Nevoeiro

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Faça como um velho marinheiro, que durante o nevoeiro leva o barco devagar.

O hoje é meu. O amanhã não é da minha conta. Se eu insistir em tentar olhar pelo nevoeiro do futuro, vou estragar meus olhos espirituais e isso impedirá que eu veja claramente o que é exigido de mim agora.

- Uma definição

amor é uma luz à
noite atravessando o nevoeiro

amor é uma tampinha de cerveja
pisada no caminho
do banheiro

amor é a chave perdida da sua porta
quando você está bêbado

amor é o que acontece
uma vez a cada dez anos

amor é um gato esmagado

amor é o velho jornaleiro na
esquina que
desistiu

amor é o que você acha que a outra
pessoa destruiu

amor é o que desapareceu junto
com a era dos navios encouraçados

amor é o telefone tocando,
a mesma voz ou uma outra
voz mas nunca a voz
correta

amor é traição
amor é o incêndio dos
sem-teto num beco

amor é aço
amor é a barata
amor é uma caixa de correio

amor é a chuva sobre o telhado
de um velho hotel
em Los Angeles

amor é o seu pai num caixão
(aquele que te odiava)

amor é um cavalo com a perna
quebrada
tentando se levantar
enquanto 45.000 pessoas
observam

amor é o jeito que nós fervemos
como a lagosta

amor é tudo que nós dissemos
que não era

amor é a pulga que você não consegue
encontrar

e o amor é um mosquito

amor são 50 lançadores de granada

amor é um pinico
vazio

amor é uma rebelião em San Quentin
amor é um hospício
amor é um burro parado numa
rua de moscas

amor é um banco de bar vazio

amor é um filme do Hindenburg
se retorcendo
um momento que ainda grita

amor é Dostoiévski na
roleta

amor é o que se arrasta pelo
chão

amor é a sua mulher dançando
colada com um estranho

amor é uma senhora
roubando um pedaço de
pão

e o amor é uma palavra usada
muitas vezes e
muitas vezes
cedo demais.

tarde cinzenta
o nevoeiro
pulveriza o pinhal

A minha vida é como a noite, fria sombria, coberta por um nevoeiro. Onde as vezes posso ver a luz do luar no ceu por alguns instantes. É uma lua cheia, uma lua tão grande que as vezes acho que posso toca-la. Mais quando meus olhos brilham com o reflexo do seu brilho e minhas mão parece alcança-la, vem o nevoeiro e a esconde.
Voltando tornar a noite ainda mais fria e escura, e no meio dessa escuridão me bate um vazio, que me faz a notar que sou apenas um LOBO SOLITARIO, admirando a beleza de um luar, sem ao menos poder toca-la.
Esse vazio não me deixa triste ou alegre, pois meu destino talvez seja como a noite. Onde sempre haverá a luz de um luar e um nevoeiro para encobri-la.
Mais qual dos dois devo contemplar?
A luz de um luar que me faz sair da minha realidade?
ou o nevoeiro que me esconde a lua, para que possa manter meus olhares atento sobre a escuridão da noite?
A lua me paralisa, me fazendo sonhar e querer realizar coisa que talvez não seja capaz.
O nevoeiro me faz ficar atento, para que não me torne a caça de outras criaturas, e tambem para que eu possa atacar minhas presas com precisão sem que ela notem minha presença.
Assim sou eu, um lobo solitario,vagando pela escuridão de uma noite fria, procurando as vezes alcançar a lua, que me faz sonhar coisas talvez impossiveis para um simples LOBO, e tentando manter-se vivo em um lugar que apenas os mais fortes conseguem sobreviver.
Pois a vida é assim como uma noite fria e sombria, onde temos sonhos, mais temos que manter-se atento para tentar se manter vivo.
Sou mais um LOBO SOLITARIO, que as vezes precisa de sua alcateia, mais a maioria do tempo prefere vagar dela noite sozinho.

É Preciso

É preciso furar o nevoeiro
é preciso espreitar além do escuro
é preciso ser forte e ser inteiro
é preciso ter crença no futuro.

É preciso tentar chegar primeiro
é preciso ser livre e ser seguro
é preciso ver longe e ser certeiro
é preciso arriscar saltar o muro.

É preciso ser lúcido e sonhar
é preciso ter asas e voar.

Nevoeiro

Entre o cais de partida e o de chegada
deste mistério a que chamamos vida,
olhando em volta não se vê mais nada
que o nevoeiro da despedida.
Mal se nasce, inicia-se a contagem
do que temos de deixar
ao longo da viagem.
São contas de sumir, não de somar,
mais de perder do que de achar.
Mas não se tira vantagem
do que lançamos ao mar
e para se ser livre e ser inteiro
importa ousar romper o nevoeiro.

Me senti pesado, como se tivesse devorado um nevoeiro de nostalgias nunca sepultadas por completo. Eu derramava novamente as lágrimas que o passado refletia em meus olhos.

Entre o nevoeiro da madrugada fria, o barulho
Da solidão se encaixa sobre o sereno e o céu
Escuro e um imenso vazio, deparo me sobre um
Banquinho de madeira e uma casinha no quintal,
Onde a fumaça do meu cigarro toma conta ao
Meu redor e a minha única certeza, é que eu ainda
Estou aqui.

Esse mundo levou meus sonhos,
Em troca preencheu com um nevoeiro que
Espalha e contamina meu coração de tristeza e dor.
Não tenho esperança e nem consigo imagina,
As pessoas distribuindo flores,
Só vejo flores apenas em enterros,
Uma mãe que chorar pelo seu filho,
Que foi crucificado pelo sistema do estado,
Que dizia que ele estava errado.
Eu queria que não fosse verdade,
que fosse apenas fruto da imaginação,
mas fazer um que vamos seguir em frente,
vou seguindo sem um plano em mente,
até que chegue a morte e me leve para o mundo de esquecimento.

O nevoeiro espesso turva a visão,
as pedras machucam os pés,
os espinhos ferem as mãos...
Caso eu me entregue à revolta,
peço-te Senhor, ensina-me a ser como o riacho
cujas águas deslizam entre os seixos
e se entregam docemente ao mar.
Cika Parolin

Quando o nevoeiro cercar a senda do teu pensamento, guia-te pelo farol da tua reflexão.

"Levantar âncora"
Afasto-me desse nevoeiro
Avisto o longo horizonte
E gosto muito de navegar
Mas não apague seu farol
que eu ainda preciso de um
porto seguro pra voltar

Hoje o dia amanheceu
Com nevoeiro.

Ainda ontem tudo era claro
Triste, mas claro.
Estranho!

Hoje, nessa neblina
Nada é muito certo
Os caminhos meio escuros
Mas o dia parece mais leve
Parece mais alegre.
A névoa não me deixa
Enxergar exatamente o que está a frente
Mas hoje...

Hoje essa névoa
Se chama Esperança.

Não te cantarei Rei do nevoeiro se não te amar na noite densa...

vem nevoeiro,tudo abarca
apaga marcas,parcas lembranças
anuviadas,de cegas vistas
pistas deixadas varrendo rastros
mastros sumidos da vista ao longe
que não guardaram lembranças minhas
agora eu olho para o Sol
para imprimir a sua imagem
como a atestar sua passagem
e lá se vão as alcatéias
que dominaram tantas vidas
além das que abreviaram
fechei meus olhos,já me deixaram
termina sonho,começa vida
está num ponto em que é dividida
onde começa a eternidade
também terminam as ilusões
sou figurante em meu próprio sonho
ao qual sonhei por vontade alheia
testemunhando algo sem tamanho
sob meus pés não existe areia
não há mais mundo,não há mais nada
só o julgamento de um crime antigo
não ganho nada,sequer castigo
agora eu olho para o Sol
para imprimir a sua imagem
como a atestar sua passagem

Olhos de Flores

Suas flores nascem no verão. Suas flores são olhos claros de neve. Nevoeiro onde resplandece o luar. Seus galhos são verdes. Verdes verdeiros.
Seu cheiro remete aquele outono. Outonando entre as trincheiras do sertão. Aquela menina de azul sentada no portão. Com olhar vislumbre em meu coração.
A seca me trouxe perguntas.
Mas também desilusão.
Acabo refletindo os cactos no chão. Folhas secas de um outono do lampião.
Almas perdidas no meio do verão. Terra seca nesta imensidão. Perdi-me, onde?
Não me encontrei em meio à multidão.
Uma árvore ali crescia.
Seu caule espesso como a seiva. Esperança surgia em cima de cristais.
O mar no horizonte com notáveis tons terrais.

⁠Como leão
Na multidão
Diante de muito ego
E solidão

O raiar do sol como clarão
O nevoeiro na escuridão
Diante de muita chuva
E insolação

O pular das ondas na imensidão
No mar do guardião
Diante de muita água
E consolação

Tu vens
Tu vais
Tu ias
Tu, mas só tu

Transeunte
Da vida
Das estações
Da equipe do metrô

Eram tantos
Falhos
Falantes
Inquietos
Corridos

Dos algozes
Dos albatrozes
Dos abutres
Das vozes

O soar
O ressoar
O verbalizar
O falar

O nada
O tudo
O início
O fim

É chegada a hora
Do banho de mar
Para alinhar
O caminhar

Dos nós
De nós
A sós
E sós
Como nós

⁠A esperança dissipa com graciosa desenvoltura o nevoeiro d’alma

⁠Após uma chuva forte,
as folhagens ficam mais vivas,
as raízes ficam mais fortes,
o nevoeiro se dissipa,
portanto às vezes,
um pouco de desordem
traz ordem para a vida.