Neve
A perfeição é horrível, ela não pode ter filhos.
Fria como o hálito da neve, ela tapa o útero
Onde os teixos inflam como hidras,
A árvore da vida e a árvore da vida.
Desprendendo suas luas, mês após mês,
sem nenhum objetivo.
O jorro de sangue é o jorro do amor,
O sacrifício absoluto.
Quer dizer: mais nenhum ídolo, só eu
Eu e você.
Assim, com sua beleza sulfúrica, com seus
sorrisos
Esses manequins se inclinam esta noite
Em Munique, necrotério entre Roma e Paris,
Nus e carecas em seus casacos de pele,
Pirulitos de laranja com hastes de prata
Insuportáveis, sem cérebro.
A neve pinga seus pedaços de escuridão.
Ninguém por perto. Nos hotéis
Mãos vão abrir portas e deixar
Sapatos no chão para uma mão de graxa
Onde dedos largos vão entrar amanhã.
Ah, essas domésticas janelas,
As rendinhas de bebê, as folhas verdes de confeito,
Os alemães dormindo, espessos, no seu insondável desprezo.
E nos ganchos, os telefones pretos
Cintilando
Cintilando e digerindo
A mudez. A neve não tem voz.
Eu beijei a lua um milhão de vezes
Dancei com os anjos no céu
Eu vi neve caindo durante o verão
Senti a cura dos poderes supremos
Eu vi o mundo da montanha mais alta
Experimentei o amor da fonte mais pura
Eu vi lábios que despertam desejo
Senti borboletas (calafrios) centenas de vezes
Eu até já vi milagres
Senti a tristeza desaparecer
Mas eu nunca tinha visto nada como isso
Que me impressiona como você faz
Você me alegra quando eu me sinto triste
Me toca profundamente, me toca certo
Você faz as coisas que eu nunca fiz
Você me faz ser perigoso, me faz ser selvagem
Porque, querida, você é meu número um
Eu te vi em um sonho perfeito
Eu vi o sol fazer amor com o mar
Eu beijei a lua milhões de vezes
Dancei com os anjos no céu
Eu até já vi milagres
Vi lágrimas desaparecerem
Mas nunca tinha visto nada como isso que me impressiona como você faz
Ela é fria como neve, seca como o deserto, e malvada como um vilão. Mas amo ela desse jeito... Então agradeço por existir, obrigado!!!
O tempo cobre o chão de verde manto, que já coberto de neve fria, e em mim converte em choro um doce canto. E afora este mudar-se a cada dia, outra mudança faz de mor espanto: Que não se muda já como soia.
“Quando cai a neve e os ventos brancos sopram, o lobo solitário morre, mas a alcateia sobrevive”. — Sansa Stark
É como um globo de neve: por um momento, tudo fica de cabeça para baixo e tem purpurina por toda parte e parece até magia, mas logo tudo se acomoda e volta para onde deveria estar.
A Branca de Neve comeu uma maçã e encontrou o seu príncipe, a Bela Adormecida apenas dormiu. A Cinderela foi ao baile, a Rapunzel deixou os cabelos crescer. E tu já dormiste, já comeste a maçã, já foste a mil festas, já deixaste o cabelo crescer e nem o sapo tu quiseste.
"Aqui não é conto de fadas
Branca de neve muito menos Cinderela
Monstros não vivem debaixo da cama
Eles dormem em cima dela"
Está ouvindo neve contra as vidraças? Soa tão agradável e suave! Como se alguém estivesse beijando a janela toda do lado de fora.
Um quadro de minha existência mostraria uma inútil estaca de madeira coberta de neve, cravada, numa escura noite de inverno, inclinada e sem muita firmeza, num campo lavrado à beira de uma imensa planície.