Nevoeiro

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ELA VOLTOU... A GAROA VOLTOU NOVAMENTE...
Hoje o sol surgiu na Capital paulista, meio tímido, mas ao menos apareceu, porém, não ficou muito tempo e se escafedeu, encoberto pelas nuvens ameaçadoras. A senhora que aguardava o ônibus desdenhou: " - Quem tem medo de nuvens? Eu temo trombadinhas motorizados." Ergueu o queixo, cruzou os braços e me deu as costas. Respirei fundo, resisti alguns segundos, contando até 10. E respondi: "Quem não tem guarda-chuva tem medo de chuva. Quem tem celular tem medo de trombadinha. Assim caminha a humanidade, nesta cidade. Sem dó nem piedade, pro marginal tua vida vale a metade." Ela se voltou, soltando chispas pelo olhar. Felizmente o ônibus chegou e ela se foi. E eu fiquei a relembrar os anos 50, 60, quando no outono e inverno a névoa úmida dominava as madrugadas. O sol só aparecia depois das 9 horas. E pontualmente às 15 horas a garoa se apresentava, por vezes seguida de densa neblina. Bons tempos. Mas este ano São Pedro nos pregou uma peça: o verão veio fantasiado de outono-inverno. Será a nova moda?
(Juares de Marcos Jardim - Santo André / São Paulo - SP)
(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)

Inserida por Superjujar

⁠Talvez sonhasse...
Com um mundo mais culto ...
Porém menos chato...
Com pessoas que exercitassem o cérebro...
Com o mesmo afinco que fazem com seus músculos...
Diante os espelhos...
Entre as latrinas...
Nós diversos banheiros...

Ranger de nevoeiro...
Terra de escravos...
Roupas justas...
Espíritos vazios...
Para que prego?
Para quem falo?

No fundo da virtude...
A terra é triste...
Olhos opacos...
Sorrisos sem graça...
Mãos que gesticulam...
Sem nenhuma dádiva...

Tempos estranhos...
Tempos esquisitos...
E eu que a tudo observo e sinto...
Fico perdido...
Não me acho...

Eu cavo na vida a semente da libertação...
Esquivo- me de falsos abraços...
De nojentos apertos de mãos...

Partes perdidas de um só...
Que a razão despedaçou...
As aparências tornaram-se mais importantes...
Todos querem respeito...
Anseiam ao amor...
Mas estão todos perdidos...
Caminhando em direção ao abismo...
Cada um por si...
E tão só...

Deixo no ar...
Atrás de mim tão distante...
Os desejos de uma vida mais simples...

Plantar...
Cultivar e colher...
A verdade...
A sinceridade...
O amor tão escasso...
Hoje fadado ao fracasso...

Não há como encher a taça...
Tudo perdendo a graça...

A inocência é corrompida...
A dúvida disfarçada e mais sentida...
O purgatório decorado...
O túmulo é bem caiado...
Mas por dentro...
O mais fétido excremento...

Envelhecer é triste...
Não há novidade...
Tudo é tão repetido...
Até os sentimentos...
Nada se encontra...
Tudo é outrora...
Tudo já é perdido...

Há uma vaga brisa...
Soprada pela esperança de anos vividos...
Doçura dolorosa...
Independência da alma...
O mistério alegre e triste de quem chega e de quem parte...
De que sorri...
Enquanto a alma chora...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠Um lindo sorriso aberto
que afasta a tristeza
de um jeito preciso
semelhante a raios de sol
no meio de um nevoeiro
como se dissessem "não desista" causando um alívio nos lamentos.

Inserida por jefferson_freitas_1

⁠Na vida sou mais um passageiro.
A viagem é minha, mas é Dele o roteiro.
Então, nem me importa o nevoeiro.

Inserida por wiliam_oliveira