Náufrago
Olhos Náufragos
Bem sei que esses olhos náufragos
Querem brilhar novamente
Como um dia já ousaram
Com paixão desesperada.
Sonhavam ser estrelas na madrugada
Mas são tão verdes
Verdes da cor do mar
Acho que as lágrimas que hoje choro
Amanhã vão me inundar.
De que adianta a ética, a etiqueta, a estética...o poema, o problema... se somos náufragos de um mundo caótico onde as lideranças mundiais querem a destruição em massa da humanidade...salve raras exceções...
Entre Dalai e Dali de salvador fico na lama.
Continuo sonhando com a utopia.
Gmcm
Amigo é compartilhar. Momentos e sentimentos. Risos e afagos. Tristezas e náufragos. Ainda compartilhando fotos, vídeos, festas, reuniões, brincadeiras, zueiras em geral. Amizade é realmente colossal.
No mar dos negócios, dois naufrágos não podem se salvar numa mesma "tábua". Sempre procure quem já está no "bote", mesmo que pequeno, e lhe apresente o "mapa do tesouro".
Densa inspiração.
Coisas que me sufocam.
Náufragos!
Os horizontes das palavras são quase que inevitáveis nos declives e nos aclives.
A escada não é horizontal.
Quando andamos horizontalmente nos debatemos com paredes blindadas.
Minha mente pernoita vagando em busca de respostas.
Quando? Quanto? O quê é? E para quê?
E até onde devemos ouvir a barulheira dos tamborins e das marés?
Talvez eu não saiba responder,
Talvez eu não saiba expressar,
Ou sei e tenho receio de me sufocar.
Haverá sempre um aclive acentuado na frente.
Vertical é o rumo do nosso Sol.
Haverá dezenas de labirintos tentando nos engolir sem nos dar o direito de uma liberdade justa.
Densa é essa poesia que me faz rir e chorar por horas.
Muitos nem irão entender.
Teias que entrelaçam,
Galhos espinhosos que nos seguram.
Revoluciona-se o que não se aplaca.
E aplaca-se naquilo que não se revoluciona.
Fugimos daquilo que nos tira da luz.
Trituram-se as pedras afiadas que nos cortam.
Como?
Silêncio!
Ele já diz tudo.
Que eu saiba esse mundo não foi feito com varinhas mágicas.
Bom,
Sempre haverá uma mão que nós segura,
E outra para nos derrubar.
Então!
O silêncio foi a melhor resposta que encontrei nesse meu,
Pernoitar......
Autor:Ricardo Melo.
O Poeta que Voa.
A mulher é como uma pequenina ilha onde cabe toda a beleza do universo.
E os homens, náufragos do amor, disputam desesperadamente um lugar neste pontinho do oceano banhado de sol por todos os lados.
Vê agora a neutralidade deste globo, que nos leva, através dos espaços, como uma lancha de náufragos, que vai dar à costa: dorme hoje um casal de virtudes no mesmo espaço de chão que sofreu um casal de pecados. Amanhã pode lá dormir um eclesiástico, depois um assassino, depois um ferreiro, depois um poeta, e todos abençoarão esse canto de Terra, que lhes deu algumas ilusões.
OLHAR DO GATO
é você que batuca na pele dos náufragos
os toques da Revolução & da Esperança?
é você que distribui casas de caracol
aos perdidos e abandonados na noite louca
para que o abismo seja ouvido acumulando cinzas de estrelas & coroas de lata?
estradas mal iluminadas levam aos portões de paraísos esquecidos
as poucas travessias que restaram
salvam as cabeças dos que planejaram o luxo esquecendo dos semelhantes
como esperar bom senso de quem se doutora para vender o próximo?
como decifrar o olhar do gato frente à espiritualidade
se a vantagem material só interessa
aos que fazem da fraude razão de Poder?
os passos são os mesmos em São Paulo, Dakar ou Pequim
solidão e desvios fazem oportuno o saque
é preciso ligar fibra ótica no coração e aguentar o baque
quem desenha a fantasia do amor decora o horizonte de perlimpimpim
porém, da janela a visão da manhã
é um manto real que enfeita ratazanas
sem nenhum escrúpulo
ou misericórdia que justifique surtos
Náufragos na vida, são os que foram surpreendidos pela tempestade do amor, ficando a deriva no mar da paixão!
NÁUFRAGO
(Poema a 44 mãos)
Itinerante, percorro o mundo.
Mundo mundo vasto mundo. (Carlos Drummond)
Absorvido, dou-me ao trabalho,
contam comigo, não falho. (Millôr Fernandes)
Em breve, vou partir. Mas, neste momento,
de tudo ao meu amor serei atento. (Vinícius de Moraes)
A próxima e longa jornada está para acontecer.
Uma ânsia de estar e de temer. (José Saramago)
O avião decola. No Pacífico, cai de repente.
Inteiro se desata à minha frente. (Carlos Drummond)
Único sobrevivente, chego à praia de claras areias.
Com suas poucas palmeiras, (Castro Alves)
percebo-me só, nesta falsa miragem.
Meu Deus, me dê a coragem. (Clarice Lispector)
Não sei o que faço, se fico,
se desmorono ou se edifico. (Cecília Meireles)
Tudo parece um sonho, em demasia.
Passou-me essa fantasia. (Machado de Assis)
Tenho, ainda, na vida que mareia,
perguntas que insistiam na areia. (Pablo Neruda)
Sem ninguém para aqui amar,
tomarei banhos de mar. (Manuel Bandeira)
Quando tento o fogo, vem o corte, a dor.
Eu sou apenas um pobre amador. (Tom Jobim)
Na ira e na dor, enlouqueço e tudo sai voando.
Almas estão no peito trespassando. (Luís de Camões)
Agora calmo, pego a bola e penso: que assim seja,
a mão que afaga é a mesma que apedreja. (Augusto dos Anjos)
Preciso de um amigo a meu lado.
Não me basta saber que sou amado. (Olavo Bilac)
Penso na minha vida, na minha história,
porque a minha pátria é a minha memória. (Guimarães Rosa)
Escrevo em Wilson o que quero transcrito,
ou aquilo que quer ser escrito? (Sandra Boveto)
Perceba, meu amigo resiliente,
é solitário andar por entre a gente! (Luís de Camões)
Entre tantas dores, traz um sofrido dente
a dor que deveras sente. (Fernando Pessoa)
O tempo passa, e aprendo com muita sobra:
sofrer vai ser a minha última obra. (Paulo Leminski)
O presente é aqui, agora ao meu lado.
Nunca o presente é passado. (Machado de Assis)
Sozinho por anos, vivi bem, vivi são.
Tudo é vaidade neste mundo vão. (Florbela Espanca)
Mas chega. Quero voltar à minha vida
numa fuga para o ponto de partida. (José Saramago)
Pego a frágil jangada e sigo sem norte.
Tudo vem, tudo vai, do mundo é a sorte. (Alphonsus de Guimaraens)
Nas águas, Wilson cai e se vai na incerteza.
Uma névoa de sentimentos de tristeza. (Fernando Pessoa)
E penso: essa bola foi amiga inestimável,
foi tua companheira inseparável. (Augusto dos Anjos)
Ainda que não viva, o que não quero, deixei a masmorra.
Não permita Deus que eu morra, (Gonçalves Dias)
sem que volte para casa.
A falta de sorte é desconcertante, como um náufrago ao mar, em dias tempestuosos, nunca se sabe quando virá, e se virá à calmaria. É preciso esperar pacientemente pela virada de cada dia.
A vida é frágil, pode-se dizer que em solo, as chances são similares. Mesmo mantendo tantos pensamentos positivos sobre mínimas probabilidades, a verdade quase sempre negada vem à tona.
Cotidianos trazem as reincidências, acarretam problemas que são enfatizados e carregados como um fardo durante um longo período, a sanidade é perdida nesse meio, não se sabe lidar e os detalhes singelos que diferem não recebem o devido valor.
No entanto, diante de um leque interminável de possibilidades, ainda assim somos surpreendidos, esta é a síntese existencial. Abalar-se é normal, mas desistir não deve ser uma escolha válida, quem vive não simplesmente existe, mas aceita constantes desafios.