Noite Escura

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O Jasmim

Numa noite escura
numa praça à beira de uma estrada
com uma garrafa de vinho e palavras afiadas
uma conversa fora iniciada.

Encontrei-me com a Razão e o Amor
e depois de tanto falar, enfim uma conclusão chegou:
a Razão dissera que o amor é uma perda de tempo,
que a vida lá fora trazia liberdade e intensos momentos.
O Amor retrucara, dizendo que sem ele a vida não teria sentido
e o sentimento puro é o que transcende o tempo e o espírito.

A Razão, não contente, pôs a se opor, dizendo que nem mesmo o amor
entende do amor, e que a razão supera qualquer dor até mesmo as mentiras do amor.

Então o Amor pronunciou-se: como um Deus, eu sou feito de adoradores, até mesmo os escritores morrem de amores. Além do mais, sou a inocência, a abundância e a vivência que queima nos corações de quem não enxerga só a beleza, e sim a necessidade daquela existência.

A Razão, inexperiente, retornou a falar, dizendo que o amor deixa fraco, sensível, despreparado e arruinado. E que a razão preza pela liberdade do ser, pelo entendimento da vida e todo o seu saber.

Então a Vida pela primeira vez levantou-se e disse: sem vocês eu nada sou, não tenho a razão, não tenho o amor. De que me vale o tempo, se nem por um momento posso tê-la em pensamentos? Se o amor só é presente em mim, e não no Jasmim que habita o meu jardim? E de que vale o meu julgamento, se a razão que tenho é presa neste tempo, que me torna incapaz de poder distinguir o real do momento?

O Amor então responde à vida: Eu sou a chama que queima em ambos corações, eu sou a paixão, eu sou a amizade, e eu sou a eternidade. Não cabe a mim definir, qual deles o Jasmim devera sentir, sou somente aquilo que se sente, que se transforma e se mostra presente.

E a Razão, por sua vez: E agora? O que fará? Sabendo que a reciprocidade que existe em ti, nela nunca existiu... o amor pode até viver em ti, porém, ninguém há de contemplar-te como tu, não amar-te-á como tu e não há de conhecer-te como tu.. porque somente tu conheces o que ninguém mais conhece

E a Vida dizia: mas o que fazer se toda vez que a vejo o corpo chega a estremecer e o sorriso toma conta do meu ser, a minha boca seca e eu me perco nela? O que fazer quando ouço músicas e todas me lembram ela? O que fazer? Uma flor tão simples que em tudo me atrai, meu peito arde em dor só de pensar que em um momento eu terei que esquecer tudo aquilo que eu jurei saber merecer.

E o Amor disse: Mas você pode amar; eu sou a faca que corta e sou o machucado que cicatriza, eu sou o tudo e o nada; só eu posso curar a dor de um amor com amor. Procure por outra flor, existem milhões delas, só vá.

E a vida se pronunciou: o que pensas que sou? Um brinquedo? Eu a amo, e a quero, já amava antes de ser amor. Por sonhos caminhei, por planos idealizei, e a encontrei; a possibilidade de uma outra flor em minha vida não existe se não o Jasmim.

A Razão se contrapôs: tolo és achando que algo dela virá para ti a não ser a amizade. Viva o teu momento, viva a tua vida e deixe-a ir. O Jasmim, que deixa suas pétalas por onde passa, não te olhará com outros olhos; ela vê uma segurança em ti, mas ela não quer ser presa; ela quer a liberdade assim como eu proporciono, e tu és tolo por se render ao amor.

A e Vida prosseguia: mas é tudo tão estranho; o que eu sou? Por que existo? Para sofrer? E amar? É difícil porque se você ama, você sofre, e se você sofre, você estará sofrendo por amor em todos os quesitos. Porque se uma pessoa se for, você chorará por ela ter ido e não poder tê-la mais: isso é amor. Em todos os ângulos possíveis o amor existe e nada é feito sem ele, uns aos extremos e outros não, mas eu tento ser algo para ela, e ainda sim não a tenho. O que é preciso? O tempo? Mas o que resta é viver com isso.


Amor: a existência que ganhaste, não foi para sofrer, terá que procurar pelo motivo para qual existe, terá que ser livre e terá que amar, terá que sofrer, terá que aprender, para se tornar algo; as coisas são assim, é necessário para o engrandecimento da alma. Você não existe para viver por outro, e sim por você; não pode deixar que suposições façam com que você a ame, pois eu não sou feito de suposições. Eu existo, eu sou sentido, não posso deixar que sofra por algo que não tenha um sentimento definido. Quero que viva e deixe tudo no seu tempo. A existência não precisa necessariamente de outra pessoa; o afeto é uma troca de necessidade entre dois seres, e você pode não ser tão necessário para ela, assim como ela é para ti. Então a deixe, deixe o tempo. Dê tempo ao tempo.

A Vida: procuramos em tudo um motivo para qual existir, nos agarramos na primeira segurança que sentimos ter e nos entregamos com toda a força, mas não necessariamente existe a reciprocidade. Eu só quero a completude de estar ao lado de quem amo e de quem desejo, mas como o amor disse, não podemos viver de suposições. A verdade é que eu me apaixonei pela personificação que criei, e hoje eu entendo que a tornei naquilo que eu mais precisava; eu a imaginei da minha forma, eu sonhei um sonho bom, porém, ela não é aquilo que desejei, e assim terminarei dando tempo ao tempo, e esperando pelo momento em que ela possa se tornar a minha realidade.

A noite escura me deu olhos negros,
Mas eu usá-los para buscar a luz.

O clarão da lua na noite escura, projetou naquela rua o instante de nos dois, onde o tempo parou só pra ouvir nossas juras de amor....

A brisa gélida da noite me abraça e a melancolia daquele abraço toma conta de mim, noite escura, rua vazia, céu sem estrelas, sinto-me sozinha, a brisa me faz companhia, enche-me de afagos, deito-me em teus braços nessa noite fria.

Noite escura sem fim,
Tenha piedade de mim,
Devolva-me o sono,
Para de querer seu meu dono,
Não consigo dormir sequer,
Um pouquinho sem pensar nessa mulher...

No desatino da noite escura
Vejo o brilho das estrelas
Um alento, um olhar
O bater do coração
Avisa o tempo passar
como o tic tac do relógio
Olho no horizonte
No horizonte vejo o mar
E nele, o amor.

Breu Bom...

Beira do mar.
Noite escura, sem lua.
Ondas mornas...

Lembre-se: Após cada noite escura, sombria e fria. Tem um lindo sol que nos tráz luz e aqueçe o nosso dia.

O silêncio da noite escura me fala mais alto que o som estonteante dessa multidão que apavora.

Noite escura não ofusca a esperança do amanhã.
Haverá sempre um dia novo para recomeçar.
Deus te ajuda no caminho para você não cair.
Não desista. Siga em frente para o alvo alcançar.

INQUIETUDE

Dona coruja, cheia de rugas
em seu cacarejo... Pede ajuda
e na noite escura, com frescura
em cima de morro, estouro
Pedido de socorro...
Meu Deus, meus Deus
... Me acuda!
Pelas sombras sombrações
tudo cheio de tenções
lobos dragões
vidas cheias, supetões.

Já o curiango sem seu tango
faz o revoar de asas
em silencio, todo brando
... Lá vai o bando pela escuridão
o urro do lobo
ladrar de cão...
Topada no toco, escorregão.

Pela lama da poça d'água
pela noite enluarada
rompe a aurora
e vem com o dia, em euforia
ave-maria, ave-maria.

Antonio Montes

"" Claro que a noite escura me fascina
suas tranças lembram meninas
borboletas na beira da estrada
e seus faróis
claro que a lua me diz amores
foram tantos, relevantes
mas não navego sem bussola
nem mesmo rumo ao sol
claro, tudo é incerto de manhã
até você encontrar uma xícara de café
e entender que açúcar adoça
mas também faz mal..

⁠Mesmo no dia claro podemos ver sóescuridão,mesmo na noite escura podemos ver a clareza do dia, tudo dependerá da Luz que você leva no seu coração!

⁠Noite chuvosa, tempo de incertezas.O medo da noite escura. O sentimento de não ter uma mão para segurar, o açoite do silêncio é doído, e bastante dolorido, ainda que cercado de barulhos e gemido. Quando uma parte de nós foi sofrida, não queremos nem lembrar. Mas às vezes o silencio nos obriga a recordar dos conselhos que sempre eu ouvia, mais quase nunca seguia, e assim o tempo passa não adianta mais pedir nem carinho nem conversa está todo mundo com pressa. Mudamos de posição agora são os filhos a nossa razão . Que aquela imposição antes sempre rejeitada vire agora uma lição, pra você filha amada.

Na noite escura a lua estava radiante, porque até mesmo a escuridão tem sua beleza, e a maior delas é ceder o lugar para o nascer do sol.

Na noite escura da alma, não tendo como olhar para fora, somos levados a olhar para dentro.

⁠Na noite escura sob a luz da lua em meus sonhos continuo viajando estou sozinho ainda não sei pra onde vou apenas continuo andando na mente pensamentos e lembranças de tempos que não voltaram estou indo agora em direção a uma grande montanha eu vou gritar lá do alto para ecoa, para todos os cantos dos planeta; Alma gêmea da minha alma em que estrela você foi morar Olho pra trás vejo a vida se passando diante dos meus olhos, olho em volta e não acho graça e nem beleza. Já dei a volta ao mundo nos lençóis da noite. ficou no meu travesseiro guardião todos meus segredos.Boa noite

⁠Noite escura, calma e silenciosa as vezes eu paro e tento enxergar a onde o tempo quer me levar . Não importa qual direção eu decida seguir, o vento sempre me arrasta de volta pro mesmo lugar. Tem vezes que penso; Que nessa viagem chamada vida sou um viajante clandestino sem rumo sem direção. já acostumado com sua falta, e minha razão dizendo bem baixinho já é madrugada em breve será um novo dia. Desista pra você nada será como antes. Vista sua mascara de felicidade ensaiei um belo sorriso, saia e encare o mundo lá fora. Boa noite.

⁠Por detrás dos gritos ensanguentados
da noite escura
vagueiam sonhos cheios de verdade
e de silêncio ...
As horas fraudulentas, inquietas,
os murmurios das cigarras indiscretas,
tudo passa num vai-e-vem sem precisão!
Estrelas cintilando numa cupula de trevas,
folhas ao vento, pálidas, secas, sem vida
incapazes de voltar aos dias aureos ...
E Eu?! Que faço Eu a meio d'um cenário
tão sinistro?!

⁠Abstração

Era uma noite escura e velas resistiam aos ventos intensos violentos da memória. Nas gavetas as sensações da imaginação criavam um passado que sucumbiu na tempestade da perturbação intempestiva e inoportuna.

O que haveria do outro lado do absoluto esquecimento de cenas, agora vazias de vida, vítima de versos talvez revoltos, escrotos ou singelos, quem sabe, esculpidos e tingidos de paz, pureza, leveza?

Cenas criadas, concebidas, fantasiadas remeteram a uma multiplicidade de sentidos, imagens, talvez geradas e abortadas de um juízo errôneo, irrefletido.

Qual deus, qual nada, qual tudo lhe suprimiu, subtraiu a memória como um larápio poderoso que sublimou, apropriou-se daquele passado na gaveta vazia.

E a lágrima perdeu-se no curso natural, devastada pela letargia do tempo olvido, pela tempestade profunda e prolongada da memória enlutada do esquecimento. Lágrima a deriva, nem verso, nem rima, nem nada.

(Bia Pardini)