Noite
PEDAL DO TEMPO
Lá vai ele...
Pela noite afora
não sabe a hora
não pensa o agora
... Descida abaixo,
não se aquieta
nem quieta!
Chulep, chulep...
Com a bicicleta
vento na venta,
frio na testa.
Passa estrelas...
Passa lua
passa calçadas
da velha rua...
Passa praça
sono e guarda
passa com asas
passa em casa...
Passa medo
das sombra sua
e os segredos
da falcatrua...
Passa vida...
Pelas carreiras
água fervendo
tampa e chaleira,
lá vai ele
com suas asneiras
passando o tempo
passa de balde
em sonho não sabe
que tudo e besteira.
Chulep, chulep...
descida abaixo
pedala, pedala
sempre por baixo
descendo avenida
as placas dos planos...
elas falam e não fala,
nem se da conta
que com sonhos vai
estão te levando...
Como nossos pais
... Seus anos e rugas
chegando, chegando
costas de tartarugas...
Lutando, lutando.
Antonio Montes
Ao cair da noite me lembro da magia que encanta os anjos, dos momentos felizes que embalam os sonhos; as primeiras estrelas aparecem, elas me trazem a memória lembranças da juventude; eramos jovens, adolescentes que se amavam sem pensar em nada, eramos só você e eu.
''SAUDADES"
Minha cabeça ainda
pensa em você, sei
por que na noite ao
dormir você insiste
em invadir meus sonhos.
Perturbador talvez, como
faço para de você poder esquecer?
Você é uma explosão de brilho
num quarto escuro.
Ou uma estrela inesperada de um noite nublada.
Você é a lua cheia
que dá sentido à meia-noite.
Você é um relógio.
Que me faz perder o tempo e a hora.
Um moeda rara.
Uma pedra sendo lapidada.
Você é minha bússola.
Você é um saber que descobri.
É algo mais que valioso.
O barco do meu amado sonhador.
Que percorre um longo
caminho no mar.
em busca do melhor pra nós dois.
Mal sabe o meu amado.
Que sonha dar tudo pra mim.
Que só quero ser amada por ele.
Que ele é céu e terra pra mim.
É Ar que respiro, àgua que necessito.
És Minha Bússola
joia rara.
É
É a Lua cheia
Que dá sentido à meia-noite.
Esse meu amado que só sei amar.
♡Amo.♡
BOA NOITE
"Seu sorriso faz meu coração vibrar"
Feliz final de mais este dia!
No recolhimento do lar,
bons fruídos e lembranças nos acolhem e,
o calor se torna envolvente.
A imagem de cada personalidade
e ações que estiveram presentes em nossos momentos,
começam a se dissipar
e somente momentos ímpares
que nos emocionaram insistem em permanecer
e que de certa forma insistimos em relembrar
como momentos de graças e louvores
que nos elevaram e foram responsáveis pelo alcance
de mais um degrau desta caminhada na vida.
Que seja sempre assim,
deixamos ir o que não nos agradou neste dia e,
abraçamos o que nos cativou e conduziu!
METADE
Sol de meia noite,
meia lua em meio dia.
Vago em meio devaneio,
meia luz em tarde fria.
Vou e volto, volta e meia,
não consigo te encontrar.
Meio triste, meio solta,
busco a luz do teu olhar.
Quantas noites meio calma,
meia volta tento dar,
desta dor que me derrota,
não consigo me livrar.
Vou seguindo meio morta,
meio viva ainda estou,
o meio amor que tu me deste
era pouco e se acabou.
L A B O R E S
Cai a noite.
O dia entrega as armas.
Mais uma batalha vencida.
Volto pra casa-refúgio da guerreira,
onde sorvo, na solidão,
eterna companheira,
o néctar das flores
plantadas ao longo do caminho.
Flores que enganam espinhos,
oferecendo, mudas,
o perfume e o humano carinho
que o tempo abduziu.
Ligo o rádio.
Ouço a canção de quem partiu,
falando de lutas inglórias,
de ilusórias vitórias,
num contexto artificial.
Amanhã será mais um dia...
Um dia a menos na insana caminhada...
Um dia a mais em direção
ao fim da jornada...
E o Sol por testemunha
de mais uma empreitada...
Outro dia trazendo em seu bojo,
como um Cavalo de Tróia,
milhões de guerreiros que,
como eu, talvez sobrevivam, por eras,
ao tempo perdido em dolorosas quimeras.
C I D A D E
O Sol amanheceu a cidade.
A Vida respirou Liberdade.
A noite fria e escura, morreu.
Passo pelas ruas e paços,
buscando um ombro amigo,
um abraço...
em olhares que o horizonte perdeu.
A Vida me empurra pela cidade,
navego neste mar de ansiedade
atrás do tempo...
atrás das horas...
Mãos que se apertam e não se tocam,
olhos que se veem e não se olham,
ombros lado a lado, em solidão!
Não sei quem morreu de verdade...
se a noite, ou o dia-cidade...
Se o ar que respiro é, assaz, Liberdade...
Se o Sol que ilumina estas ruas desertas
de amor, compaixão,
aqueceu, afinal, algum solitário...
coração.
Eu sou escuro como a noite, neblina fria que grita no açoite, sou como lembranças mórbidas de um filme ruim, sou o relento da madrugada , O silêncio das estadas, a malandragem e o nada , uma história trágica com bom começo e um triste fim
A noite acabou, e a manhã agora chegou.
Os sonhos de nossa mente,
Voando se despedem,
Deixando em nosso peito,
A saudade de uma noite quente.
O sorriso se mantém,
Pois mesmo sem detalhes,
O corpo se lembra bem,
Dos sonhos dá noite com meu bem.
O dia agora nasce.
O sol inicia o dia,
E com meu sorriso,
Eu vivo cada dia.
O sorriso não desfalece,
Pois mesmo que não a veja,
Sei que em sonhos na noite escura,
Sua luz meu guia será
Para sonhos então sonhar...
"Noite... ou dia!"
Noite e dia.
Onde eu me encaixo melhor?
Se for noite.
Eu me perco em laços escuros.
Se for dia.
Eu me acho em teu brilho.
No teu amor!
No teu brilho incandescente.
E eu não quero ficar sem teus abraços.
E sim!
Me envolver...
... e me perder em seus braços.
Toma-me em teus lábios... com beijos intensos.
Me afoga amor!
Isso mesmo!
Me tira todo o ar.
Pois junto de ti...
... eu quero sempre estar.
Noite ou dia!
Não importa.
Talvez a noite
Talvez o dia.
Admilson
ÓDIO
Hoje a noite, o Ódio veio me visitar,
Eu deixei entrar pra ver no que ia dar
Acho que não vai tão cedo,
Gostou do que tinha em segredo
Nem tão bem.
Nem tão mal.
Mas, quando acabaria?
Amor machuca mais que uma bala perdida.
Boa noite
Procure o caminho do entendimento, qualquer um outro transforma sua serenidade em insanidade.
(...)
Naquela noite fria, pediu mais um copo, que acaba por beber mais e mais, sentindo sua própria degradação, na volúpia masoquista do próprio sofrimento, remoendo, preparando uma vingança para aquele que atirou seu coração aos leões e despedaçou sua razão em praça pública, inevitavelmente sentia-se violado e humilhado, então pensou que a ti era permitido esmagar a quem julgava inferior e de merecimento profundo do sofrimento, mas eis que a consciência do tenebroso homem que julgava ser, treme involuntariamente perante aquela criatura desprezível, atuava agora sobre ele a realidade espiritual humana, quando se julgava ser apenas um cérebro em ação, descobre que é dotado de um corpo e de nervos, para além do cérebro possuía também uma alma, da realidade que te visita que a razão fria lhe diz faça, mostre onde doeu sua ferida, a carne e a alma não aceitam, sente-se como se estivesse sendo violado por si mesmo, repelindo-se, nessa luta, o seu castigo se estabelece, entrando em um conflito ardente com essa razão fria, experimentando a expiação de si mesmo, de suores e de delírios, pavor e febres, a luta travada, travada nas mais profundas camadas vitais da sua consciência, luta que atingiu raízes misteriosas profundas do seu ser, que até então não conhecia, da origem sagrada desse demônio que chora com as mãos sobre o rosto.
Já era madrugada todos estavam embriagados, mas sua consciência continua apontando, como uma ferida tocada bruscamente, uma assombrosa profundidade penetra-lhe fazendo sentir os sentimentos larvais e fraternais do seu ser, sente-se como um espirito em decomposição de um coração brilhante que pulsa vivo, nessa luta travada, de querer ser mais forte que os códigos misteriosos cravados em seu coração, com um copo na mão, de olhos parados e distantes, mais voltado para si, assustadoramente perto de si, em um ato transcendental, vasculha-se e descobre que seu pecado não ocorre no fato consumado, na obra concretizada, mas em seus pensamentos e palavras, que o reviraria de cabeça para baixo, para sua consciência seria o suficiente para assombrar-lhe todos os seus sentidos de uma insana ilusão de uma vida miserável, da fantasia a melancolia.