Noite
Sou um verso triste em uma manhã escura.
Sou noite quente em madrugada fria.
Sou tarde gelada em dias de chuva.
Sou eu em noites de breu.
Sou lembrança pouco lembrada.
Sou livro escrito em folhas rasgadas.
Sou saudade no tempo de um tempo passado.
Sou um pouco do muito do tudo e do nada.
Sou mulher que ama e não amada.
Sua vida diferente da minha agora é carnaval, é festa noite e dia...sorrisos, fantasia. Sua vida diferente de mim só tem samba, alegoria...sua vida diferente de mim é batuque, luxo, beleza. Cores, flores, alegria. Quanto a mim, quem sabe, no próximo.
O silêncio da noite trouxe um grito de saudade: Ouvi tua voz, senti teu toque, uma música tocou meu corpo, o frio chamou teu nome, meus olhos procuraram os teus e nesse delírio de sonhos alucinantes me vi agarrada em você !
Noite, parece que ouvi tua voz. Sussurros...uma canção rolou no silêncio. Senti teus olhos a procura dos meus. Nos tocamos a distancia: arrepios passeou pelo meu corpo, teu cheiro invadiu minha mente, senti teu toque.
Abraços, nossos corpos confidenciaram desejos, vontades...loucura, eu e você colados...nos amamos repetidamente.
Amanheceu !
Vem o vento, trás teu cheiro
Vem a noite, saudade
Porta entreaberta, espera
Ouço passos, miragem
Teu olhar reflete no meu
Música toca, longe
Chega perto, te sinto
Olho em volta, nada.
Acordo, de novo fecho os olhos
Quero dormir, sonhar
Sonhar com teu sorriso,
Sonhar com tua voz
Sonhar, tu comigo
Sonhar, é o que resta
Sonhar...nós !
A noite não é uma criança: é um homem que brinca nos meus sonhos, que rouba meus pensamentos, que viaja nas minhas lembranças, que desperta minha saudade, que acorda meus sentimos e adormece...adormece em mim !
Porque não te ter é como rio sem mar, areia sem praia, chuva sem frio...porque não te ter é noite escura, rua deserta, vento sem folhas, domingo sem sol...porque não te ter é dança sem ritmo , versos sem prosas...porque não te ter é pássaro na gaiola, verde sem mato, sede sem água...porque não te ter é beijos sem gosto, abraços sem calor, pierrô sem colombina...porque não te ter é barco sem remo, flores sem cheiro...porque não te ter é tarde sem músicas, noite sem sonhos, madrugadas frias...jogador sem bola, cantor sem violão.
Porque não te ter é poeta sem poesias, palhaços sem sorrisos...eu, só...solidão !
Sempre que me acordo sinto teu cheiro em mim é que fica sempre um pouquinho da noite que sonhei com tu.
Quando a noite se entrega ao silêncio e portas são fechadas meu coração se abre a magia dos sonhos e ilusões. Te cavalgo, viajo no teu corpo...te domo em pensamentos.
Fim de tarde
Noite aponta
Lá vem saudade,
E hora de ir
Fico só,
De novo
Bate tristeza,
Falta o sono
Frio,
Abandono.
Tarde finda,
Sol se vai
Restam
Lembranças
Versos
Sonhos...
A noite nem sempre é uma criança
As vezes até pode ser,
Mas não, inocente.
Por vezes,
É pesadelo,
Solidão
Fim de tarde
Sorrisos que se vão
Resta a espera
De um novo dia
Pra de novo
Sentir a música
Viver os sonhos,
Navegar, na ilusão.
Esperar a hora
De ouvir passos,
Disfarçadamente
Olhar nos olhos
Saciar a saudade
Alimentar, a paixão.
Samba a noite no frio da madrugada, na minha saudade passa cheiros deixando teu perfume e levando de mim...nada, do que ficou de nós.
E a primavera me puxou pelo braço...e a noite me pegou sorrindo. Tão belo feito o dia, tão lindo quanto o mar...são ventos, flores e poesias. Me entrego, me dou...sem medidas, sem hora, sem caso certo faço amor.
Pensamentos
te colam em mim...
música no ar,
fim de noite.
Vem tua voz
teu cheiro
tua lembrança
perturba,
mexe e remexe
meus poros
minha pele
arrepios...
eu, a procura de tu !
A noite atormenta-me
de um lado para o outro
me viro e reviro no avesso de mim
tentando arrancar
apagar,
momentos desejados
sonhos perdidos
loucos...
são quentes desejos
nas veias do meu corpo
na pele,
em caminho proibido
oculto
guardado, escondido.
São arrepios que tocam
prazeres sentidos,
tudo juntos
sonhados,
em um mesmo lugar.
Noite. Frio, lareira
corpo pede fogo
quente,
vem teus olhos
vem tua voz
pássaro canta, voa.
Leva, ao longe sinto...
sonho,
pele cobre minha pele
voz,
cobre meus ouvidos
chega a madrugada, peço arrego
colo
chamego,
longe estás...
outros braços, aquecem
outra boca,
cola, cala...
Tu, tão longe
distante !