Nascimento de uma Criança
O que veste minhas ideias
Quem me conhece, seja a fio ou a primeira vista, confirma que não abro mão de um certo acessório. É de se estranhar me ver na rua sem algo cobrindo minha cabeça, prendendo minhas ideias.
O apego as toucas talvez tenha vindo do frio do interior de São Paulo. Confesso que não sei ao certo quando surgiu minha afeição por bonés, , mas sei precisar quando surgiu a paixão por chapéus. Na falta de possibilidade do uso do boné e da touca. Passei a usar chapéu quando o boné ou a touca eram marginalizados, censurados, proibidos. Usava boné com roupas casuais, toucas com roupas de frio e chapéu para a formalidade do esporte fino. Me recordo, saudoso, do primeiro boné e do primeiro chapéu. O boné amarelo me dava personalidade. O chapéu que ganhei de um amigo no dia de meu aniversário de vinte e quatro anos me deixava mais velho (adora parecer mais velho quando usava ele com a barba grande).
Era bem fácil causar espanto entre os que me conheciam quando aparecia sem um dos acessórios amigos. Por vezes me deparei com a expressão “que milagre tu sem boné” ou ainda “cadê o chapéu?”. De fato, não gostava de sair á rua com minhas ideias “nuas”. Os adereços vestiam meus pensamentos e os continha presos e comportados enquanto praticava meu direito de ir e vir.
Algumas vezes ousava, saía com meus sentimentos pelados, com minhas ideias e pensamentos despidos. Mas não demorava muito já estava eu os privando de novo.
Lugar de deixar ideia desprovida de vestimenta é em casa. A praia de nudismo dos meus pensamentos, ideias e sentimentos é no litoral sul do meu quarto.
Nas ruas me protejo de mim mesmo. Nada saí de minha cabeça. Os acessórios são os vigilantes, as grades, o porteiro de escola infantil que não deixa ninguém sair sem autorização formal do pai. Nas ruas só deixo entrar em minha cuca o que quero. Uma vez guardado, processo, educo, alfabetizo. Para que, quando me deite para dormir, possa mergulhar junto com eles no fundo do meu quarto.
Quando alguma coisa ou alguém lhe causar impulsos de raiva e ódio... Escreva na areia. Enquanto escreve, você consegue refletir e não se deixa dominar pelo sentimento que quer explodir diante do seu próximo, e toda a palavra que sair do seu coração, através da boca, será de paz e não de guerra.
Dizem que pessoas que creem em Deus são loucas por isso,
e eu concordo plenamente.
Afinal, como diria Charlie Brown Jr., só os loucos sabem.
No dia em que pararmos para nos "colocar" no lugar do outro, talvez haja menos amigos magoados, menos filhos e pais "brigados", menos casamentos desfeitos, menos humanos desumanizados.
A parte boa de não ser uma pessoa bonita (nos padrões esperados pela sociedade)é que, quando alguém se interessar por você, haverá 90% de chances de ser verdadeiro, e não por deslumbre em relação à sua beleza exterior - já que você não a tem.
Quando penso no meu fracasso enquanto ser humano...
Me lembro que Deus tem bondade o suficiente pra me perdoar e fazer de mim um ser humano melhor. Espero que eu permita a Ele fazer toda a mudança necessária em mim.
Um dos problemas de alguns intelectuais é que, não apenas, acabam se achando os donos da verdade, como passam a se considerar superiores a todo o ser que não lê, que não escreve, que não ouve música erudita, etc., etc., etc...
Soberba, soberba, soberba. E mais soberba.
Se você estivesse nadando no dinheiro, como muitas pessoas estão, teria a generosidade de dar uma casa para quem não tem?
Provavelmente você respondeu que sim. Mas... porque as pessoas que podem não fazem isso?
"Belos" humanos somos nós, isso sim.
Engana-se quem pensa que só os adolescentes de hoje são precoces em relação a um monte de coisas. A coisa apenas passou de muito ruim pra pior ainda.
Quando eu era adolescente os demais da minha idade já namoravam, as meninas já engravidavam aos 12, as roupas já eram microscópicas... enquanto isso eu escrevia poemas sobre meus amores platônicos e brincava de amarelinha.
Não subestime a si mesmo só porque não é a pessoa mais popular, ou porque não se sente apoiado por muitas pessoas.
Se você acredita em você, isso basta.
Pessoas devem me observar e pensar:
"Por que ela não cresce, não leva a vida mais a sério, não pára de rir de tudo, não age como um adulto deve agir?"
Eu penso:
"Não obrigada. Seriedade só no primordial, no que pede maturidade. No restante, quero, pretendo ser, e serei como criança. Isso, ninguém me tasca.
E tenho dito."
O ideal não é ser ambicioso, mas ter sonhos, metas, objetivos. O ambicioso quer o mundo a qualquer custo.
O sonhador deseja apenas o melhor para si e está disposto a não receber nada, se isso for o melhor.
Quer um país de leitores? Então faça sua parte: leia para seu filho na hora de dormir, ou no momento que melhor convier. Mas leia.
Se conselho não fosse bom, ninguém perdia o próprio tempo fazendo isso de graça.
Dê ouvidos a quem te ama e quer te ver bem. Porque chega uma hora em que essa pessoa cansa de tentar te ver feliz e vai cuidar dos próprios problemas. Sim, ela tem muitos, mas você nem se importa... Você se importa?