No meu quarto
Estou sozinho no meu quarto...
Janela fechada, porta trancada
E as únicas coisas que ligo lá fora são para a Lua e para ela.
Todas as manhãs são iguais
Todo dia quando acordo
Olho pela janela do meu quarto
Sem querer olho o céu e o sol
Vejo tudo em que passo os olhos
Tua face, teu semblante...
Teu rosto, tua imagem e a lembrança
De um beijo vem...
Lembrança de um regalo
Com afagos de carinho e solidão
Então fica a pairar no ar
Como sinos a badalar
Corações, não conseguem esquecer
De uma flor que ficou fechada
Para o amor que não desabrochou
Ficou fechada para o amor
Que quando se quis desabrochar
Viu seus sentimentos
No reflexo do espelho e teve medo
Infância
Foi mágica da infância, da janela do meu quarto
não sabia assim tão bem , como era do outro lado.
Debruçada na janela, sempre sonhava um bocado
mas não sabia de nada, da vida do outro lado.
Tudo parecia tranquilo,
naquele meu imaginar,
pessoas boas felizes,
sempre vivia a sonhar.
A vida era dosada, luxo nem podia pensar
vestidos de seda, mamãe não podia me dar.
Sabia que existia, no meu inocente sonhar
só não podia tocar, muito menos usar.
Mas a vida era feliz,
eu conseguia sonhar,
os beijinhos da mamãe,
tudo podia amenizar.
Nada lá me faltava, tinha onde brincar
rua branca e macia, com areia para pisar.
Campinho de futebol, em frente meu lar
um lugar interessante, pra poder brincar.
Era linda,
minha terra,
meu cantinho,
meu lugar.
Um rio maravilhoso, onde eu podia nadar
com árvores frondosas, uma beleza de lugar.
Com margens enfeitadas, o rio sorria pra mim
eu com os pés na chão, ficava mais um "poquim".
Mas um “poquim” mamãe!
Eu sempre falava assim,
e acabava mergulhando,
banhando mais um "poquim".
A noite era alegria, a vizinhança à conversar
a meninada reunida, pular, brincar, gritar!
De repente aquela música, era do cinema
indicava que era hora, do filme começar.
As horas iam passando,
o povo ali conversando,
a meninada brincando,
e minha vida mudando.
Era menina morena, com pés no chão eu corria
simples assim era feliz, desse jeito eu crescia.
Cabelos negros ao vento, minha infância vivia
crescendo ficando mocinha, eu nem percebia.
Da vida da janela
à rua que eu conhecia,
brincando e sonhando,
eu mudava como a lua.
Saudades da terrinha, onde pude sonhar
de pessoas amigas, com quem pude partilhar.
Dos amigos de infância, das pessoas do lugar
do cheiro de terra molhada, era marca do lugar.
Lua
"Tem noites que perco o sono,
Abro as janelas de meu quarto,
e fico olhando pra lua.
Tão linda, tão solitária...
Me faz lembrar de mim.
Perguntas passam por minha mente
O que a lua tem demais?
Por que me fascina tanto assim
Meu encanto por ela vem desde cedo
Desde os tempos de inocência...
Quando ainda menina sentada na janela
Passava horas sendo seduzida por seu brilho,
O que há entre a lua e eu?
Tantos sonhos, milhares de segredos
Quantas confissões já lhe fiz,
Tantas promessas foram feitas sob a
luz da lua...
Em noites de insônia, a lua minha fiel e
única companhia...
Guardiã de meus desejos mais profundos,
Conhecedora de meus sonhos.
O tempo passa...
Envelheci! Mas a lua ainda tão igual,
dos meus tempos de menina.
Ainda guardando meus sonhos, acariciando
meu rosto com seu brilho.
Eu mudei! Mas você majestosa lua ainda
mantém o mesmo brilho.
Ainda guardando meus segredos...meus sonhos de menina ainda mantenho contigo.
Continua me seduzindo, me fascina com seus encantos...
E eu ainda não recebi nenhuma resposta... O que tem entre Você e eu."
-Roseane Rodrigues
É estranho a dicotomia de ideias, em si seguro em meu quarto mas os suores inebriantes denunciam-me tornando-se em um filme de suspense cheio de manias.
E no meu quarto observo as janelas de outro mundo,extasiado estou dentro de uma bolha que me asfixia com seu perfume.
No silêncio do meu quarto, sinto apenas as lágrimas escorrem em meu rosto, a espera de um amor que não sei onde está..."
Refletindo.. deitado em meu quarto.. me perco nas hipóteses que poderia ter vivido, no prazer que poderia ter sentido.. caso tivesse insistido.
Você foi embora sem se despedir. Da janela do meu quarto ainda te vejo caminhando pela rua.
A cada passo seu, observo nossos momentos desprenderem das árvores e cairem no chão feito as folhas amareladas no outono.
O vento sopra para longe nossos sonhos que você foi jogando fora pelo caminho.
A medida que caminha posso ver minha sombra abraçada com a sua, como se ainda estivéssemos juntos nessa estrada.
Mas quanto mais você se afasta, sua silhueta parece ser a de uma outra pessoa. Alguém que eu não conheço. E nem conheci.
Te chamo, mas você já não me escuta mais porque está ouvindo uma nova canção.
E no horizonte te vejo pela última vez, dobrando a esquina da vida sem sequer olhar para trás.
Que cresça livre o matagal
Sopre o vento e desafie pássaros
Amanheça amanhã meu quarto escuro
E no silêncio da alvorada
Eu possa sim
Não pensar em mim
Que flua a vida sem direção
Ninguém pode me dizer onde dói
Quando sou eu sentindo a dor
Liberdade
Nem sempre é queda livre
Por mais que eu caia
Jamais saltei de tão alto
Fazer tudo que tem vontade
Não é liberdade
Que cresçam livres as flores
Recomece a vida
Não há nada além de nada
Sopre livre o vento
Lentamente eu me levanto
Abro a janela
Entre a luz na minha vida
Que cada amanhecer
Seja sem dor nem despedida
A vida é composta de tempo
Não é todo mundo que aprende
Mas a solidão da noite ensina
Que toda escuridão termina
Pois quanto mais se escuta
Mais encontra luz no silêncio
Edson Ricardo Paiva.
Eu fecho a porta do meu quarto e já não me importa mais como as coisas estão.
Sempre foi assim, o meu quarto sempre costumou ser meu refúgio.
''Mas mudamos. Sim ou claro, isso é uma certeza. Não gosto mais tanto do rosa do meu quarto, como eu gostava quando ele tinha acabado de ser pintado. Meu par de sapatos velhos, continuam guardados na caixa, mesmo que eu não os use nem em casa. Meus ursinhos de pelúcia, ainda não tive coragem de dar pra ninguém, porque ainda são meus. Sinto falta dos meus moletons, mas não os usaria nem pra ir na esquina. Pensamos que a idade nos amadurece, mas o amanhã aos poucos dilacera um pouco do que fomos ontem."
Eu gosto do meu quarto
Do meu desarrumado
Ninguém sabe mexer na minha confusão
É o meu ponto de vista
Não aceito turistas
Meu mundo ta fechado pra visitação
Coisas que eu sei
O medo mora perto das idéias loucas
Coisas que eu sei
Se eu for eu vou assim não vou trocar de roupa
É minha Lei ♪♫
Me volto a um quadro exposto na parede cinza do meu quarto, noto uma pessoa amarelada, sem cor. Um ser de ombros largos, cabelos indomados e boca pálida me observa com um olhar negro e fundo. Escuto ao fundo um eco de bater de porta e me dou conta que essa obra não passa do meu próprio reflexo. Logo, contemplo o retrato da mudança que o tempo me trouxe.
As vezes no escuro do meu quarto, na solidão dos pensamentos ou na calada da noite me pego pensando, vendo e imaginando coisas lindas ao seu lado. Mas no meu consciente sei que nada disso que idealizo antes de dormir ou em qualquer momento do meu dia pode se tornar possível.
Sei que o que pra mim são obstáculos, pra você é condição. Eu deveria apenas te entender e apoiar, mas os meus sentimentos, meu emocional e minhas ações não agem como a minha razão determina. Infelizmente coração é uma coisa onde não tem razão que ganhe. Sentir é bom, mas, apenas quando esse sentimento faz bem. Não adianta só um amar, porque em uma relação onde só um ama, não é relação, é algo diferente e no mínimo inusitado, porque está com a pessoa sabendo que o sentimento dela não é recíproco com você, é a mesma coisa que está se martirizando. Sim, tudo que eu quero é ficar, beijar, viver, amar, abraçar e sentir todos os sentimentos bons e ruins da vida com você. E sim, você é minha vida. Mas do que adianta um só viver, um só ser a vida se pra o outro você não é nada, você não é nem um cabelinho dele? Que amor é esse a ponto de só sofrer? As vezes me pergunto se isso realmente é amor, se eu realmente gosto de você ou se eu apenas me acostumei a sofrer. E juro que uma das coisas que quero é descobrir a respostas para essas perguntas, mas enquanto não acho vou sofrendo, vou achando que estou te amando e te mostrando o meu sentimento, porque quando eu descobrir a resposta e se elas não forem as que eu penso, você vai se arrepender, chorar e correr atrás porque com certeza perderá alguém que mais te amou, valorizou e fez de tudo pra te conquistar. E nesse dia não tem choro nem nada que me faça mudar de ideia porque você me tem na mão agora, só espero que não deixe pra ver isso quando não adiantar mais, porque temos que dar valor as coisas enquanto as temos por perto e não quando elas se vão para longe. Porque pedir pra ficar é fácil, o difícil é dar motivos para que essa pessoa fique.
Tem sido assim ultimamente: eu sozinho, no meu quarto, com uma música, lendo livros, pensando em você, em nós como seria perfeito se estivesse aqui comigo.
"Não pensei duas vezes, fui até meu quarto, peguei a arma e segui em passos lentos até o quarto dele... Só me lembro de ouvir dois disparos e ficar tudo escuro, apos alguns minutos recobrei a consciência e me vi entre o sangue de dois corpos"...
O meu escritório é o meu quarto e as minhas ferramentas são papel e caneta para executar as minhas inspirações no que realmente me importa;
Nem um segundo a pensar sem algum conteúdo, porém quando você se aproxima minhas inspirações ganham um motivo singelo para se retratar com certo sentido;