Nene Altro
No peito grita minh'alma, que transborda quando canto. Entrego-me visceral, sem amarras, à partilha. Meus amores, meus prantos, meus calores, meus encantos. Errante, meu coração é aberto, queima e não cicatriza.
Jamais esqueça: o amor deve guiar. Mesmo que entristeça, mesmo que esmoreça, sua luz é seu lugar. Larga das amarras do rancor e do pequeno, e deixa que o amor vença as garras do veneno. E se lhe falta esperança, alimenta a confiança, no amor que lá está. Sua luz, sua mudança. Teu farol, tua lembrança, que ele sempre vencerá.
Sê-de a luz a iluminar-te o caminho. Que até o sol, por vezes esconde-se, e a lua perde-se à neblina. Nos mergulhos profundos, sê-de teu anzol. Nos mares escuros, sê-de teu farol. Por quanto te mantiveres consigo, não há relento sem abrigo. Por quanto firmastes teu brilho, não há o intransponível.
Bom dia amores, que até o inverno traz flores. Rosas negras, cotovias, vida cheia de sabores. Vento leve esfria a face às rapinas tão selvagens. Sopro raso de rebojo a que a água cobre as margens. Outro dia, cotovia, outro dia, alegria. Sê-de inverno, sê-de mundo, horizonte, céu ao fundo. Eu respiro, eu existo, não me rendo, eu insisto. Que onde há luz também há sombra e onde há inverno faço ronda.
Foi apenas quando aceitei que não encontraria paz em nada que pudesse conhecer no mundo, que abandonei o peso, dei adeus a ansiedade e a frustração e que, mais leve e distante de grandes buscas, passei simplesmente a experienciar a simplicidade da vida e, sem procurar, a encontrei.
Ontem mesmo, achava que sabia dirigir a jornada e, por décadas, lutei com a frustração de sempre estar errada. Porém, a saga do desvencilhar-me de expectativas, trouxe-me muitos aprendizados que, inclusive, foram fundamentais para a construção desse momento presente. Portanto, sou grata também a meus pensamentos ingênuos. Hoje, olhando os pássaros despreocupados brincando em meu jardim, fiz yakisoba escutando Phil Collins. E ficou muito bom. Paz na alma é tudo.
Depois que aprendi que, nesta vida, não se morre apenas uma vez, perdi o medo da morte. Entendi que, da mesma forma que o corpo físico, quando morre e se deteriora, transforma-se em parte da terra e dá vida a outros organismos, a morte de ciclos, escolhas, verdades, personalidades ou de posturas perante a própria vida, inevitavelmente faz nascer um novo capítulo e novas possibilidades. E também que, com a superação dos apegos emocionais, o fim de algo em nós que não mais nos serve amplia a gama de realidades possíveis dentro da breve passagem pela existência.
Na montanha russa da vida,
quando árduo parecer o adiante,
lembra que és carro, estrada infinita
e a própria montanha gigante.
Verdade que o mundo é carro descontrolado. Porém, também verdade, escolhe-se quem viaja ao lado. A turbulência do mundo já exige atenção demais para optar por displicência a afastar-se de sua paz.
Independentemente do elemento algoz ser um fator externo ou tua própria agonia, aprenda a observar seus sentimentos antes de aceitá-los como determinantes imperativos de suas reações. A mente é um mecanismo de teu corpo físico, não o que você realmente é. E a perturbação mental, a permissão da desarmonia desse aparelho, é opcional, portanto, disciplinável.
O "não consigo" é o conforto mais desconfortável do auto claustro. E o "eu sou assim" o alimento do que te enclausura.
A vitória é inalcançável para quem não entende que ela não se dá com a conquista de um objetivo desejado, mas é um estado de espírito. Vitória não se tem, se é.
Tudo na vida são escolhas. E,
por mais amor que tenhamos,
não podemos fazer escolhas
nas jornadas Ímpares de outras
pessoas. Cabe a nós apenas
respeitar e desejar amor e
felicidade.
Cada pessoa conhece seu mundo da
maneira que o enxerga. O conflito de
realidades é a causa da turbulência. É uma das poucas coisas frente a qual não nos restam saídas que não desistir. Aceitar e encerrar é uma benção.
O QUE ACONTECEU?
Eu queira saber por que você mudou
Porque você se distanciou
Do teu coração você me excluiu
Nem disse adeus e sumiu
Você sabe que todos temos algum defeito
Que ninguém é assim perfeito
Deixa-me apenas saber o que foi que aconteceu
Não posso fingir que não doeu
Não ver você passar
Nem poder mais te abraçar.