Naquela noite
me operei
sozinho no quarto
sem anestesia
naquela noite tudo me doía
te retirei de mim
e isso vai muito além da poesia.
[desconhecido]
Eu não sei em qual estado de espírito me encontrava naquela noite...mas sei que foi abalado e me levou ao túmulo de maus pensares...
Uma má notícia vem saudosa e escaldante, capaz de me fazer sentir infauta, e dentro do meu ser no mais profundo que isso possa soar, sentia as catracas corroerem como se saíssem faícas, desgastadas, mas não se destruiam...
Um gosto de infinita tristeza rodopiava em minha saliva cortando-me, sangrando-me, fazendo minhas lágrimas acordarem...
O frio me levava ao abismo e me trazia de volta, para que eu sentisse a diferença, verão e inverno...
Sons da água soam aos meus ouvidos como analgésicos, e o quente na pele como sono, imensidão...
Talvez uma noite em claro aos olhos da Emy seja só o que me importa, e o que me cativas...
Presa em um lugar qualquer rotineiros diarios, até se darem conta por mim que não era o lugar, que não era o momento...
Presa em meu lar, de um lado concreto espesso de solidão, do outro concreto espesso de vibrantes sons do silêncio...
Ouço o ecoar da voz atrás da parede, diz que não é hora, e põe uma interrogaçao corrosiva sobre minhas costas...
E lágrimas que lavam-me por dentro diferenciando o meu ser de estar, gritando que o meu ser a ama...
Corrompendo a dor por palavras não tão leves quanto gostaria, mas deixando-me levar, previsava de uma dose de esperança enchendo meu peito...
Um...
Dois...
Talvez trinta...
A Emy já me olha com ternura, acho que no fundo sente a minha dor, acho até que carrega-a por mim, não fosse assim nem do mar sairia...
O frio me levanta e me chama para dançar...
Para lembrar-me que o quente não se mistura ao frio...
Vibra, boas notícias afinal...
O dia não amanheceu tão cinza hoje...
Esperarei a te ver ao anoitecer, ao cair do crepusculo nessas pedras detre neblinas...
Meio riso e chão, a olhar te daqui, tão distante e tão perto que o teu brilhar ofusca meus olhos sobre ti...
Tão linda...
Dê um abraço nela por mim, visite-a, e toque com meu ao teu toque, cheire, traga-me na leve brisa o perfume da mais bela flor do teu jardim...
E meus olhos calmos a adormecer sobre ti,
Enquanto meu pensar saboreia estas palavras...
Eu disse irmãos: _ O SENHOR TUDO PODE
Um sorriso inteiro no teu...
Um cheiro inteiro no teu...
Um amor inteiramente teu...
Capaz de despertar hoje, aqui, todo aconchego e paz que me traz em teu simples existir...
Por infinitos dias de aleluias !
Alegria ao teu respirar...
Por hoje escrevo o que um dia senti...
Por hoje escrevo que viver-se-a sempre aqui...
Alguns fingiram que não viam, que não ouviam, enquanto a dor me consumia... E naquela noite eu chorei horres, engoli as palavras que ouvi como se fossem fios de vidro que desciam rasgando a minha garganta. Sufoquei, jurei pra mim mesma que nunca mais permitiria que ninguém me tratasse daquela forma.
Naquela noite decidi que queria usar minhas palavras para empoderar os outros; ajudar, em vez de ferir.
EM TEUS BRAÇOS
Naquela noite senti teu cheiro,
Como buquê de jasmineiro.
Teu peito meu travesseiro;
Mergulhada em teus braços,
senti teu amor me incendiar,
Dormi e renasci em poesia,
Até no eterno te amar !
De amor quero-te louco,
numa paixão ardente,
Um sentimento profundo,
Que nunca existiu no mundo .
dormir em seus braços,
desse amor, um forte laço,
Amar-te intensamente;
Costurando fortemente,
Os trapos dos pedaços,
Que deixaste meu coração.
Afinal o amor constrói ,
Nunca o amor destrói ,
O melhor dentro da gente !
Naquela noite, em teus,
braços, enquanto dormia,
Sentia teu calor me aquecer,
ao esplendor do sol a raiar o dia;
Somente pra escrever você,
Transformei-me em poesia !
Direitos Autorais Reservados Sob a Lei -9.610/98
Ó, bela lua, seu brilho é inexplicável. Igual aos meus olhos quando a vi sorrir naquela noite chuvosa.
Tentar, conseguir.
Naquela noite algo em mim morreu, a alma e esperança. A alma por ter tentado e não ter conseguido, e a esperança de tentar e conseguir.
Quando os nossos filhos saíram de casa naquela noite, nós, como todos os pais do Brasil, deixamos porque nós confiávamos que eles estávamos indo para um lugar seguro.
Naquela noite fria, me chamasse para despediste
Não seria justo sair da sua vida com uma simples mensagem…
Então, nos encontramos em um estacionamento desta cidade linda
As pessoas estavam em festa, com sorrisos, à quem comemora a vida, eu com um frio na barriga e com os pensamentos distantes
Dentro de mim, uma tristeza tomou conta, pois eram nossa última conversa
Então você chegou, entrei em seu carro, sem conseguir esconder a tristeza que me envolvia..
De longe ficamos, separados pelo console central do veículo…
Você linda como sempre, meu coração, ao ouvir sua primeira palavra, começou bater tão forte, que o ritmo lembrava um aquecimento de uma escola de samba…
Derepente, como numa pausa do ritmo musical, o silêncio tomou conta de mim, não conseguia expressar o que passava em meus pensamentos…
Até que algumas palavras saíram da minha boca;
O que farei com esse sentimento?
Como será meus dias sem você?
Não queira te perder…
Sem conseguir uma resposta que fizesse sentido naquele momento, ela me disse, medo, não é o que eu quero, mas vai ser melhor assim…
Novamente o silêncio tomou conta daquele ambiente
Não tínhamos respostas, pois racionalmente, sabíamos que era o melhor a ser feito.
Aquele silêncio, aquela troca de olhares, os corpos se aquecendo num desejo incontrolável de sentir o carinho, e o toque um do outro, quando me dei conta, nossos lábios estavam se tocando.
Ascendeu então, aquela chama ardente, não conseguimos parar, o calor do momento, o desejo aflorado, tomou conta Os vidros foram embaçando, aquela música ao fundo, era a única coisa consciente que o sentimento deixou entrar…
Estávamos sem raciocínio, apenas deixando as coisas fluírem
O desejo tomou conta, então fizemos amor…
Um amor incontrolável e prazeiroso com uma mistura de sentimentos ao qual nunca havia sentido antes, o coração dividido entre a esperança e a razão, entre a tristeza e o amor, relaxamos e continuamos a nos permitir viver aquele momento…
naquela noite escura, fria e com as estrelas mais brilhantes.. eu recebi sua carta de despedida, eu morri um pouco por dentro ao ver seu adeus, mas no mesmo instante surgiu uma estrela mais brilhante que as outras e me toque que era você.
Eu sabia que não iria ter para onde correr, afinal, já havíamos nos conhecido.
Naquela noite, em meio às risadas e as trocas que tivemos, você foi ao banheiro. Imediatamente meu coração apertou e senti um estado de alerta, ali eu sabia que havia perdido.
Quando você retornou do banheiro minha intuição alertava quase como um sussurro dizendo: “levanta e vai, desfaz o match, ainda dá tempo.”
Se está lendo essa nota, eu não ouvi minha intuição e depois disso, aquela que sussurrava em meu ouvido, se perdeu. Até hoje tento encontrá-la, a bela moça antes do trauma.
O luto dessa perda será eterno.
Ninguém vai me curar de você.
Viva em minha memória está a dança que compartilhamos naquela noite.
Por um breve momento o mundo estava inteiramente certo,
Como podia saber que haveria um adeus tão breve?
Agora, ainda bem que não sabia como tudo iria acabar, como tudo seria,
Nossas vidas precisavam seguir seus caminhos.
Certamente eu poderia ter escapado dessa dor,
Mas teria que perder nossa dança.
Com você em meus braços eu tinha tudo,
Por um momento foi um rei ao lado da sua Rainha,
Mas se eu apenas soubesse como o rei cairia!
Será que realmente tive a chance de mudar tudo?
Agora, ainda bem que não sabia de nada, de como seria o dia seguinte,
Nossas vidas precisavam seguir seu destinos.
E eu poderia ter evitado a dor, mas teria que perder nossa dança.
Sim, minha vida segui seu caminho,
Mas hoje essa dor talvez não existisse, se tivéssemos continuado a Dança.
Naquela noite
A lua despida pra nós refletia em sua pele,
Nossos corpos se misturando tornando-se um só,
Sua respiração ofegante maestrava meus batimentos,
Em uma linda sintonia nos entregamos as sensações e emoção do momento,
Naquela noite esquecemos do mundo lá fora para vivermos nosso mundo de dentro,de sentimentos,
Ainda sinto o cheiro do nosso amor destemido e sem pudor,
Assim vivemos naquela noite o que poderíamos viver uma vida inteira,
Cada alma se entregava a sua maneira,de forma única e verdadeira,
Tudo isso naquela noite...
Hoje me peguei pensando no nosso tempo juntos...e também me lembrei de como eu chorei naquela noite por você ter feito a escolha de ir embora.
Naquela noite ele precisava de estrelas, de muitas estrelas, para se convencer de que havia esperança no mundo.
Foi engraçado te encontrar naquela noite e sentir como se tivesse de volta a minha dignidade
Os efeitos do quão devastador foi o nosso término pareciam insolúveis.
Confesso que pensei estar com algum problema quando o meu coração não insistiu em acelerar e os meus olhos não tentaram se encher de lágrimas
Por vezes, era difícil manter a sanidade diante da sua frieza, mas hoje devo agradecer por você não atender as minhas ligações em momentos de recaída
Aliás, depois que li aquele livro que você, propositalmente, esqueceu na minha gaveta, pensei que nada voltaria ao normal e que a minha vida ficaria estagnada num antigo "nós"
Bom, felizmente não é assim!
Um dia acordei mais cedo, fiz um chá e resolvi retomar aquela série de onde paramos... agora seria somente eu
Li novos livros, atualizei minha playlist e até criei uma nova
Aos poucos tudo foi se encaixando e eu (re)aprendi a seguir com os meus hábitos
Apaguei o seu número e nossas conversas, assim consegui refletir sobre o que houve e deixei tudo para trás
- Agora está tudo bem, mas eu ainda acho o tempo uma loucura.
Porque só ele para esclarecer as coisas, nos quebrar e refazer tudo o que, por algum momento, tivemos o atrevimento de pensar que já não existiria:
A nossa capacidade de renascer, mesmo que por dentro!
Naquela noite eu orei quatro coisas para estabelecer um relacionamento com Jesus Cristo que desde então transformou a minha vida. Primeiro eu disse: “Senhor Jesus, obrigado por morrer na cruz por mim.” Segundo: “Eu confesso aquelas coisas na minha vida que não agradam a você e peço que me perdoe e me limpe”. Terceiro: “Neste momento, da melhor maneira que eu sei fazer, eu abro a porta da minha vida e confio em você como meu Salvador e Senhor. Toma o controle da minha vida. Me mude de dentro pra fora. Me faz o tipo de pessoa que você me criou pra ser”. A última coisa que orei foi: “Obrigado por entrar na minha vida pela fé”. Não era uma fé baseada na ignorância mas nas evidências históricas e na Palavra de Deus.
Quando eu te vi passar a minha porta naquela noite, você não estava entrando apenas na minha casa estava entrando no meu mundo, mudando a minha realidade e levantando velhos castelos de sonhos há muito esquecidos. E eu tive naquela hora, naquela noite a esperança de que tudo mudasse e alimentei um sonho bobo de que agora você iria ficar, e seria meu. Pena, hoje eu descobri, eu enxerguei que isso nunca acontecerá. Você nunca vai ser além do que é pra mim. E eu, impotente não posso te obrigar a retribuir todo o meu amor. Não posso mudar e consertar você. Por isso hoje, meu amor, eu desisti. Eu não vou mais machucar a mim mesma querendo te ter, querendo que você estivesse aqui agora e que tudo fosse diferente. Eu desisto! Desisto de querer saber de ti de manhã e olhar desesperada o meu telefone procurando mensagens suas, desisto de deixar aquela bolinha verde ao lado da sua foto no facebook iluminar todo o meu dia, eu desisto de esperar o seu sorriso prateado bater na minha porta e me arrebatar dessa realidade e me fazer esquecer porque eu não deveria ser tão legal com você. Você nunca vai ser meu, você está aqui e eu te vejo e eu amo tudo em ti, mas não te tenho, você nunca vai ficar. Eu estou tão cansada, não quero mais esperar e esperar tudo mudar. É assim que eu me despeço deste último sonho. Adeus.
Suavemente sinto tuas mãos nas minhas. Naquela noite com estrelas nos olhando, trouxemos nossa atenção a nós, nossos corações ficaram sorrindo. Teu abraço em um segundo me acalmou, a chuva parou, ficamos assistindo os pingos caírem. Desejamos até à morte que nossas vidas não acabassem ali, a respiração por um instante preferiu não sair, esperávamos ser invisíveis, não queríamos palavras, ouvir nada, não precisavámos de nossos corpos. Sonhávamos parados, lemos nossos rostos, tão amarelos, verdes, azuis, vermelhos. Era muito mais que pudéssemos suportar, aprendemos em momentos a felicidade, nossos inimigos continuavam se movimentando, mas para nós estavam intactos. Éramos apenas seres frágeis, findados, tão fáceis. Nosso respirar se misturava com a luz, a invasão de nosso mundo era o que nos amendontrava. Ele estava morto. Enfrentamos o frio, mas não deixavámos que ele nos gelasse por dentro. Vimos arco-íris, o sol nos queimou, o céu era mais azul que de costume, os bancos vazios, as vidas se esvaziavam bem na nossa frente. Éramos pequenos ao mundo, tinhámos nossa folga, indagávamos, pensando tanto, se aquilo acabaria, se era um sonho claro, olhos nos olhos estávamos unidos, o relógio parara, o tempo já nos isolava. Cheios de remorso, hesitamos andar um pouco, mudar e desistir de parar. Você fumou dois a três cigarros, me ofereceu, mas meu vício já me tinha parado, mas eu aproveitava aquelas pausas como chances de eu te observar se mover, em frente à fumaça, olhando o nada, com aquele gosto, o seu braço em mim. Foram dias que ficamos sentados, enquanto aquele meu sonho se realizava (eu nem ao menos acreditava), não nos deslocávamos, não estávamos prontos, preparados pra cada murmúrio, ao mundo que nos feriria e nos mostraria o caminho árduo e somente de continuar. Preferimos sentar, nos abrir pra cada um. Uma vez ou outra, alguém nos encontrou, nos chamou, mas não era nenhuma obrigação os seguir. Éramos constantes, contavámos nossas histórias de redenção, parecidas, e nossas aventuras até então eram como melodias. Até que por tempos ficamos calados, olhando, pupila a pupila, experimentando tudo aquilo, entrelaçando nossas mãos, passando os dedos em nossas bochechas, olhares fixados ao nosso relento, tão simples, fundo e secreto. Éramos criaturas em um filme, coadjuvantes, pedintes. Nosso riso era alimento pra alma, nossos corações como cordas. Houve um dia em que não havia ninguém na rua, numa noite calorenta, e nos abraçamos como duas crianças carentes, solitárias, e eu já não podia mais me soltar de você, aquilo significou mais do que um banal afeto. Eu senti seu palpitar mais rápido, esqueci todo e possível ser humano, eu te olhava com deslumbre, me aquietava, e, por fim, nos desprendemos num impulso tão leve. Não sabiámos se já tinhámos sentido tal abraço, você me aquecia, era o que necessitavámos. Eu passava a mão no seu cabelo, e, sem perceber, a sua boca já era minha, o cheiro da sua pele já tinha entrado na minha, eu te apertava cada vez mais forte, tudo a nossa volta era tão vago, custavámos a nos mover um passo, marchávamos lentamente, nos abraçavámos com um ritmo mais quente, nossos corpos se entendiam como um grupo perfeito, como a música mais bela, a primaveira mais limpa. Nosso beijo nos cegou por várias vezes, eu não tinha pressa, as sombras não mais nos refletia, seus traços eram apenas tocados pelas minhas mãos, olhavámos resignados, como na primeira vez, um ao outro, como num passo à liberdade. Às vezes paravámos, na pausa do estranhamento, dos sonhos que ainda não tínhamos criado pra nós mesmos, e conversávamos qualquer asneira, mas sempre não aguentavámos a pressão daquelas conversas. Nossos gestos já eram interpretados como vindos daquele mesmo momento, o tempo não era nada, as ligações já não mais eram atendidas. Estávamos tão sóbrios e saudáveis ao mesmo tempo! Começamos tarde, vimos na nossa apreciação a saudade. Estavámos altos, drogados com nossos próprios rostos e atos. Nos enxergamos ao máximo. Tínhamos toda aquela cor nova, viva, a beleza não cedia seu encantamento a nós, eu começava a te sentir como nunca. Como nunca senti alguém, como nunca acreditei.
E sempre lembro-me de um sábado distante; sentamos em um banco, conversamos. Aquela conversa me disse tanto, me encantou, despertou. Nada pareceu real, ainda não parece real. Embaixo de um céu escuro, fitavámos a nós, você sussurrava, pareciam palavras ensaiadas, disse que estava viciado em mim, não tinha mais jeito, e eu, no coração dizia o mesmo. Em um outro dia, sentimos um ar fresco, novo, diferente, doce e marginal ao mesmo tempo. A velocidade aumentou, nossos corpos se uniram como nunca, olhamos todas aquelas estrelas, você discordou da sua melancolia, falamos de livros, comunismo e outros ismos, história, amigos; rimos como nunca nos vimos rir. Eu já não mais acreditava no seu rosto nem na sua presença. Vivíamos com as palavras tarjadas, lúcidas porém tão linfáticas. Impugnavámos em nossa própria impureza, nossas incertezas eram nossa histeria momentânea, grandiosa e envolvente. Às vezes atreviámos a colocar nossos corações à prova, perplexos e com medo de nosso marejar, com um temor de amar, doídos, éramos um ultraje a esses medos. Lúgubres vimos tudo, sempre submissos àqueles instantes.
Mas no último dia, encontramos as minhas fraquezas. Você foi embora. Não partiu; demorou um pouco a se despedir, soltou um "até mais". Acreditei que não tinhámos nos acabado. Você disse que ligaria, e por tantos dias, senti o seu desapego, o seu corpo já não era mais meu, seus olhos tinham ido embora de mim, a sua saudade a mim era tranqüila, e aquilo tornou-se minha fadiga. Sinto que parte foi culpa minha, não corri ao lado do que devia, fingia que tinha-me esquecido, eu não falava mais contigo, e você idem; e então você surgiu novamente e repentino na coragem com a novidade que fincou em mim. Ante à ligação, ao "...tá bom." que pareceu tão fácil, na superficialidade daqueles segundos, minha resposta, com desprezo, não sei se ficou contigo, ou apenas em mim, ou em nada significou. Sua falta de importância foi o resultado de eu soltar minhas lágrimas por no máximo dois ou 5 minutos. Me levantei, admiti entristecida que me feri e me doí mais uma vez, com mais uma chance, não tive a coragem de olhar no espelho, meus olhos estavam arrependidos e cansados. Meu fardo me deixou, ele se foi, por meu simples e sofrêgo pedido. Me recômpus, me venci, saí de casa, andei e a vida não parou. Penso ainda hoje, de cada dia, minuto, com esses meus sofismos agudos a este ode que lhe faço. Nas entrelinhas ainda nos entendemos, reconhececemos o que devemos um ao outro, desde o primeiro dia que vi seu rosto, infinito, me encarando. Ainda tento descobrir se te aproveitei por completo.
Nunca mais teriámos dias como aqueles. Pelas nossas escolhas, nunca nos tivemos mais. Apenas nossas esperanças nos devorara, nossa escuridão tinha sido criada, evidente no nosso necrológio. Depois daquela última ligação nos falamos raramente, apenas simpáticos, envergonhados ou não. Já nos éramos inúteis. Parei de te procurar, não te parabenizei por nada, entretanto sempre te achara (e eu te acharei). Em mim as lembranças continuaram correndo, só a mim elas restam, nessas nossas noites escurecendo. E achei que meus inimigos nunca mais nos encontraria. Me encontraram. Eu nunca pensei que eu seria tua. Meu engano do pensamento foi meu pagamento.
Estamos perto, longe, distantes, amantes. E que minha calma, desespero e alegria, seu tédio e nossa melancolia estejam presentes no nós irreconciliável. Até mais, até o dia que nos virmos outra vez; entre o mistério desses dias que nos passaram, atropelaram, nas ruas do tempo e do sentimento, da escassez da ternura que vivemos, as lembranças me têm, perdidas, sem censura, nosso momento único e feliz; você.