Noite
Quem nunca...
Acordou no meio da noite, depois de um sonho ruim e escreveu uma sms, mas não enviou? Quem nunca sentiu aquela vontade de ligar, discou o número, mas não completou a ligação? Quem nunca passou por um momento difícil, uma vontade de desabafar, conversar, refugiar-se em alguém; mas poupo-se do esforço? Quem nunca calou por medo de magoar quem se gosta, mas em troca você foi magoado? Quem nunca foi no Whatsapp (Facebook, Messenger e etc e tal) só olhar se a pessoa estava "online", tentou-se falar algo, mas do meio pro fim nada saiu? E quem nunca declarou-se, importou-se, mensurou-se o carinho, o afeto, a dedicação a tal pessoa ao ponto de esquecermos que precisamos também, em primeiro lugar de tudo isso?! É, o coração não tem pena da gente não, ou somos nós quem não temos?!
Sei lá, só sei que é mais forte do que eu...
O RECADO:
Essa noite mando um recado Chorão ,
Pois me encontro na mesma ilha sem o tempo.
Arremesso nas ondas com a mão ,
Cascos vazios de meu pensamento.
Pra que do outro lado da vida,
Seu choro não se torne lamento,
Você diz que não somos iguais,
E eu digo, somos sim complemento.
Chega a noite…
Escurece meus olhos...
Não enxergo coisas óbvias...
Algumas perdem a razão…
A razão de não ter razão…
Apenas esperar o tempo passar…
Alguns momentos dizem que a vida pede paciência!
A paciência de saber viver…
Acho que só se aprende a viver…
Vivendo… sem esperança…
Sem razão… olho o cair da noite…
Que caia… que escureça e leve junto toda essa tristeza..
Que insiste em a noite acompanhar...
A vida seguir… noite após noite!
LUZES NA NOITE
Um ônibus. Uma ambulância. Carros. Motos. Buzinas. Sirenes. Motores. Corridas. Passeios. A sinfonia urbana nunca para, ela contorna trajetos com luzes que se estendem por meros segundos, quase imperceptíveis, mas quase palpáveis.
Luzes. Luzes nos postes, nos faróis, nos tocos de cigarros mal apagados, nas vitrines, no celular solitário que pisca na volta pra casa. Luzes nas janelas. Em cada prédio, em cada andar, em cada apartamento, em cada televisão que faz companhia para seus insones. Em cada tela de computador.
É tudo que eu vejo quando olho pra fora, depois da meia noite. Vejo janelas iluminadas, algumas próximas, algumas distantes. Imagino vidas, situações. Resolvo problemas que não são meus. Tomo dores que não são minhas. Vejo de tudo e sequer sei se sou visto por alguém. Uma senhora recolhendo as roupas esquecidas na varanda. Um estudante com fones nos ouvidos, talvez estudando, talvez namorando à distância. Pessoas aflitas em quartos de hospitais, fumando um atrás do outro, esperando notícias boas ou ruins. Funcionários de um escritório fazendo hora extra. Uma mulher chorando, preparando um chá, talvez um café, não sei ao certo.
E lá, bem distante, entre morcegos e mosquitos, entre ritmos intercalados de jazz e soul, numa claridade muda, tímida, quase invisível, um escritor curioso, cuidando da vida alheia, cansado do tédio da sua própria vida.
Me olho
Não vejo
Nem sinto
O que vejo
Só vejo
O medo
E na noite
O desejo
Me perco
No ensejo
Sem rumo
Ou gracejo
Sem som
Ou molejo
Sem rima
E traquejo
Sem força
Bravejo
Perdida
Velejo
Sabendo que o medo
É só o que vejo
Passo a passo
Com o céu aquecendo-se
Para a noite..
Ventos frios trazem-me lembranças
Nesta cidade
Que nunca vai mudar
Enquanto a mudança
Não me visitar
Nunca cheguei ao topo
Sempre retornei
Ao ver novas montanhas
Onde ventos frios trazem-me lembranças
Desta cidade
Que nunca vai mudar
Enquanto eu não for
A mudança.
Funda e cálida mente num céu sem estrelas adornam alhures bainha das saias da noite. Sonolento e frio rastro que apaga retalhadas lembranças...
Nefasta partícula em lábio pendente arfando desejos escusos. Fresta de cicatriz mal curada...
Por onde andará minha dor?
Lua cheia
Luz da noite
Abre-se a carne
No pensamento
Puro prazer
Onde sexos penetram
Em sexos
Interminável desejo
Que solta pela boca
No grito solitário
Após evaporação dos sentidos
Essa noite antes de dormir... Tirei um tempo pra pensar em tudo o que me vêm acontecendo e, acabei descobrindo, que essa história de que todos nós temos um destino já traçado desde que nascemos, não passa de uma mentira. A vida é feita por nada mais e nada menos, que ESCOLHAS.
Somos nós que escolhemos ir ou não para o colégio, começar ou não a trabalhar, correr ou não atrás de nossos sonhos, vencer ou não os nossos medos.
A questão é: É você quem escolhe que rumo dar à sua vida.
E há apenas dois caminhos para voce escolher apanas um dependente de você, apenas de você
"A DAMA E O CORVO"
O vulto negro rasgava a noite sem pestanejar.
O estranho empalho de penas
se colidia com os lábios trêmulos da jovem carne.
Havia um certo fogo nos olhares,
algo que a noite insistia em não revelar.
O vinho coagulava entre os epitáfios,
mau podia-se ouvir o bater das asas noturnas.
As caixas naufragadas alimentavam o solo
donde brotavam as rosas
que exalavam perfume de morte pelo jardim.
O rosto frágil calava-se atrás de um véu branco e sem emoção.
Parecia envernizado diante dos olhos negro do pássaro,
que apesar de tudo não demonstrava qualquer reação.
O corpo tomou forma como as caixas que o cercavam,
não se ouviu se quer mais nenhuma palavra depois disso.
A jovem dama se entregou a noite finalmente,
apesar de todos os seus dramas...
As almas silenciaram-se,
os corações ficaram mudos de repente.
Nem mesmo as luzes suportaram.
Toda dor agora encontra-se destilada.
A noite desabrocha no horizonte
E, então, as estrelas se ascendem no céu;
Trazendo consigo a saudade dos seus olhos,
Trazendo consigo a lembrança dos lábios seus.
Não há nada melhor que você se deitar a noite e perceber que fez ao menos uma pessoa feliz naquele dia.