Nobre
Não há nada que seja tão bonito quanto o olhar misterioso de uma mulher desenrolando segredos insondáveis. Não há nada que seja tão apaixonante quanto o calor envolvente do seu corpo nu nos conduzindo para as fantasias antes não conhecidas. Não há nada que faça nos perder tanto quanto os seus desejos libidinosos nos conduzindo aos misteriosos e delirantes êxtases de uma noite cheia de segredos.
Ela fala de amores perdidos e desejos encontrados,
da solidão que vem à sombra, e os beijos quentes
deslizando pelos corpos em uma carícia ardente!
Ela fala de noites d’amor e palavras obscenas
em horas felizes, em que os corpos s’encontram
e nada deixam ao saírem; são horas,
onde o deleite, bocas, mão e carícias
despertar vão a memória e a pele macia!...
(Álvaro Nobre Junior)
E andar levando o vazio no peito
e a ânsia que me impulsionando vai
nas intensas angústias de não viver!...
É que de delírios preciso, e de fortes sentimentos,
e loucos pensamentos, e arrebatadoras histórias viver,
sentir-me vivo na labareda lúbrica
de um tornado em fogo!!...
O amor é simples. O sentimento é a música que embala os passos do desejo. O amor é o cavaleiro, o desejo é o cavalo e, em sincronia, vão cavalgando a noite dos mistérios e desvendando os segredos que ainda não foram vividos.
Brigo mesmo pelo que eu acredito, meto o dedo na cara e quebro os obstáculos se for necessário. Não sei rir baixo, não gosto de mentira e hipocrisia. Gosto de falar a verdade. Amo a minha liberdade e não deixo ninguém interferir na minha vida.
Não adie as coisas por desejar o melhor, pois em cada minuto o melhor tem estado a se aprimorar.
Viva a vida! a maldade existe e é uma escolha o fazer.
Sorrio aos mortos e enterro os vivos
como um objecto escuro
por que rodaram mãos e jeitos de luz.
Vivo como se não estivesse aqui
roupa leve como na vida.
E vou da primeira à última batida
na respiração de um pulmão doido.
Aprendi a tranquilidade de passar sobre os dias
com o domínio de um coração baixo.
De me perturbar menos a posição astrológica
de certas palavras no coração do verso.
Corrijam-me se estiver errada
mas a razão comovida de tudo
podia começar por aqui.
Agradecer aos destroços, abrir lume,
destinar-lhe estas últimas sete palavras.
Ser convicto enfim mesmo sem saber como.