Não posso
Um homem viveu, há séculos, no Oriente. E eu não posso olhar para uma ovelha, uma andorinha, um lírio, um campo de trigo, uma vinha, uma montanha, sem pensar nÊle...
Queria tanto lhe dizer que ainda penso em você.
Que não posso ficar sozinha, que meus pensamentos me levam até onde você está.
É inevitável! Por mais que o tempo passe, por mais que a dor da decepção aumente,
eu não consigo esconder, que sinto falta de você.
Reviro nosso passado de cabeça à baixo, penso, repenso, morro por dentro.
Quem sabe a vida vai mostrar, os sonhos que nós dois perdemos.
Quem sabe o destino não nos preparou um grande futuro?
Eu não sei, mas confesso que queria saber, pois em minha cabeça tenho a ideia fixa de que tudo pode acontecer, entre eu e você.
O que me resta fazer? Do sentimento mais puro, só posso esperar o melhor. Que a gente ainda tenha a eternidade para viver, já que eu... ainda penso em você.
Tudo que eu queria te dizer era tudo que eu não posso mais te dizer, ou tudo que eu queria ouvir mais vezes, muito tempo antes de chegarmos a esse ponto de partida, minha partida, tão adiada partida
Quanta mudança alcança o nosso ser. Posso ser assim, daqui a pouco não. Posso ser assim daqui a pouco? Se agregar não é segregar. Se agora for, foi-se a hora. Dispensar não é não pensar. Se saciou, foi-se embora. Quanta mudança, daqui a pouco... Se lembrar não é celebrar. Dura-lhe a dor, quando aflora. Esquecer não é perdoar. Se consagrou, sangra agora. Tempo de dar colo, tempo de decolar. O que há é o que é e o que será, nascerá. Nasss... será? Reciclar a palavra, o telhado e o porão. Reinventar tantas outras notas musicais. Escrever um pretexto, um prefácio, um refrão. Ser essência, muito mais. Ser essência muito mais. A porta aberta, o porto, a casa, o caos, o cais. Se lembrar de celebrar muito mais. A poesia prevalece, a essência, a paz, a ciência. Não acomodar com o que incomoda. Vou, vou engarrafar essa dor, vou engarrafar a saudade, vou me embreagar de tristeza. Bendizendo ela vira beleza. Gentileza gera gentileza.
Eu não posso prever o futuro. Não tenho bola de cristal e não sei ler mãos. Mas eu te garanto que eu sempre vou estar aqui. Te amando, te cuidando, te querendo. Pra sempre.
Adoro aquele que não posso amar. Apaixonei-me sem querer, mas sigo com ele porque decidi aproveitar a beleza de momentos mágicos onde somos um só. Já não tenho receio que não dure, ou que não haja juras de amor eterno. Não quero falar de futuro. Vivo apenas ao som dos ponteiros do relógio, esperando por dias diferentes, com ele ou sozinha, não importa, desde que esteja feliz. De que adianta esperar por acções que talvez nunca aconteçam? Ou por situações que nunca cheguem? A culpa não chama por mim e a consciência é minha cúmplice na luta que travo com ele. Pergunto-me todos os dias porque continuo a desejar ardentemente aqueles beijos em que ele me barra o ar e me faz sentir especial. Detesto todas as despedidas, e tenho sempre medo que seja a última oportunidade para sentir aqueles abraços no meu contorno. Estremeço se pensar que vamos acabar por compreender a dimensão do desacerto que estamos a praticar connosco, e com terceiros. Permaneço inquieta, à espera de um indício dos meus escrúpulos, que parecem não viver no léxico do que vivo com ele. Todos os ensejos são especiais, únicos e incomparáveis. Não nos absorvemos por nada ou por alguém, nem esperamos nada um do outro. Realizamos a nossa peça normalmente, como se tudo fosse perfeito. Talvez seja, e a única imperfeição seja criada por nós. Agora, depois e após, sinto um temor exíguo, uma angustia que não esgota e estou a deprecar, com toda a energia, para que tudo corra bem. Para que ele volte seguro para mim, não para sempre, mas até o sentimento resistir. Não sou dele, mas também não pertenço a ninguém. Sou apenas quem sempre fui, na luta de uma paixão constante e verdadeira. Não posso pensar que o quero, que é a pessoa perfeita por quem sempre esperei. Seguirei apenas, o caminho que me esta desenhado, talvez ele queira caminhar a meu lado…
Não esqueça que não posso ver a mim mesmo, que meu papel é limitado a ser aquele que olha o espelho.
(Poeta francês Jacques Rigaut)
Eu diria...
Eu diria agora que estou triste que estou magoada,
Mas não posso ficar nessa
Tenho a noção de tudo ao redor de mim.
Mas pensam que sou idiota até mesmo que estou morta.
Dizem o queeu não quero ouvir e o que não quero sentir.
Faltam-me com respeito, o respeito de ser vivente que sou.
Não sei se vivo por viver ou vivo pra sofrer.
Já não sei se corro ou paro, se falo ou calo e é por isso que me vejo a pensar a naufragar no meu mar, que viajosem bagagem e que espero que me compreendam sem que eu tenha que antes me compreender.
Eu pensei que já havia explicado isso claramente antes. Eu não posso existir num mundo onde você não exista.
Posso ocupar uma sala ou apenas um coração. Outros podem me ter, mas não posso ser dividido.
O que eu sou?
A solidão!
Eu não posso te abraçar, nem posso ver você de perto e nem posso passar uma tarde perto de ti, mas saiba que cada sorriso que eu dou por aqui é pensando em você aí. E quando o dia de poder te ver de perto chegar então meu sorriso vai estar completo junto do seu.