que se germina
a fruta com seu aroma
em toda mão nordestina
cada calo é um diploma.

Terra abandonada!

Em cada rosto um pranto
daquele que perde o trono
a saudade em cada canto
de uma terra sem patrono
onde brota o desencanto
nem a seca fere tanto
quanto a dor do abandono.

Salve a nação nordestina.

Salve, salve o nordestino
povo de grande valor
das obras de Vitalino
de Luiz o cantador
de Ariano e Virgulino
das patadas do destino
e das bênçãos do Senhor.

Ser nordestino é um estado de espírito, cuja sintonia está ligada diretamente com o cuscuz e a rapadura.

Sou Nordestino!

Ser nordestino é ser forte
é não criar desavença
é respeitar toda crença
seja do Sul ou do Norte
é não esperar pela sorte
é não correr do batente
é levantar logo cedo
é encarar sem ter medo
o que vier pela frente.

Armas da seca!

O sertão ainda encara
o sol forte e cristalino
a água distante e rara
tem as armas do destino
e a seca é quem dispara
a bala da dor que vara
o coração do nordestino.

O Grito de Piripá

Quero aqui em alguns versos
Fazer também meu protesto
De uma causa
Que precisa de amplidão
Não preciso subir em palanque
Nem fazer xingamento
Só vou trocar algumas rimas
Sem nenhuma enrolação

Já faz algum tempo
Que o meu povo padece
Com sede carece
De justiça e sofreguidão
As promessas são feitas
Por políticos indigestos
Que não conhecem, nem vivem
A realidade da minha região

Entra ano e sai ano
Sempre a mesma ladainha
A gente não aguenta mais
Até parece picuinha...
A seca virou indústria
Onde muita gente enriqueceu
Principalmente os defensores
Que a gente mesmo elegeu...

Só quem vive aqui
Conhece o meu dilema
Prometi não estender muito
O assunto desse poema
Então vamos direto ao ponto
Para o senhor compreender
Precisamos de sua ajuda
Para um assunto enobrecer...

Devido a grande seca
Que nesse ano foi de lascar
A barragem de Canabrava
A fonte que nos sustentava
Infelizmente veio a secar
E a única solução
Foi trazer água de caminhão
De outro município para cá

Veja só o que veio a suceder
Devido ao mal planejamento
De uma empresa mercenária
Que só visa faturamento
A água mal dava pra beber...
E pra piorar a situação
A única que dava era salobra
Com risco de desidratação...

Essa notícia foi muito propagada
Tanto que até na TV saiu
A tal empresa pra não ficar queimada
Olha só o que decidiu:
“Vou fazer uma adutora e trazer
Água do Champrão pra cá”
Como se essa situação
Fosse adiantar...

Mas o povo percebeu
Que não tinha cabimento
Política de meia boca
Só aumenta sofrimento
E o povo de Condeúba
Entrou nessa jogada
Fez até protesto
Pra impedir essa palhaçada...

Mas o nosso caso
Ninguém pensa em resolver
A falta d’água ainda é um problema
Mesmo que se por aqui chover...
Eu grito cada vez mais forte
Precisamos de solução
Piripá ainda tem sede
De água e transformação!

Ao invés de uma adutora
Queremos nossa barragem...
Precisamos de políticas sérias
Não de trairagem...
Não queremos essa adutora
Nem encrenca com vizinhos
Queremos mesmo a prometida
Barragem dos Morrinhos...

Pra que maquiar o Brasil
Só pra inglês ver
Se verdadeiros problemas
Precisam se resolver?
A seca não é uma indústria
A miséria não é um produto
Nós sabemos senhores políticos
Que em galho podre não dá fruto...

Mas nem tudo está perdido
Os tempos estão mudados
Meu povo está mais sabido
Que se cuidem os deputados!
Tem muita gente boa
Procurando solução
Falo de ti, amigo Pena
Um excelente cidadão!

E vou ficando por aqui
Porque já dei o meu recado
Além do mais, prometi
Não alongar o comunicado...
Para quem não me conhece
Eu convido a me visitar
Mesmo com problemas
Tenho coisas boas a ofertar...


Obrigado meu poeta
Pelas rimas que emprestou
Numa oitava de cordel
Para dizer quem eu sou
Se você não adivinhou
Vou aqui me revelar
Brasileiro, sertanejo
Prazer, sou Piripá.

Bonito mesmo é ver os galhos secos da caatinga ganharem contraste em meio ao céu negro iluminado pela veracidade de um raio.Bonito mesmo é sentir o cheiro de terra molhada, ver a casa cheia de sujeira que cai das telhas de cerâmica, ouvir meu avô tocar violão depois de tanto tempo, isso indica a alegria dele, bem sabe que diminui a preocupação dele.Isso me anima, isso anima qualquer nordestino. É o sinal que a chuva deve estar no local que a muito não visitava... E que a seca vá para o mesmo local que é mandada a escuridão na presença de luz

MINHA FONTE.

No lumiar do horizonte
no ventre da natureza
na serra verde do monte
nas águas da correnteza
sou nordestino da fonte
de onde jorra a beleza.

OLHAR

Todo amor é infinito
se é por Deus abençoado
não tem coração aflito
que se sinta machucado
não tem nada mais bonito
que um olhar apaixonado.

NA ROÇA.

Fui na casa do vaqueiro
muito longe, mais além
entre o Crato e o Juazeiro
terras que me sinto bem
vou falar desse roceiro
que pode não ter dinheiro
mas bom gosto eu sei que tem.

BRENHA!

É fogo queimando a lenha
é sol que não se aguenta
vaqueiro torando a brenha
chão quente feito pimenta
aqui o cabra se empenha
sofre a seca mais ferrenha
trabalha e não se lamenta.

Era assim o meu recinto
pés descalços pelo chão
já me acordava faminto
pra tomar café com pão
hoje tudo está extinto
que saudade que eu sinto
dos meus tempos de sertão.

NORDESTINOS!

Essa é a nossa cultura
é o nosso modo de viver
se não tem agricultura
a gente arranja o que fazer
pode ter fome e tortura
mas não pega uma rapadura
se ela não lhe pertencer.