Navios
A LIBERDADE D´ÁFRICA FORA VENDIDA.
I POEMA
No dia em que a liberdade foi embora,
Longos navios de silêncio encheram a casa, tão grande, tão vasta!
Todos os gatos da vizinhança lacrimejaram rios caudalosos,
Comiam cogumelos e varriam as cascatas dos cemitérios
Com agudas lâminas de tédio, sobre a presença de uma mão partida.
Foi preciso perder de vista as crianças que brincam: liberdade do querer.
A cobra branca passeia fardada à porta das nossas cubatas,
feitas para perecer.
Derrubaram as árvores de fruta-pão, e sempre que uma ave parte:
nunca sei para onde.
Para que passemos fome vigiam os caminhos
receando a fuga da autonomia do fazer.
Quando a liberdade é vendida pelo tio, oh!
A tragédia já a conhecemos: a cubata incendiada!
O telhado de andala flamejando e o cheiro do fumo misturando-se,
Ao cheiro de andu e ao cheiro da morte prematura imediata (...) vi a liberdade.
Sob o céu de Brasília, as nuvens flutuam,
Lentas e majestosas, como navios no mar,
Cobrindo a cidade em um manto de sombra e luz,
Que nos faz sonhar com um mundo novo a desbravar.
Nessa cidade planejada, onde o concreto é rei,
As nuvens nos lembram da imensidão do céu,
E nos convidam a olhar além dos prédios e avenidas,
E a buscar novos horizontes, novos sonhos a alcançar.
Elas são como um espelho, refletindo nossos pensamentos,
Nossas esperanças, nossas angústias e nossas dores,
E nos lembram de que, assim como elas, somos passageiros,
Nessa jornada chamada vida, que é cheia de amores e dissabores.
Mas mesmo que o tempo passe, as nuvens sempre estarão lá,
Silenciosas testemunhas do passar dos dias e das estações,
E nos lembrando de que, em meio à correria e à pressa,
É importante sempre olhar para cima, e ver a beleza das criações.
Apenas navios fantasmas carregam correntes. Liberte-se das fantasias e zarpe em direção à liberdade autêntica.
Série Minicontos
TRÁFICO HUMANO
Os pacientes dos navios negreiros, sossegados em meados do século XIX, materializa-se nos camburões da atualidade, sob a égide do discurso formal...
As mulheres são navios:
elas sempre estão pensando
em ir embora
mesmo que tenham de enfrentar
Netuno, o rei dos mares.
As mulheres tem ancoras
que as prendem na areia:
filhos, casa, família
mas seus olhos estão sempre
sonhando com um mundo sem horizontes.
Quando as mulheres cortam as ancoras
não pensem que voltam atrás:
vão para longe
bem longe
navegando no alto mar!
É o olho que tudo vê, eu olho e só vejo views; no olho do vendaval, o povo a ver navios. Na era da fake news, Matrix destrói o Neo.
Bem-vindos ao Brasil!
Vinda do continente africano nos navios negreiros
O primeiro caso de dengue no Brasil
Ocorreu no Recife em 1685
E desde aquela época sofremos as consequências do descaso até da população com relação aos cuidados
e prevenção
O coronavirus já chegou dizendo a que veio
E rapidamente relaxamos a precaução, relaxamos a prudência, relaxamos a consciência
Aguardemos as consequências
Os navios embora sejam de grande porte e impelidos por fortes ventos, são dirigidos por um leme muito pequeno, de acordo com a vontade do piloto.
Todos vamos desembarcar um dia no mesmo porto, cada um enfrentando as suas tempestades, precisamos ser fortes!
A nossa vida depende da nossa vontade e a vontade maior de Deus.
Tempestades, navios naufragando, pessoas iguais a máquinas, indo e voltando.
Um mundo, freneticamente, desesperado. Ninguém consegue ver além, além do status, além da foto montada para agradar e além do sorriso que esconde a dor.
Um mundo todo caindo aos pedaços e todo mundo se preocupando com gente que não se preocupa.
De quem é a culpa ?
Nildinha Freitas
A língua é espada longa
a língua é quente de mais
a língua afunda navios
e arrebenta com o cais
A língua é fogo perene
que não se paga jamais
á língua cura feridas
e reanima os mortais.
A íngua quando é discreta
encontra pérolas e corais
desperta a alma do homem
se torna abrigo seguro
constrói ponte e não faz muro
entre humano e animais.
Evan do Carmo
A cova dos leões, os porões dos navios negreiros, os canhões de guerra, as execuções em massa durante o regime nazista e os bolsões de pobreza atuais demonstram que:
Maldade é maldade em qualquer parte, em qualquer idade.
Filhos são navios que vem de longe, nós pais somos apenas porto, onde por algum tempo eles ancoram.
Estamos apenas de passagem nessa vida, por isso somos navios e não âncora. Pessoas entram e saem da nossa vida o tempo todo. Se o tempo levou é porque já te ensinou o que era preciso. Aceita e segue!