Nem sempre
Já escrevi e estou sempre disposto a voltar a escrever o seguinte, que se me afigura de uma evidente verdade: "É com os bons sentimentos que se faz a má literatura." Nunca disse, nem pensei, que só se fazia boa literatura com maus sentimentos.
As pessoas que cedem e concordam com tudo são sempre as mais saudáveis, as mais belas, e de figura mais harmoniosa. Basta alguém ter um defeito para ter a sua própria opinião.
A experiência sempre demonstrou e a razão ainda demonstra que as coisas que dependem de muitos nunca terminam bem.
O esforço dirigido a um objetivo tem sempre por prémio, com a consecução daquilo a que se aspira, a satisfação que o triunfo proporciona.
O que deve consolar um marido enganado pela mulher é que fica sendo sempre o dono de um prédio do qual os outros têm apenas o usufruto.
As pessoas acham sempre que precisam envelhecer para se tornar sábias; mas, na verdade, com o passar dos anos, acabam por se ocupar em manter-se tão sábias quanto eram antes.
Os pequenos fatos inexplicados contêm sempre algo com que deitar abaixo todas as explicações dos grandes fatos.
É sempre bom aprendermos, mesmo com os nossos inimigos; raramente é bom arriscarmo-nos a instruir, mesmo os nossos amigos.
Os jovens sempre tiveram um problema: como é que é possível rebelarem-se e enquadrarem-se ao mesmo tempo? Agora parece que o resolveram: desafiando os pais e copiando-se uns aos outros.