Os homens, enquanto não forem completos e livres, hão-de sonhar sempre de noite.
a noite sorri lua crescente nos olhos do guri
O lírio levanta no meio da noite seu copo de leite.
Na noite trevosa eis, quando menos se espera, teu semblante, lua!
longe noite escura uma viola amor murmura
Nuvem, ergue a pálpebra! Quero ver o olho de cego com que sondas a noite.
Lanternas quebradas pirilampos precavidos não vagam na noite.
salta o gato assalta o gatuno susto na noite
Navalha de barba: numa só noite enferruja, ó esta chuva de maio!
Quero ouvir na noite os sapos que embalarão, eternos, meu túmulo.
Pra que respirar? posso ouvi-la, fremindo, maciez de noite.
as pálpebras da noite fecham-se sem ruído
Traçando os baralhos confundo na noite o mundo de alhos com bugalhos.
Noite tenebrosa. Pia a coruja agourenta no velho telhado.
surgidos do escuro, somem na moita, na noite: amores de um gato
Não é meia-noite e as mariposas cansadas já dormem nas praças.
Na noite de inverno o frio não é só no corpo: as tábuas estalam.
Balidos na noite durmo quente envolto a lãs de ovelhas peladas.
fecho um livro vou à janela a noite é enorme
Sempre do mesmo lado, O dia todo e a noite inteira, O vento da montanha.
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