Não posso
Aqui andando,sozinho e escuro
não enchergo a frente,não posso enchergar
Ficando distante do inicio e do fim
não sei onde cheguei,porque estou aqui??
Não posso mudar o mundo, tampouco as pessoas... Mas posso transformar meu mundo interior e transcender o exterior de forma a tornar minha vida em um espectáculo onde o riso é constante e as lágrimas fazem parte do extravasar das emoções.
Loura à Recantar
Vontade de ir,
vontade de rir.
Não posso!
Fico sério.
fico velho.
Cê balança o cabelo,
eu as pernas.
eu pareço breve,
Cê eterna.
Passa um caminhão em nossa frente
(intervalo de saudade),
quando ele acabou de passar,
sensação de eternidade.
São uma e quatorze.
Nós em horário de almoço.
e não pára de trabalhar,
o coração deste moço.
Saudade quero sabe aonde você esta e eu não posso te ver e muito menos te sentir, o que me basta é esperar, o por do sol para poder te encontrar e ti amar.
Quero jogar palavras ao vento para que estas cheguem até vc, e te toquem, como não posso mais tocar.
"Não posso negar ainda ti quero, mas no momento as chances que um dia ti dei estão com outra pessoa, e sim a pessoa que pode mim fazer feliz."
Eu sei quem você é,
Mas não posso descrever.
Porque o perfeito se limita ao indescritível,
E se eu conseguir descrever...
Tenha a certeza: não será você.
Escrevo porque não posso mudar tudo que não concordo.
Escrevo porque não posso ter uma metralhadora.
Escrevo porque eu amo escrever.
Escrevo porque eu amo filosofar.
Escrevo pela liberdade.
Escrevo com o coração em pedaços.
Escrevo porque existem momentos em que preferia não existir.
Escrevo contando com a hipótese de que ninguém vá ler.
Escrevo porque me faz viver.
Simplesmente escrevo porque a escrita detém meu poder.
SOCIEDADE - NOVELA - SOCIEDADE
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Cheguei à conclusão de que não posso exigir que a arte pare no tempo, sob pena de se tornar fútil; superficial; sem qualquer compromisso com as realidades contemporâneas. A dramaturgia, por exemplo, quando não se propõe a exibir histórias de épocas passadas ou de cunho estritamente religioso, tende a se tornar alienada, fora de propósito e contexto, caso exceda nos véus. A menos que haja intenção dos autores, por questões de humor, fantasia ou romance atemporal.
Como não dá para enfiar computadores, smartphones, armas nucleares e comportamentos ultramodernos em histórias de séculos, quiçá milênios passados, também não dá para fazer o oposto nas histórias de nosso tempo. Afinal, a arte existe em razão da sociedade; não a sociedade em razão da arte.
Excetuando os casos de fanatismo artístico, em que a falta de compromisso com crianças, adolescentes e outros vulneráveis interfere perniciosamente no processo natural e gradativo de formação ou assimilação, não acho nada imoral. Nem contradidático. Nem escandaloso. Na arte, no entretenimento nem na lida interpessoal e consensual. É só uma questão de achar ou não por bem consumir, e de querer ou não, de forma explícita, inequívoca e decidida, interagir com o outro. Tudo com discernimento próprio; não de acordo com regras, prismas ou imposições de que ou quem quer que seja.
É claro que havemos de repudiar qualquer manifestação artística e de outras naturezas, se houver clara imposição ou incitação ao ódio; ao preconceito; à exclusão; ao crime. Mas confesso que o que tenho visto é que a mídia, em especial a dramaturgia na maioria das vezes tem feito, com ou sem eficiência e sucesso, é exatamente pregar a compreensão, a tolerância, o respeito e os novos olhares sobre as diferenças cada vez mais evidentes. Com vícios, distorções e falhas, mas cabe às famílias aplicar seus filtros, propor as devidas reflexões, assessorar seus vulneráveis para o entendimento viável do que assiste. Ou proibir a audiência, pelo reconhecimento da incapacidade de assessorar.
O que nenhuma pessoa, família, grei, organização ou grupo tem o direito de fazer é decidir o que os outros podem ou não podem, com base nas suas proibições internas, por moralismo; fanatismo; ideologia; crença; imposição de cultura ou tradição.
Que se denuncie o que fere a lei; o que é crime ou contravenção. Mas ninguém se julgue apto a reger a sociedade; a exigir que todos vivam dentro de seus moldes ou virem suas ovelhas compulsórias. Voltando à dramaturgia, chegamos ao tempo em que, por falso moralismo e ditadura de fé, como se já não bastassem os preconceitos religioso, de gênero e até racial, temos que conviver com o preconceito a depender dos programas que apreciamos, a emissora de rádio ou televisão que preferimos, o jornal que lemos, os sites que acessamos e até as músicas de nossa expressa preferência.
Na contramão do que muito cidadão tem feito, se um dia me acudisse a ideia de mover um processo judicial de natureza pública, baseado em influências de comportamentos, eu preferiria processar a sociedade, da qual faço parte, pelas más influências que ela, sim, tem levado às telenovelas. Repito que a arte existe em razão da sociedade; não a sociedade em razão da arte.