Não sabe o que quer
As vezes me sinto preso
Isso é uma vergonha
Minha liberdade foi tirada
Eu não sei.
Eu não quero saber.
Só preciso ter de volta o que eu tive
Ter minha liberdade
E ser cruelmente insano.
O que eu tive? Não sei.
Acho que liberdade, expressão.
Talvez um pouco mais de imaginação,
Ser uma criança, eu fui, hoje não sou mais
O que eu preciso ser? Talvez um pouco mais humano.
Mas eu não sei..
Quero liberdade, quero viver!
Aqui, ali, seja onde for..
Quero poder errar meus erros, quero ter medo do que me assusta, quero poder me reerguer e com tudo aprender. É tão fácil ser guiado, acertar tudo, ser boa gente e viver pacificamente correto e estagnado, em um ponto onde para você ser reconhecido é preciso andar. MAS EU NÃO QUERO ANDAR, prefio mesmo é correr, se pudesse voar! Até onde meu conhecimento chega a alcançar e as comprovações me são explícitas, minha vida terrena, se resume em apenas esta. Não quero perder meu tempo, ele tem de ser aproveitado. Tantas historias mal contadas, de vidas mal vividas, por terem sido bloqueadas por outras vidas bem mais que mal vividas e tem a petulância de dar conselhos. Conselhos? Pra que tê-los? Se na maioria das vezes são meramente ignorados e não são seguidos? A mente humana é contraditória e os sentidos não respeitam mais, na maioria das vezes, com um corpo em extrema incostância. Quem sabe o medo tenha se tornado um prazer? Uma vez que você erra e permanece ali... Permitindo que tudo aconteça diante dos seus olhos, novamente parado como um expectador insatisfeito, assiste tudo com uma vontade louca de que tudo chegue logo ao fim.
No vão das coisas que vivemos eu já não sei o que quero sem esquecer meus desejos impróprios;
Não é que eu queira reviver momentos que me faça entrar sem querer na sua vida;
Não falo só por falar, mas meu coração se descontrola ao saber que posso atravessar o seu futuro;
Reviro meus sentimentos para roubar você, contando seus passos para trilharmos o caminho da felicidade;
Muitas vezes eu não sei o que quero da minha vida.
Mas uma coisa é certa, pra mudar tudo depende de mim.
“Penso em coisas que fiz e em coisas que deixei de fazer. Penso em coisas que eu nao sei se eu quero que acontençam. Penso em como nao sou branco nem preto. Sou o meio termo no entardecer, quando a lua cumprimenta o sol enquando se despedem. Sou paradoxo.”
''A Busca''
Procuro pelos montes, Procuro pelo mar, mais não sei oque eu quero encontra. Mais a vontade constante de acha algo que possa completar o vazio do meu coração, Olho pros lados e vejo você mais não posso te dizer que você é minha tal procura, que me morde a alma e minimiza meu medo. Tenho dores ao pensar que você é meu pior pesadelo.
Muitas vezes, não sei o que quero, a única certeza que tenho é que NÃO QUERO passar por esta vida, sem aprender!
Sem aprender a re-aprender, sem aprender a esquecer, sem aprender a desaprender!
Socorram-me, não sei o que quero, não sei o que posso, não sei o que devo, quanto mais o que faço. Só sei que de nada sei, por isto imploro... Socorram-me, possa ser que esteja morrendo, matando ou até mesmo dando a vida, pode ser também que não seja nada e justamente por não saber, vos peço que SOCORRAM-ME, talvez esteja perdida e talvez encontrei com alguém, acho que já fiz de tudo e acho que de nada fiz, se não estou presa, a pouco fui liberta, mas só me vem a cabeça que socorram-me, será que um dia tive? Será que já perdi? Sei que não está comigo o que um dia eu sempre quis, não sei o que quero, porém quero alguma coisa, lembrem-me do que digo caso o meu pensamento não esteja mais comigo, não achei o que procuro, talvez não esteja seguro, de tanto procurar e nada encontrar, achei o que queria, era apenas um rabisco que nele tinha : SOCORRAM-ME...
Não sei mais se quero o que conquistei, porque na verdade acho que não conquistei nada. Acho que tudo não passa de engano, de pura e simples ilusão. Eu quero sumir pra que ninguém me encontre, quero ficar só e nada mais...
Eu não sei o que quero, não sei exatamente o que preciso, mas sei do que sinto falta, sei que preciso reviver coisas, talvez inacabadas, sei que não devo abrir mão da minha liberdade, da minha vida, do meu eu!
Gosto de você mas não sei como explicar
Quero mesmo é te encontrar e te falar
Tudo o que eu sinto é muito pra entender
Me diz porque eu gosto, tanto de você?
Os pensamentos vão às lembranças vem
E você que não sai da cabeça
Eu queria reescrever meu destino por tantos motivos
Eu queria poder desabafar um pouco e contar pra alguém tudo isso
Por que o meu crush não gosta de mim?
Se eu pudesse te prender dominar seus sentimentos
Controlar seus passos, ver sua agenda e pensamento
Porque é que eu gosto tanto assim de uma pessoa?
Demorei pra te encontrar agora eu quero só você
Não sei o que quero dessa vida,
Sequer sei se há algo de bom para se levar daqui.
Não quero o perdão dos padres corruptos, muito menos as promessas de um governo fascista.
O homem que se ajoelha perante a imagem de Cristo é o mesmo que mata o inocente em prol de sua liberdade.
Não há dinheiro, perdão, liberdade, sequer felicidade para levar daqui.
Após essa vida, enquanto carne apodrece, então enfim nossa alma verá o inferno.
Uma eterna memória do que foi a vida.
A CARTA
.
.
Me perdi de mim!
Desde então, já não mais me encontro.
Não sei o que quero... não sei o que quis...
Não sei, mesmo na imaginação,
o que um dia fiz.
.
O futuro era promissor:
Eu tinha uma carta de instruções,
com uma frase escrita em letras góticas
pela azul magia dos próprios anjos.
Ela, Ela, Ela – Carta-Chancela
do mais Alto dos Cartórios,
dizia tudo o que eu faria
quando enfim-nascido
– quando,
por fim chegado,
àquilo que me cabia –.
.
Estava no bolso, bem me lembro disto:
a carta no seu envelope – minha tão cara carta!
Dela me lembro com a tal nitidez
das brumas do Paraíso.
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Mas a carta
escapou voando,
faceira, cruel e cínica.
Zombando da distração fatal,
foi-se ao sempre, longe pela janela
da suave estrada conducente
ao calor do ventre.
.
Já no útero,
levei as mãos aos bolsos;
vi que, tolo, já não tinha bolso.
.
O que a carta – tão vital – traria?
Seria a alegre ordem, para fazer rir?
Um pedido para deixar chorar?
Ou seria um país difícil
para em vão liderar?
Seria talvez uma arte?
Ou quem sabe uma ciência
dessas que se acham em parte?
Seria uma daquelas missões
no coração da África?
Uma criança triste
para alegrar?
.
Já não posso saber,
pois me perdi de mim;
e não mais me encontro
para ler a carta: Ela, Ela, Ela.
.
Sozinho, caminho sempre,
confuso e triste, pelo azar da estrada.
Busco o que não posso, mas não encontro nada.
Se me perguntam o que quero, digo que não sei,
pois perdi a carta, tão imprescindível.
.
Se me apontam uma direção,
por ela sigo com frio entusiasmo,
na esperança de encontrar a mim,
para ler a carta.
.
Ah, felizes de vós
que me ouvem agora!
Felizes daqueles que sequer sabem
que existem cartas escritas pelos anjos.
Felizes de vós, que as perderam,
mas não se lembram disso;
e disso não se verão
cobrados.
.
Felizes, de tu e de ti,
os que não sabem que se perderam!
Felizes todos os que não sabem que nasceram
sem a carta que traziam
ao suave calor
do ventre.
.
.
[BARROS, José D'Assunção. Publicado na revista Juçara, vol.6, nº1, 2022]