Navalha na Carne
“O brilho do sol”
Resgatou o fio de esperança, a navalha na carne que fora minha lembrança.
Respeitou um pedido de misericórdia, levando para longe aquele triste dia de discórdia.
Iluminou o meu orgulho caído, deitado, esquecido, saciando a fome daquele que um dia andou desiludido.
Floresceu a força que nunca atrapalha, criando braços valentes dispostos àquela mitológica batalha.
Levou de repente a noite serena, palavras amenas,a lua que o céu iluminava,deixando uma fala pequena.
Lapidou aquela jóia barata de outrora, dando valor a pequenos pedriscos, detalhes perdidos; o vento lá fora.
Transformou a nascente por detrás daquelas rochas e hoje corro livre e desfaço as amarras de meus pensamentos.
NAVALHA NA CARNE
Uma dor tão pungente
Sinto agora n'alma
É a dor de um amor ausente
Que somente quem a sente
Sabe, não há nada que acalme
Tem-se a sensação
De que se foi enfiado um punhal
Bem no coração
E fica a impressão
De se ter sido cravada
Uma verdadeira navalha na carne...
ELIANE SOUTO
15/05/2017
Direitos Autorais Preservados@
Às vezes é parecido com a suavidade do amanhã, mas a realidade é tão certo como a navalha em carne crua;
Às vezes acreditava em contos de fada, como se improvisava o amor verdadeiro à meia luz em nós estrelas, mas era resquício de um sonho ultrapassado;
O TEMPO
O que é o tempo?
Navalha na carne.
O que são as horas?
Inimigas das crianças...
Mas... O que é o tempo?
Se o tempo sempre corre
Logo, não existe presente.
Existe apenas o passado e o futuro
Futuro...
Palavrinha cheia de incógnitas...
Às vezes lâmina, às vezes pluma.
Tempo...
Linha sem começo e sem fim.
Sem fim? Sem começo?
Horas...
Pra que horas?
Não marca o sol o nascer do dia
E a lua o nascer da noite?
Momentos...
Às vezes festa, às vezes vazio...
Horas...
Pra que horas?
Se elas são nossas grandes e impiedosas inimigas?
Estou quase 10 minutos mais velho...
Desde que iniciei estes meus pensamentos
Logo, o tempo é meu inimigo...
Quer ver-me enterrado na matéria impura, decompondo-me...
Gradualmente, perenemente, implacavelmente, sem sentidos...
Servindo de adubo para outras vidas que reclamam
Em brados, o direito de também existirem.
Somos apenas uma nuvem que passa...
Apenas um instante, na infinitude do tempo, apenas um piscar de olhos...
Trimmmmmmmmmm!
O telefone toca. Levanto apressado, corro. É o amor da minha vida:
— Alô! — Atendo.
— Tô com saudades de você, mor. Vamos sair hoje à noite? – ouço sua petição em melodiosa e cândida voz.
E toda a minha vã filosofia acorda
Avisando que amar é mais importante que envelhecer.
Paciência!!!
é a palavra para o momento:
Quanta "navalha na carne"...
Dessa dor e decepção preciso repousar!
Choro e calo,
calo e choro...
Procuro pelos sorrisos e
abraços verdadeiros,
para a alma se aquietar.
Busco forças nas palavras de Deus:
"TIRAREIS MUITO FRUTO COM A PACIÊNCIA."